PORTO ALEGRE – RS – “Como disse em uma ocasião o Senador Pollastri, quando a Itália participa de missões internacionais de paz – como no Líbano, no Iraque e no Afeganistão, por exemplo – trata-se de um País de classe “A”, enquanto a rede consular italiana no mundo é de classe “B” ou “C”. Por esse motivo, a discussão no Parlamento sobre esse assunto é importante e diz respeito a todos, na Europa e na América Latina.”
A afirmação é do deputado italiano Fabio Porta (PD), representante dos italianos residentes na circunscrição América do Sul, ao defender, durante manifestação, a mobilização constante da coletividade italiana em prol de melhorias na rede consular.
– Lembro que o nosso mandato de parlamentar nos impõe o direito-dever de nos ocuparmos de todos os problemas da Itália e não somente aqueles da nossa repartição eleitoral. A rede consular no Brasil já é insuficiente, como todos nós sabemos bem, e ainda haveria necessidade de pelo menos dois novos Consulados Gerais – em Santa Catarina e no Espírito Santo -, como denunciei e declarei muitas vezes. Infelizmente, foram eliminadas, há muito tempo, importantes atribuições dos Vice Consulados e Agências Consulares, e a irrisória contribuição dada pelo Estado Italiano não lhes permite manter uma estrutura mínima, favorecendo fenômenos de corrupção – pondera.
Fabio Porta, chama a atenção para o fato de os Patronatos, por possuírem no Brasil uma estrutura capilar, terem, já há algum tempo, oferecido os próprios serviços para diminuir a carga de trabalho sobre os consulados. “Mantica disse em São Paulo um categórico ‘não’, enquanto em Roma, na Comissão de Relações Exteriores, afirmou que ‘é possível pensar em um acordo com eles…’” – recorda.
– A operação “força-tarefa”, como eu disse em Brasília ao Embaixador Valensise e repeti em Roma ao novo Embaixador La Francesca, deve servir para sanar em pouco tempo essa diferença, corrigindo uma injustiça e devolvendo à comunidade italiana no Brasil o lugar que merece como a maior comunidade de ítalo descendentes no mundo – salienta o deputado.
– A coletividade italiana no Brasil deveria manter um nível de mobilização constante sobre esses temas; já apresentei minha disponibilidade, que agora reafirmo, para uma manifestação perante os Consulados e estou convencido de que o sistema COMITES-CGIE deve continuar a trabalhar em conjunto e com competência, como tem feito nesses últimos anos, para obter esse resultado – defende o parlamentar.
– No que me diz respeito, continuo trabalhando no que é de minha competência nos vários níveis do mandato parlamentar: Apresentei e sustentei propostas de lei como a da cidadania por parte materna aos nascidos antes de 1948 ou para reabrir os prazos para a recuperação da cidadania aos naturalizados; solicitei formalmente aos parlamentares e ao governo brasileiro a assinatura da convenção de L’Haia (aquela sobre o tratado da “Apostile”); estou apresentando um questionamento parlamentar ao Governo sobre a vergonhosa espera de milhões de descendentes de trentinos que aguardam a cidadania; Estou apoiando e seguindo em todos os locais e com todos os meios de que disponho a “Força Tarefa” no Brasil; estou insistindo há mais de um ano no Parlamento sobre o fortalecimento da rede diplomático-consular italiana no mundo e, em primeiro lugar, sobre a do Brasil; estou trabalhando com todos os partidos para introduzir na Itália o estudo da história da presença italiana no mundo, pois os italianos nos conhecem pouco e mal e, também, por esse motivo, não nos respeitam e não nos valorizam – encerra Fabio Porta.