u CURITIBA – PR – Com um comunicado lacônico e conciso, o presidente do Comites de Porto Alegre, Adriano Bonaspetti, anunciou estar, desde o começo deste ano, à testa também do Intercomites do Brasil – a entidade que tem por finalidade representar e coordenar as ações dos seis Comitês em funcionamento dentro do território nacional. Dias depois, seu anúncio foi contestado por Fábio Porta, representante no Brasil da Unione Italiana del Lavoro – UIL e um dos vice-presidentes do Comites de São Paulo. Pelo menos até o final do ano que passou,  o intercomites vinha sendo presidido pelo presidente do Comites do Rio de Janeiro, Francesco Rodolfo Perrotta, que sobre a matéria não se pronunciou. A situação criada, que tem como pano de fundo as próximas eleições parlamentares com a primeira participação dos italianos no exterior através do voto por correspondência é, no mínimo, inusitada. Bonaspetti, como é sabido, é candidato a uma das 12 cadeiras de deputado no Parlamento italiano, conferidas à circunscrição exterior que garante, também, seis senadores. Porta, embora nunca tenha anunciado oficialmente essa pretensão, é um potencial candidato e não esconde isso.

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Em seu comunicado, Bonaspetti anunciava: “Dr. Bonaspetti assume a presidência do “Intercomites” Brasil” e em poucas linhas explicava o enunciado: “O presidente do Comitês-RS – Comitê dos Italianos no Exterior do Rio Grande do Sul – Dr. Adriano Bonaspetti, por decisão dos demais presidentes dos Comites brasileiros, assumiu a partir do dia 1º de janeiro, a presidência do Comitê dos Presidentes dos Comites do Brasil (Intercomites). Os nossos comprimentos e desejos de sucesso para o Dr. Bonaspetti por mais este importante encargo”. A informação foi distribuída pela assessoria de imprensa da Acirs – Associação Cultural Italiana do Rio Grande do Sul, entidade fundada por Bonaspetti que se ocupa da difusão da língua italiana em todo o Estado sob o patrocínio do governo italiano, a cuja presidência renunciou mas continua ligado na condição de diretor.

Dias depois, através de um “comunicado à imprensa”, e na condição de vice-presidente do Comites de São Paulo (que formalmente também não se pronunciou sobre a matéria), Fábio Porta contestava secamente: “Bonaspetti não é presidente do Intercomites Brasil”. Em texto italiano, explicava: “Em relação à notícia, que apareceu sobre agências de imprensa, segundo a qual o presidente do Comites de Porto Alegre, Adriano Bonaspetti, teria sido indicado com o presidente do Intercomites Brasil, o vice presidente do Comites de São Paulo, Fábio Porta, divulgou a seguinte declaração: A autoproclamação de Bonaspetti como presidente do Intercomites, antes mesmo que este organismo tenha se reunido no curso de 2006, confirma o estilo autoritário e a falta de estilo do mesmo; Bonaspetti não era nem mesmo presidente do Comites, quando, no curso de sua primeira reunião, o Intercomites do Brasil indicara a possibilidade de – por rodízio – a partir de 2006, a presidência do organismo passasse à presidência do Comites de Porto Alegre”.

Em seu comunicado, Porta Acrescenta: “O Senhor Bonaspetti, para quem deveria valer, entre outras coisas, a lei das incompatibilidades por ser o principal representante de um ente gestor no âmbito da antiga lei 153 (cursos de língua italiana), deveria pelo menos ter o bom senso de demitir-se do cargo de presidente do Comites de sua circunscrição consular”.

“Depois – continua Porta – o fato de Bonaspetti ser candidato às próximas eleições políticas deveria desaconselhar a todos os presidentes de Comites sobre a instrumentalização de tal cargo para finalidades político-eleitorais”. “Estou certo – conclui Porta – que a próxima reunião dos presidentes em Brasília saberá esclarecer e colocar fim à confusão criada, que não honra a grande comunidade ítalo-brasileira e sobretudo à importante comunidade de origem italiana do Rio Grande do Sul”. O comunicado de Porta tem a data de 12 de janeiro. O de Bonaspetti fora divulgado seis dias antes.

A seguir, o texto dos dois comunicados, como eles foram divulgados, na íntegra:

 

Il Dott. Bonaspetti assume la presidenza dell’INTERCOMITES Brasile

Il Dr. Adriano Bonaspetti, presidente del COMITES di Porto Alegre (Rio Grande do Sul), per decisione unanime degli altri presidenti dei COMITES brasiliani ha assunto, a partire dal 1º gennaio 2006, la presidenza del Comitato dei Presidenti dei COMITES del Brasile (INTERCOMITES).

Dr. Bonaspetti assume a presidência do “Intercomites” Brasil

O presidente do Comites/RS – Comitê dos Italianos no Exterior do Rio Grande do Sul – Dr. Adriano Bonaspetti, por decisão dos demais presidentes dos Comites brasileiros, assumiu a partir do dia 1º de janeiro, a presidência do Comitê dos Presidentes dos Comites do Brasil (Intercomites). Os nossos comprimentos e desejos de sucesso para o Dr. Bonaspetti por mais este importante encargo.

 

n COMUNICATO STAMPA

 

Fabio Porta (Vice Presidente Comites San Paolo): Bonaspetti non è Presidente dell’Intercomites Brasile.

In relazione alla notizia, apparsa sulle agenzie di stampa, secondo la quale il Presidente del Comites di Porto Alegre, Adriano Bonaspetti, sarebbe stato indicato quale Presidente dell’Intercomites del Brasile, il Vice Presidente del Comites di San Paolo, Fabio Porta, ha rilasciato la seguente dichiarazione:

“La ‘autoproclamazione’ di Bonaspetti quale Presidente dell’Intercomites, prima ancora che questo organismo si sia riunito nel corso del 2.006, conferma lo stile autoritario e la mancanza di stile dello stesso; Bonaspetti infatti non era nemmeno Presidente del Comites quando, nel corso della sua prima riunione, l’Intercomites del Brasile aveva indicato la possibilità che – per rotazione – a partire dal 2.006 la Presidenza dell’organismo spettasse al Presidente del Comites di Porto Alegre”

“Il Signor Bonaspetti – aggiunge Porta – rispetto al quale dovrebbe valere tra l’altro la legge dell’incompatibilità per essere il principale rappresentante di un ente gestore ex Legge 153 (corsi di lingua italiana) – dovrebbe semmai avere il buon senso di dimettersi dalla carica di Presidente del Comites della sua circoscrizione consolare”

“Il fatto poi che Bonaspetti sia candidato alle prossime elezioni politiche dovrebbe inoltre consigliare a tutti i Presidenti dei Comites sull’inopportunità di fare diventare tale incarico strumentale a finalità politico-elettorali”.

“Sono certo – conclude Porta – che la prossima riunione dei Presidenti a Brasilia saprà chiarire e porre fine a tale vicenda confusa, che non fa onore alla grande comunità italo-brasiliana e soprattutto all’importante comunità di origine italiana del Rio Grande del Sud”.

San Paolo, 12 gennaio 2.006