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De acordo com o diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho, os impactos da nanotecnologia são classificados como alto, médio e pequeno.

 

O maior impacto será nas novas linhas de produtos, com características diferenciadas dos produtos existentes, e vai representar 20% de redução de custo e um aumento de desempenho em produtos ou processo. Já o médio incrementará melhorias nos produtos e processos atuais, com 10% a 20% de redução de custo e um aumento de desempenho. Enquanto que o menor impacto representará de 1% a 10% de redução de custo, um aumento de desempenho de produtos ou processo e não terá nenhum produto ou propriedade nova.

 

Roriz falou, também, sobre a estratégia do governo chinês em agregar mais valor aos seus produtos de exportação, criando quatro agências para atuar em pesquisas e desenvolvimento em nanotecnologia. “A China investiu de 200 a 300 milhões de dólares em nano no período de 2002 a 2005, e hoje já ocupa a terceira posição em números de patentes, atrás apenas de EUA e Japão”, ressaltou.

 

Em contra partida, o governo brasileiro principal incentivador da nanotecnologia no país investiu de 2001 a 2006, algo em torno de R$ 170 mi.

 

 “Embora a utilização de nanotecnologia na produção brasileira ainda seja pouco difundida, um dos setores que foi e será fortemente alterado por essa inovação é o setor eletroeletrônico”, afirma o presidente da AEGIS Semicondutores, Wanderley Marzano no Congresso Brasileiro de Nanobusiness, realizado em São Paulo, nos dias 12 e 13 de novembro.

 

Marzano aponta várias características nos produtos eletroeletrônicos que sofreram mudanças como, por exemplo, a portabilidade dos equipamentos. “Imagine que já estão sendo desenvolvidas baterias para notebooks cuja duração é de um dia.  Os displays também estão cada vem mais eficientes, e os próximos que virão com tecnologias poliméricas resultarão em cores mais vivas”, explica.

 

“A nanotecnologia fez o setor ficar mais rápido, mais barato, mais confiável e muito mais inovador, especialmente quando observamos a interatividade entre a telecomunicação com o sistema virtual. Um exemplo, é o GPS portátil”, ressaltou o empresário. Na área de computação, a previsão é que, a partir de 2014,  as winchesters serão substituídas por memórias flash.  

 

Os outros setores também são influenciados pela nanotecnologia. O mercado de nanoportadores de medicação já movimenta, no mundo, cerca de US$ 3,39 bilhões, sendo que 70% das companhias produtoras de nanopartículas encontram-se nos Estados Unidos.

 

No caso do setor petroquímico, a Braskem investe em nanotecnologia como uma oportunidade de negócio. São diversas áreas de pesquisa desenvolvidas pelo grupo de nanotecnologia da empresa. “Temos a certeza de que não vai ser possível ser competitivo no mercado nos próximos anos, sem utilizar a nanotecnologia”, afirma o diretor da Braskem, Manoel Lisboa Neto.

 

Já no agronegócio, existem diversos estudos, muitos deles desenvolvidos pela Embrapa, para lançar novos produtos e processos baseados nas pesquisas com nanotecnologia, como por exemplo, os filmes comestíveis e a língua eletrônica, um sensor degustativo que avalia o teor de bebidas. Além disso, ano passado, a Embrapa lançou o Laboratório Nacional de Nanotecnologia aplicado ao Agronegócio.