O CÔNSUL GERAL RICCARDO BATTISTI EXPLICA O QUE ESTÁ ACONTECENDO. E PEDE AJUDA

PATROCINANDO SUA LEITURA

 

u CURITIBA – PR – Eliminar ”esses espetáculos indecentes” que ocorrem às portas do consulado que dirige, este é um desafio para o cônsul geral Riccardo Battisti que, ao lado do vice-cônsul Vittoriano Speranza, concedeu entrevista ao editor da revista Insieme. Battisti explica que os poucos funcionários de que dispõe estão fazendo o que podem, mas admite que o problema não é de fácil solução. Ele anuncia a adoção de um sistema de pré-agendamento, para evitar que interessados tenham que dormir na rua para assegurar (ou, como diz, comprar) vaga para atendimento:

 

n SR CÔNSUL: VIMOS E FOTOGRAFAMOS AS FILAS DIANTE DO CONSULADO!

Confirmo que o problema existe – isto até os muros sabem! – mas não é de fácil solução. Pois se fosse de fácil solução nós já teríamos resolvido. Meu predecessor, Mario Trampetti, quando cheguei em setembro de 2005, além de trancar os pedidos de cidadania, tinha fechado também as legalizações. Porque as legalização constituem um pouco o contrapeso das cidadanias – isto é, onde fechamos aqui, as pessoas procuram entrar por outra parte – criou-se um círculo vicioso. Evidentemente não é a mesma coisa, porque estas pessoas precisam ir à Itália e nem todos têm possibilidade, tempo, vontade e dinheiro… porém, em termos práticos, criou-se um fluxo muito consistente de pessoas que agora nos cria problemas. Logo depois da minha chegada, decidi reabrir um pouco as portas das legalizações. Porém, eu preciso estar dentro da realidade de que disponho, isto é, com a força de trabalho que possuo aqui dentro. Infelizmente dispomos de poucas pessoas e elas precisam fazer muitas coisas. Então, disse – depois de ter pensado e falado sobre o assunto – muito bem, podemos reabrir a um certo número de pessoas por dia, porque além disso existem as legalizações que nós precisamos realizar a pedido dos municípios italianos. Mas esta é uma burocracia interna à administração pública. Portanto, aquilo que nós podemos realizar concretamente constitui uma equação com muitas variáveis, com muitos números. Agora a situação, que ficara um pouco mais tranqüila, de um tempo para cá tornou-se bastante caótica. E isto é uma coisa que estamos procurando resolver com empenho. O ideal seria criar uma forma automática de agendamento. Porém, também esta é uma coisa tecnicamente não muito simples. De qualquer forma, não garante 100% que não haverá pessoas insatisfeitas. Para fazer todos felizes precisaríamos ter aqui três vezes, ou duas vezes e meia o número de pessoal. Assim, de uma forma ou de outra, não conseguiremos fazer todos felizes. E não o faremos. É preciso encontrar soluções que atendam os cidadãos italianos já reconhecidos (deles temos 34 mil) que têm direito aos serviços… mais aqueles que esperam o reconhecimento da cidadania italiana,  mais aqueles que foram à Itália para ter residência e, portanto, aqueles que estão criando este problema das chamadas legalizações. É uma equação com muitas variáveis, muitas coisas para fazer, poucas pessoas para executar. Este é o problema. Então, neste argumento que é de organização do trabalho do consulado – e creio que todos meus colaboradores estão fazendo o máximo possível (porque eu pessoalmente, como cônsul geral, preciso fazer também outras coisas) – cada um cuida de sua parte, mas eu precisaria cobrir em tese uma grama muito longa de atividades. Temos 9 colaboradores mais um ou outro que é emprestado, que de qualquer forma não tem uma situação garantida. Estas poucas pessoas precisam fazer muitas coisas. E, assim, o problema é concreto é não encontra solução fácil. Um outro argumento que é também muito preocupante: esse fenômeno das cidadanias, da legalização, desencadeou inevitavelmente um comércio, um mercado. Mas isto eu não posso mudar. Isto é resultado de um desequilíbrio existente entre uma lei italiana muito aberta, muito permissiva, que teoricamente promete (não digo garante, mas, de qualquer modo, poderia ser também um direito garantido) a cidadania a tantas pessoas e estruturas consulares que não estão em condições físicas de processar essas dezenas de milhares de processos. Isto criou, como dizia antes, muito trabalho, longas filas de espera, de pessoas que se agregaram a outras e que pouco a pouco foi inchando esse grupo. Os números são conhecidos: 34 mil cidadãos italianos; 24 mil núcleos familiares, portanto 76/80 mil pessoas esperando sua cidadania; além disso temos 11 mil trentinos (aquele é um caminho diferente, um procedimento a parte e se está fechado, não é aqui, mas em Roma e sobre isso tenho pouco a dizer). Enfim, uma quantidade enorme. Então, voltando ao mercado… este acontece fora, às portas do consulado. Espero que não aconteça dentro do consulado, mas nós temos também a obrigação de manter os olhos bem abertos para evitar que algum dos nossos empregados, de uma forma ou de outra, possa ser envolvido em casos de… digamos corrupção, o nome é este. Mas digamos que sobretudo fora do consulado acontecem coisas incríveis. Há toda uma série de hipóteses: gente que falsifica documentos, que falsifica o carimbo do consulado geral. Gente que se limita a intermediar, colher a documentação e cobrar por isto. Tem pessoas que pedem dinheiro aqui debaixo, dentro do prédio, para criar esta chamada fila de quem pode vir dia seguinte para pedir a legalização… enfim é um pouco escandaloso tudo isto. Mas como fazer para evitar? Nos viramos. Falamos com a polícia federal, com a administração do prédio, que está muito chateada porque esta coisa é bastante feia do ponto de vista da imagem, não agrada a ninguém… enfim é uma situação objetivamente difícil. 

 

n O GOVERNO ITALIANO TINHA PROMETIDO PARA SETEMBRO ÚLTIMO ATACAR O PROBLEMA. ATÉ AQUI NADA MUDOU?

Não posso dizer em detalhes o que está sendo feito, porque eu mesmo não sei. Também a mim chegam informações repetidas de mudanças que questão realizando em Roma, seja relativamente à rede consular, mas não tenho nada de concreto ainda para poder dizer que um consulado como este de Curitiba seja reforçado. Não sei. Espero.

 

n NO ENTANTO ESTE DE CURITIBA APRESENTA A SITUAÇÃO MAIS GRAVE.

Não gosto de fazer comparações com outros consulados. Cada um tem a sua realidade.

 

n MAS TEMOS A REALIDADE MAIS DIFÍCIL.

De fato, isto é verdade. Se alguém olha os números e faz comparações, vê por exemplo que no consulado do Rio de Janeiro o número de empregado é maior e a base dos italianos é praticamente igual àquela que temos aqui. É óbvio que cada consulado tem suas prerrogativas, suas exigências. Rio de Janeiro efetivamente é uma cidade maior. Mas não é apenas com estas coisas que me preocupo. Aqui não temos um Instituto de Comércio Exterior, um Instituto Italiano de Cultura. E portanto fazemos aquilo que podemos com os meios que temos à disposição. Paraná e Santa Catarina constituem um território do tamanho da Itália. Portanto, também fisicamente fiscalizar, andar e girar não é tarefa fácil. No campo do ensino, o diretor de educação (que agora está mudando) deveria ter um maior orçamento para viagens de serviço, porque se há algo que precisaria ser feito é o controle das atividades dos gestores que recebem contribuições do Estado italiano. que o sr. vê no horizonte: mais estrutura aos consulados ou mudança da lei da cidadania? Estas são as grandes soluções. Reforma do mapa consular, nova lei sobre a cidadania, estas são as grandes soluções. Mas não dependem de nós e esperamos. Que podemos fazer?

 

n TEMOS O EXEMPLO DE COLABORAÇÃO COM OS TRENTINOS, QUE DEU CERTO: O SR. NÃO ACHA POSSÍVEL VALER-SE DA CONTRIBUIÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES E DOS PATRONATOS?

Mas isto é uma coisa que não posso decidir sozinho. Estas são coisas que deveriam ser estabelecidas e decididas em Roma. Quero dizer que se fala também sobre isto. Alguém afirmou que se poderia entregar a pessoas de fora do consulado a preparação dos processos, etc.. Disso falamos numa reunião de coordenação na Embaixada, em Brasília, há alguns meses, onde estavam também alguns parlamentares italianos eleitos há pouco (Angeli, Bafile, Pollastri). Uma das propostas discutidas foi esta de entregar a estruturas externas não todo o processo de cidadania mas, digamos, a parte menos responsável do ponto de vista jurídico (mantendo-se o necessário controle dos consulados, a assinatura do processo e o envio a Roma). Porém, também sua revista publicou a opinião de Petruzziello que não estava muito de acordo com isto, assim como também Bafile. Não há, portanto, uma unanimidade. Eu mesmo, devo dizer, vejo um pouco arriscado exatamente por tudo aquilo que falava antes. Isto é, nós temos uma situação em torno de nós que é muito incandescente. Criou-se um mercado, um comércio sobre a cidadania, infelizmente porque sempre tem alguém que é mais vivaldino, alguém que é menos vivaldino, e o primeiro se aproveita do segundo. Então, isto é sociologia. Eu não posso mudar o mundo à minha volta. Devo limitar-me, e espero bem fazê-lo, a fiscalizar aquilo que acontece dentro das paredes do consulado. Mas aquilo que acontece fora não é minha responsabilidade e não tenho nem a obrigação de olhar o que ocorre, a menos que ocorram crimes, tipo falsificação de documentos, então sim, mas se duas pessoas se falam, uma diz à outra: “dá-me dez mil reais que te arranjo tudo” e o outro é tão estúpido que lhe dá sem ter nenhuma garantia que o primeiro esteja verdadeiramente em condições de resolver seus problemas, este é um fenômeno que me foge completamente. Nesta situação, portanto, de grande presença de intermediários, de pessoas, grupos e categorias diversas, a mim parece que seria arriscado confiar no serviço feito fora do consulado… depois, aqui em Curitiba não temos estruturas grandes tipo patronatos fortes nas quais eu possa confiar 100% em termos de transparência e honestidade. Enfim, é uma matéria que poderia de novo atrair muitos interesses e não todos na linha do Estado, dos interesses gerais. De qualquer forma, não é uma decisão que eu deva tomar, porque se se fizesse isso o seria para todos os consulados da América Latina, ou do mundo. Porque a situação de Curitiba é, sim, particularmente grave, mas não é certamente uma exceção. Na Argentina é assim. Aliás, o embaixador nos disse na última vez que na Argentina os consulados estão fechados para novos pedidos de cidadania. MaS PORQUÊ? Parece uma maldade. Fazemos isso porque precisamos ainda processar todos os pedidos antigos. O consulado que não fecha, de qualquer forma faz uma coisa muito equivalente ao fechamento. Porque eu posso também receber os papéis de uma pessoa que chega hoje e me diz que quer a cidadania. Mas eu falseio com ele se digo “obrigado por ter-me dado estes papéis”, porque é somente ele virar as cosas e eu os coloco na gaveta para analisá-los 20 anos depois. Então, é muito mais honesto, mais claro, sincero e limpo dizer: nós não aceitamos mais novos pedidos até que não tenhamos processado os antigos…

 

n TAMBÉM PORQUE, COM ESTA NOVA FILA, A ANTIGA ESTÁ PARADA…

Não, não está completamente parada. Mas vai a um ritmo que não supera 3.000 pedidos por ano. Ora, se você considera que temos em espera, teoricamente, 75 mil pessoas (os números não são exatos, porque precisa ver em cada fascículo de núcleos familiares quantas são as pessoas, portanto é uma estimativa), quer dizer que serão necessários 20 anos para fazer 60 mil.

 

n MAS SE A FILA ANTIGA ESTIVESSE ABERTA, SEGURAMENTE TERÍAMOS MAIS OUTROS 75 MIL NA ESPERA…

O discurso dos números é complicado. Estas 24 mil posições familiares que temos talvez signifique um número menor de pessoas. Porque alguém morreu, alguém mudou, alguém já atendemos porque às vezes há confusão entre os fascículos porque as famílias são numerosas, então talvez a mesma pessoa nós a vemos em dois fascículos diferentes, já a processamos noutro núcleo familiar, portanto aquela posição não devemos mais computar. Porém eu não tenho à disposição um departamento de 15 estatísticos ou contadores para me fazer todos esses cálculos. Então vamos adiante assim, realizamos estimativas. Além disso pode existir alguém que neste período foi para a Itália. E então está fazendo de lá o seu percurso. Enfim, são números muito aproximados. Porém, mesmo que aproximados, são muito grandes. Portanto, o problema existe, não conseguimos resolvê-lo – e acredito que não haveremos de resolvê-lo facilmente – e tocamos o barco assim. Porém espero de vocês todos – também dos jornais -, de quem está próximo do consulado, uma ajuda. É preciso explicar estas coisas claramente, serenamente às pessoas. Não criar alarmismo, não criar ondas de pânico do tipo “o consulado é mau porque fechou”. Fechamos, e prefiro mantê-lo fechado – que, aliás, é uma decisão tomada por Mario Trampetti antes de mim, mas eu a confirmei – a falsear com uma pessoa e dizê-la: “sim, sim, entrega-me teus papéis”, e depois analisá-los 20 anos depois. Não é nem mesmo sério. Então vamos adiante como dá. Mas vocês podem desenvolver um papel, construtivo porém, dêem-nos uma mão, uma ajuda. Agora com o Comites e também com outras pessoas estamos pensando como melhorar pelo menos esta coisa, assim eliminamos estes espetáculos indecentes de toda essa gente que passa a noite aqui debaixo, com colchões, cadeiras e também com esta corrupção que foi criada por pessoas de fora do consulado. Que, porém, exigem dinheiro porque organizam a fila deles, e quem deve entrar, deve sair, e quem deve esperar e quem deve entrar imediatamente… No que nos compete, orientamos a pessoa que recebe este público a rejeitar as listas pré-confeccionadas. Não aceitamos uma lista. Nós recebemos o público na ordem em que as pessoas se apresentam. O que, porém, não evita que se organizem de certa forma, porque alguém pode também ameaçar fisicamente os outros. E portanto é claro que quando chegam a nós às oito da manhã, freqüentemente o jogo já está feito. Assim como quando são realizadas eleições políticas, o jogo é feito na noite anterior.

 

n TAMBÉM TRÊS, QUATRO, OU MESMO SEIS DIAS ANTES. ENCONTREI PESSOAS QUE ALI FICARAM POR SEIS DIAS!

Porém, pelo menos formalmente nós dissemos não às listas pré-confeccionadas. Porque até poucos dias alguém vinha e dizia: eis, esta é a lista das pessoas que vocês devem receber hoje. A isto dissemos não.

 


u FILE DAVANTI AL CONSOLATO DI CURITIBA:

 

“È UN PO’ SCANDALOSO TUTTO QUESTO”

 

Il console generale Riccardo Battisti spiega cosa sta succedendo. E chiede aiuto.

 

Eliminare “questi spettacoli indecenti” che si verificano alle porte del consolato che dirige, questa è una sfida del console generale Riccardo Battisti il quale ha concesso un’intervista all’editore della rivista Insieme, con a lato il vice-console Vittoriano Speranza . Battisti spiega che i pochi funzionari di cui dispone stanno facendo quello che possono, ma ammette che il problema non è di facile soluzione. Annuncia l’adozione di un sistema di prenotazione, al fine che gli interessati non debbano dormire in strada per assicurarsi (o, come dice, comprare) un posto per essere ricevuti:

 

n ABBIAMO VISTO E FOTOGRAFATO LE FILE DAVANTI AL CONSOLATO. NIENTE DI BELLO!

Confermo che il problema esiste – questo lo sanno anche i muri! –   ma non è di facile soluzione. Perché altrimenti, se lo fosse, l’avevamo già trovata. Il mio predecessore, Mario Trampetti, quando io arrivai qui nel settembre 2005, aveva chiuso anche le legalizzazioni, oltre alle nuove domande di cittadinanze. Perché le legalizzazioni sono un po’ il contrappeso delle cittadinanze, cioè, laddove abbiamo chiuso qui, le persone cercano di entrare dall’altra parte, non è così? E si è creato un circolo vizioso. Evidentemente non è proprio la stessa cosa, perché comunque queste persone devono andare in Italia e non tutti ne hanno la possibilità, il tempo, la voglia, i soldi… Però in termini pratici si è creato un flusso di persone molto consistente che ci sta creando dei problemi.

Dopo un breve periodo da quando ero arrivato, ho deciso di riaprire un po’ la porta delle legalizzazioni. Però io devo fare sempre i conti con la realtà che ho a disposizione, cioè con la forza-lavoro che ho qui dentro. Purtroppo abbiamo poche persone e devono fare tante cose. Allora, dissi – dopo averne parlato e fatto dei ragionamenti – va bene, possiamo riaprire a un certo numero di persone al giorno, perché in più ci sono anche le legalizzazioni che noi dobbiamo fare, perché i comuni italiani ce le chiedono. Ma quella è una burocrazia interna alla pubblica amministrazione. Quindi, è un’equazione con molte variabili, con molti numeri quello che noi possiamo fare concretamente.

Adesso la situazione, che si era un po’ tranquillizzata, è tornata da un po’ di tempo abbastanza caotica. E questo quindi è qualche cosa che noi stiamo faticosamente cercando di risolvere. L’ideale sarebbe creare una forma automatica di agendamento. Però, anche questa è una cosa che non è tecnicamente semplicissima. Comunque non garantisce al cento per cento che non ci siano persone  insoddisfatte. Perché le persone insoddisfatte ci saranno sempre. Per  fare felici tutti noi dovremmo avere qui tre volte, o due volte e mezza, l’organico che abbiamo. Quindi, in un modo o nell’altro, noi, tutti felici non li possiamo fare. E non li potremmo fare. Si tratta di trovare delle soluzioni di compromesso che possono accontentare  i cittadini italiani che già lo sono (ne abbiamo 34.000) che hanno diritto a dei servizi… più quelli che aspettano la cittadinanza italiana, più quelli che sono andati in Italia a prendere la residenza e cioè quelli che stanno creando questo problema delle cosiddette legalizzazioni. Insomma è un’equazione con molte variabili, molte cose da fare, poche persone che possono farle. Questo è il punto.

Allora, in questo discorso, che è di organizzazione del lavoro del consolato – ed io credo che tutti i miei collaboratori stiano facendo il massimo possibile (perché io poi devo fare anche altre cose, come console generale) – ognuno qui pensa al suo piccolo mondo, ma io dovrei coprire in teoria una gamma molto estesa di attività. Abbiamo 9 collaboratori più qualcun altro che è imprestato, che in qualche modo non ha una posizione di lavoro fissa e garantita. Queste poche persone devono fare tantissime cose. E quindi il problema è concreto e non ha una facile soluzione.

C’è l’altro discorso che è anche molto preoccupante: questo fenomeno delle cittadinanze, delle legalizzazioni, ha inevitabilmente scatenato un commercio, un mercato. Ma questo non è qualcosa che io posso cambiare. Questo è il risultato di uno squilibrio che esiste oggi fra una legge italiana molto aperta, molto permissiva, che teoricamente promette (non dico garantisce, ma, insomma, potrebbe essere anche un diritto garantito) la cittadinanza a tantissime persone e delle strutture consolari che non sono in grado fisicamente di portare avanti queste decine di migliaia di pratiche. Questo ha creato, come dicevo prima, molto lavoro,  quindi, di fatto delle lunghe liste di attesa delle persone che si sono aggiunte ad altre e che, piano piano, questo gruppo si è gonfiato. Le cifre le conosciamo: i 34.000 cittadini italiani; 24.000 nuclei familiari, quindi circa 75.000/80.000 persone in attesa di avere processata la pratica della cittadinanza; in più abbiamo 11.000 trentini (quello è un percorso diverso, è una procedura a parte che se si è bloccata, la causa non è qui, ma è a Roma ed io su questo ho poco da dire). Insomma è una quantità enorme.

Allora, torniamo al mercato… Questo avviene fuori, avviene vicino al consolato. Spero che non succeda dentro il consolato, ma noi abbiamo anche il compito di tenere gli occhi molto aperti per evitare che qualcuno dei nostri impiegati in un modo o nell’altro possa essere coinvolto in fenomeni di… chiamiamola corruzione, il nome è quello. Ma diciamo che soprattutto fuori del consolato ci sono cose incredibili. C’è tutta una serie di ipotesi che si fanno: c’è gente che falsifica la documentazione, che falsifica il timbro del consolato generale. C’è gente che invece si limita a fare da intermediario, raccogliere la documentazione e, però, si fa pagare dei soldi per questo. C’è gente che si fa pagare dei soldi qui sotto, qui dentro il palazzo per creare questa cosiddetta fila di chi può venire il giorno dopo a chiedere la legalizzazione… insomma, è un po’ scandaloso tutto questo. Ma come si fa a rimediare? 

Noi ci troviamo. Parliamo con la polizia federale, parliamo con l’amministratore del palazzo, il quale è molto scocciato perché questa cosa è anche abbastanza brutta dal punto di vista dell’immagine, non piace a nessuno… insomma è una situazione obiettivamente difficile.

 

n IL GOVERNO ITALIANO AVEVA PROMESSO LO SCORSO SETTEMBRE DI AFFRONTARE IL PROBLEMA. FINO AD OGGI NON È CAMBIATO NIENTE?

Non posso dire in dettaglio cosa si stia facendo, perché io stesso non lo so. Anche a me arrivano voci abbastanza ripetute di modifiche che si stanno facendo a Roma, sia per quanto riguarda alla rete consolare, ma non ho niente di concreto ancora per poter dire che un consolato come quello di Curitiba verrà potenziato. Non lo so. Lo spero.

 

n INTANTO QUELLO DI CURITIBA PRESENTA LA SITUAZIONE PIÙ GRAVE.

A me non piace fare le gare con gli altri uffici. Ognuno ha una sua realtà.

 

n MA ABBIAMO LA REALTÀ PIÙ DIFFICILE.

Ma è certo. Se uno guarda i numeri e fa un po’ di confronti, vede per esempio che a Rio di Janeiro ci sono più impiegati al consolato e la base degli italiani è praticamente uguale a quella che abbiamo qui. È ovvio che poi ogni ufficio ha le sue prerogative, le sue esigenze. Rio di Janeiro effettivamente è una città più grande. Ma non è solo in queste cose che io qui sono un po’ preoccupato. Qui non abbiamo un Istituto Commercio Estero, un Istituto Italiano di Cultura. E quindi facciamo quello che possiamo con i mezzi che abbiamo a disposizione. Paraná e Santa Catarina costituisce un territorio grande come l’Italia. Quindi anche fisicamente controllare, andare e girare non è facile. Nel campo della scuola, il dirigente scolastico (che oltretutto questa persona sta anche cambiando) dovrebbe avere un capitolo viaggi di servizio molto ricco perché se c’è qualcosa  che lui dovrebbe fare è andare a controllare le attività sul campo degli enti gestori che prendono contributi dallo Stato italiano.

 

n CHE COSA LEI VEDE ALL’ORIZZONTE: PIÙ STRUTTURA AI CONSOLATI O CAMBI DELLA LEGGE DELLA CITTADINANZA?

Quelle sono le grandi soluzioni. Riforma della mappa consolare, nuova legge sulla cittadinanza, queste sono le grandi soluzioni. Ma non dipendono da noi e aspettiamo. Qui cosa possiamo fare?

 

n ABBIAMO L’ESEMPIO DELLA COLLABORAZIONE CON I TRENTINI CHE HA FUNZIONATO: LEI NON PENSA CHE SIA POSSIBILE AVVALERSI DEL CONTRIBUTO DELLE ASSOCIAZIONI E DEI PATRONATI?

Ma questa non è una cosa che io potrei decidere da solo. Nessuno di noi potrebbe deciderlo. Queste sono cose che andrebbero stabilite e decise a Roma. Voglio dire che si è parlato anche di questo. Qualcuno ha detto che si potrebbe affidare a qualcuno al di fuori dei consolati la preparazione di queste pratiche, ecc.  Ne abbiamo parlato in una riunione di coordinamento all’ambasciata, a Brasilia, qualche mese fa dove c’erano anche alcuni parlamentari italiani eletti da poco (Angeli, Bafile, Pollastri). Una delle proposte discussa è quella di affidare a delle strutture esterne ai consolati non tutta la pratica di cittadinanza, ma diciamo, la parte meno impegnativa dal punto di vista giuridico della stessa (fermo restando che poi, invece, i consolati avrebbero dovuto effettuare un controllo e poi firmare la pratica per poi mandarla a Roma). Però anche il suo giornale ha riportato il parere di Petruzziello che non era molto d’accordo sul questa cosa, come anche non lo era Bafile. Non c’è quindi un’unanimità. Io stesso, devo dire, lo vedo un po’ rischioso proprio per quello che dicevo prima. Cioè, abbiamo una situazione intorno a noi che è molto incandescente. Si è creato un mercato, un commercio sulla cittadinanza, purtroppo perché c’è sempre alcuno che è più furbo, alcuno che è meno furbo, e il primo ne aproffita sempre rispetto al secondo. Allora, questa è sociologia. Io non posso cambiare il mondo intorno a me. Io mi devo limitare e spero di farlo bene, a controllare quello che succede dentro le pareti del consolato. Ma quello che succede fuori non è nel mio controllo e non ho neanche il compito di verificare quello che si fa, a meno che non ci siano dei reati, tipo falsificazione di documenti, allora sì, ma se due persone si parlano, una dice all’altra: “dammi diecimila Reais che io ti sistemo tutto” e quell’altro è così stupido  che li da senza avere nessuna garanzia che il primo sia davvero in grado di risolvere i suoi problemi, questo è un fenomeno che a me sfugge completamente. In questa situazione quindi di grande presenza di intermediari, di persone, gruppi e categorie varie a me sembra che sarebbe rischioso affidare all’esterno del consolato… qui poi, a Curitiba, non abbiamo strutture pesanti tipo patronati forti di cui io mi possa fidare al cento per cento in termini di trasparenza e onestà. Insomma, è una materia che potrebbe di nuovo attirare molti interessi e non tutti nella linea dello Stato, degli interessi generali. E comunque non è una decisione che devo prendere io, perché se si facesse questo, lo si farebbe per tutti i consolati in America Latina o nel mondo. Perché la situazione di Curitiba è sì, particolarmente pesante, ma non è certamente un’eccezione. In Argentina è cosi. Anzi, l’ambasciatore ci ha detto, l’ultima volta, che in Argentina tutti i consolati sono chiusi alle nuove domande di cittadinanza.

 

n MA PERCHÉ?

Sembra una cattiveria. Lo facciamo perché dobbiamo ancora processare tutte quelle vecchie. Il consolato che non chiude comunque fa una cosa molto equivalente alla chiusura. Perché io posso anche prendere le carte di una persona che viene oggi e mi dice che vuole la cittadinanza. Ma lo prendo in giro se io gli dico “grazie per avermi dato queste carte”, perché appena lui va via io poi le metto in un cassetto e poi le vado ad analizzare tra 20 anni. Allora, è molto più onesto, più chiaro, sincero e netto dire: noi non accettiamo più nuove domande fino a quando non siamo in grado di processare le vecchie…

 

n ANCHE PERCHÉ, CON QUESSTA NUOVA FILA,  LA VECCHIA È FERMA…

Non sono del tutto ferme, assolutamente. Ma vanno avanti a un ritmo  che però non supera le 3.000 domande all’anno. Ora, se lei considera che abbiamo in attesa 75.000 persone, teoricamente (che però i numeri non sono precisi, perché bisogna vedere all’interno di ogni fascicolo di nucleo familiare quante sono le persone, quindi è una stima), vuol dire che ci vogliono 20 anni per farne 60 mila.

 

n MA SE LA VECCHIA FILA FOSSE APERTA, SICURAMENTE AVREMMO ALTRI 75.000 IN ATTESA…

Il discorso dei numeri è complicato. Queste 24.000 posizioni familiari che abbiamo, forse, oramai, le persone sono di meno. Perché qualcuno è morto, qualcuno si è trasferito, qualcuno lo abbiamo già processato perché a volte c’è confusione tra i fascicoli perché le famiglie sono numerose, allora magari la stessa persona noi l’abbiamo in due fascicoli diversi, l’abbiamo processata già in un altro nucleo familiare, quindi quella posizione non dovremo più contarla. Però io non ho qui a disposizione un reparto di 15 statistici o ragionieri che mi fanno tutti questi calcoli.. Allora andiamo avanti, però così facciamo delle stime. Poi qualcuno può darsi che nel frattempo è andato in Italia. E allora sta facendo di là il suo percorso. Insomma, sono numeri molti approssimativi. Però, anche se approssimativi, sono numeri molto grossi. Quindi il problema c’è, non siamo ancora riusciti – e non credo che riusciremo facilmente a risolverlo, e andiamo avanti così. Però io mi aspetto da tutti voi – anche dai giornali – da chi è vicino al consolato, un aiuto. Intanto bisogna spiegare queste cose chiaramente, serenamente alle persone. Non creare allarmismo, non creare ondate di panico tipo “il consolato è cattivo perché ha chiuso”. Abbiamo chiuso, e preferisco tenerlo chiuso – che poi è una decisione che ha preso Mario Trampetti prima di me, ma che comunque io ho confermata – piuttosto che prendere in giro una persona e dirli: “sì, sì,  mi dia pure le sue carte, poi io le processo tra 20 anni”. Nemmeno questo è serio.

E allora andiamo avanti come si può. Ma voi potete svolgere un ruolo, costruttivo, ecco, insomma, dateci una mano, un aiuto. Adesso con i Comites e anche con alcune persone, stiamo ragionando su come migliorare almeno questa cosa, così eliminiamo questi spettacoli indecenti di tutta questa gente che passa qui la notte, qui sotto, con i materassi, le sedie e anche con questa corruzione che si è creata di persone esterne al consolato. Le quali, però, si fanno dare dei soldi perché organizzano loro le file, e chi deve entrare, deve uscire, e chi deve aspettare e chi poi entrare subito… Noi nel nostro piccolo abbiamo dato incarico alla persona che riceve il pubblico di non accettare delle liste preconfezionate. Noi non accettiamo una lista. Noi riceviamo il pubblico nell’ordine in cui le persone si presentano. Il che però non toglie che si possono organizzare in un certo modo; anche perché può succedere che qualcuno può anche usare delle minacce fisiche, delle violenze nei confronti di altri. Ma è chiaro che quando arrivano da noi, alle otto del mattino, spesso i giochi li hanno già fatti. Insomma, come quando si fanno le elezioni politiche, i giochi si sono fatti la sera prima.

 

n ANCHE TRE, QUATTRO O ADDIRITTURA SEI GIORNI PRIMA. HO TROVATO PERSONE CHE SONO RIMASTE LÀ FUORI PER SEI GIORNI!

Però, almeno formalmente noi abbiamo detto no alle liste preconfezionate. Perché fino a qualche giorno fa veniva qualcuno che diceva: ecco, questa è la lista delle persone che oggi voi dovete ricevere. A questo abbiamo detto di no.

.