PATROCINANDO SUA LEITURA

O deputado Fabio Porta em seu pronunciamento durante a Assembléia Continental do CGIE em Curitiba (Foto Desiderio Peron / Arquivo da Revista Insieme)

O GOVERNO ITALIANO ESTARIA DISPOSTO A ACEITAR A PROPOSTA DE UMA CONTRIBUIÇÃO NO VALOR DE 200 EUROS PARA CADA NOVO PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA CIDADANIA “IURE SANGUINIS” PARA REFORÇAR A ESTRUTURA CONSULAR

CURITIBA – PR – Mesmo não estando presente à reunião do Sistema Itália-Brasil, em Brasília, o deputado Fabio Porta transmitiu uma dose de “moderado otimismo” aos participantes, ao dar notícias, em carta endereçada aos participantes do encontro, sobre questões que mais preocupam a comunidade ítalo-brasileira no momento: as filas da cidadania e a eleição para a renovação dos Comites – Comitati degli Italiani all’Estero e do CGIE – Consiglio Generale degli Italiani all’Estero.

Segundo Fábio, já foi dado início, no Senado e na Câmara, do processo legislativo que visa alterar a lei italiana sobre cidadania e, segundo ele, tanto o governo quanto as comissões internas do Parlamento demonstram-se dispostas a acolher sua proposta para o financiamento dos trabalhos consulares: uma contribuição de 200 euros para cada novo pedido de reconhecimento de cidadania, com a obrigação do emprego desse dinheiro na reestruturação consular (e não ser remetido a Roma, como ocorre atualmente). Também, segundo Porta, está havendo concordância sobre a possibilidade de os Patronatos virem a colaborar no processo de atendimento às “filas da cidadania”.

Com relação às eleições, o parlamentar que é presidente do Comitê para os Italianos no Mundo e relator na Câmara das disposições com as quais o Governo estabelece as regras para o exercício do voto no exterior, assegura que, igualmente, suas propostas estão tendo boa acolhida: voto através de sistema eletrônico junto aos consulados de primeira e segunda categoria, além das sedes dos Comites e dos Institutos de Cultura e em todos os lugares onde o consulado possa garantir um representante; voto on-line através de qualquer computador sem a necessidade de comparecer a um consulado para retirar credenciais; uso de todos os esforços e meios de publicidade para informar os eleitores; uso de voluntários, oferecidos pelo CGIE, Comites e rede de associações, para o controle do correto funcionamento do processo eleitoral.

O parlamentar explica que as decisões do governo poderão ser transmitidas aos conselheiros do CGIE já na próxima assembléia geral, marcada para o fim do mês, em Roma. É possível, segundo Fábio, que as eleições sejam realizadas em novembro próximo. Como se sabe, tanto os conselheiros dos Comites quanto os do CGIE, que foram eleitos para um mandato de cinco anos, já estão no cargo há mais de dez, com os sucessivos adiamentos das eleições, inicialmente fundamentadas na necessidade de revisão da legislação que regula o funcionamento dos dois órgãos de representação das comunidades italianas no exterior. Fábio não faz referência, entretanto, em nenhuma alteração em debate desses órgãos, que não excluem até mesmo a extinção do CGIE.

Sobre a nova lei de cidadania, questionado pela redação de Insieme, o parlamentar confirmou que “nos próximos dias serão conhecidos os textos-base” da proposta do governo”. Obviamente – disse ele – o processo será longo e complexo”. Do texto-base ao definitivo, deverão ser contempladas todas as propostas de lei relativas à matéria, da transmissão da cidadania pelo lado materno antes de 1948 à reaquisição da cidadania italiana por parte de quem a perdeu no processo emigratório, entre outros.

“Meu otimisto – disse Fábio – não está ligado diretamente à lei, mas no fato de que a intervenção do Parlamento sobre esse assunto nos permitirá chamar a atenção para nossas reivindicações e apressar as soluções”.

A seguir, transcrevemos, na íntegra, o texto em italiano da mensagem de Fabio Porta transmitida durante a reunião do Intercomites que termina no final de hoje, em Brasília:

Ai partecipanti alla riunione Intercomites del Brasile

Cari amici,per me è sempre un grande dispiacere non riuscire a partecipare alle riunioni Intercomites del Brasile, alle quali come sapete cerco sempre di essere presente.

In questo caso il dispiacere è maggiore: potrebbe infatti trattarsi dell’ultima riunione di questo Intercomites se – come spero – nei prossimi mesi si procederà al rinnovo degli organismi di rappresentanza degli italiani all’estero.

Vedo che il primo punto all’ordine del giorno è relativo proprio a queste elezioni.

Come Presidente del Comitato per gli italiani nel Mondo e Relatore alla Camera del provvedimento con il quale il Governo stabilisce le regole per il voto posso confermarvi che il Parlamento in questi giorni ha posto delle precise condizioni che consentiranno sia l’espletazione in tempi rapidi delle procedure per l’organizzazione del voto entro quest’anno (probabilmente novembre del 2014) che la massima partecipazione degli aventi diritto a questo esercizio.

In particolare, abbiamo chiesto:

a) che si possa votare presso le urne elettroniche (o anche con supporto cartaceo) nei Consolati di prima e seconda categoria, ma anche presso le sedi dei Comites e degli Istituti di Cultura e in tutti quegli uffici ove il Consolato riuscirà a garantire la presenza di un proprio rappresentante:

b) che il voto “da remoto” (cioè on-line da postazione elettronica o computer) venga assicurato senza la necessità di recarsi presso il Consolato per ritirare le credenziali;

c) che si facciano tutti gli sforzi e si utilizzino tutte le forme di pubblicità per informare gli aventi diritto sull’appuntamento elettorale;

d) che si consideri positivamente la disponibilità manifestata dal CGIE, dai Comites e dalla rete associativa di mettere a disposizione volontari per il corretto funzionamento dei seggi.

Il governo ha già preannunciato una disponibilità ad accogliere queste nostre richieste e probabilmente nel corso della prossima Assemblea Generale del CGIE il tutto verrà formalizzato e comunicato.

Con riferimento invece agli altri punti all’ordine del giorno e alle “varie ed eventuali”, mi premeva soltanto condividere con voi un moderato ma motivato ottimismo relativo alla possibile soluzione di un problema sempre al centro delle nostre comuni preoccupazioni: il perdurare delle lunghe attese per il riconoscimento della cittadinanza ‘ius sanguinis’ in Brasile.

Tale mio ‘moderato ottimismo’ è dovuto ai seguenti fattori:

– Partenza, alla Camera e al Senato, dell’iter legislativo della nuova legge sulla cittadinanza;

– Disponibilità, espressa dal Ministro degli Esteri e dalle Commissioni competenti, ad accogliere la mia proposta di introdurre un contributo di 200 euro per le nuove domande di cittadinanza;

– Disponibilità, anche in questo caso del Ministro e del Parlamento, a intervenire sulla normativa sulle ‘percezioni consolari’, introducendo l’obbligo di destinare una parte significativa al rafforzamento dei servizi consolari;

– Disponibilità, dichiarata per la prima volta dal Ministro degli Esteri, ad avvalersi del lavoro dei patronati a supporto della rete consolare (in applicazione della legge 152 del 2001).

È ovvio che tutti questi elementi potranno costituire altrettanti fattori determinanti di una possibile soluzione a condizione che esisterà una chiara volontà politica da parte del governo e una altrettanto forte iniziativa messa in atto da noi tutti: in primo luogo da Comites, Cgie e parlamentari eletti all’estero.

Condivido infine quanto già discusso e concordato nel corso della nostra riunione a San Paolo in relazione al diritto di voto amministrativo e all’estensione dei benefici del LOAS (assistenza socio-sanitaria) agli stranieri che vivono qui in Brasile; spero che la commissione parlamentare di collaborazione Italia-Brasile, recentemente nominata per la parte italiana dalla Presidente Boldrini e della quale sono membro insieme all’On. Bueno, avrà presto la possibilità di riunirsi con i colleghi brasiliani e di intervenire positivamente su questi temi.

Non voglio dilungarmi oltre, sia per non togliere prezioso tempo ai vostri lavori che per la nostra consuetudine di mantenere comunque un confronto diretto a vari livelli.

Saluto e ringrazio tutti gli intervenuti:i colleghi parlamentari eventualmente presenti, i Presidenti di Comites, i Consiglieri del CGIE, il Signor Ambasciatore, il Consigliere Annis e tutti i rappresentanti consolari presenti.

Un abbraccio, On. Fabio Porta – Roma, 13 maggio 2014