Para comemorar o centenário do histórico voo Roma-Toquio, no início do século passado, as lendárias ‘Frecce Tricolori’ agitaram os céus italianos no no fim de semana que passou (16 e 17/10). O show aéreo foi realizado em Thiene, província vêneta de Vicenza, terra de nascimento do piloto Arturo Ferrarin, com mais de um ano de atraso devido à pandemia da Covid. O voo, realizado em 1920, é considerado ainda hoje um dos mais extraordinários da história da aviação.

O show aéreo foi documentado pelo jornalista Paolo Meneghin, colaborador de Insieme de longa data. Ele lembra que o Raid Roma-Toquio foi um memorável feito que faz parte da história da aviação mundial, nascido de uma ideia de Gabriele D’Annunzio. Do Raid participaram 11 aeronaves mas a única que chegou em Tóquio foi a comandada pelo tenente Ferrarin, em companhia do motorista Gino Cappannini. O trajeto foi realizado em 112 horas de voo a bordo de um biplano Ansaldo SVA 9.

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No dia 31 de maio de 1920, 106 dias depois da partida (14 de fevereiro), cerca de 200 mil pessoas se aglomeravam em Tóquio para saudar a chegada dos dois heróis. As comemorações duraram 42 dias.  O voo Roma-Tóquio foi realizado a uma velocidade média de 160 quilômetros horários. O avião de Ferrarin – segundo a literatura conta – “era de madeira e lona, ​​a cabine era aberta e a tripulação estava exposta ao vento e às intempéries, o radiador não era adequado para altas temperaturas tropicais enquanto o carrinho estava sem as carenagens das rodas, útil em caso de pouso em terrenos difíceis. Não havia rádio a bordo, a velocidade era mantida sensorialmente e o piloto conduzia a navegação apenas com o auxílio de relógio e bússola”.