Personagem de Ziraldo acompanha alunos de 2 a 5 anos da escola internacional no processo de aprendizagem e no resgate de tradições

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u BELO HORIZONTE – MG – Não é o inglês, nem o esperanto, mas a alegria a verdadeira linguagem universal, como constataram, com o apoio do Menino Maluquinho, os alunos da Scuola Materna da Fundação Torino, a instituição de ensino internacional ligada ao Grupo Fiat. Durante o ano letivo 2004/2005, que se encerrou n sexta-feira passada (24/6), o personagem do escritor mineiro Ziraldo foi o tema que ligou todas os projetos didático-pedagógicos e lúdicos, bem como o motivo de decoração das instalações, e um verdadeiro mestre-de-cerimônias para as crianças resgatarem as formas antigas de brincar.

Corda, amarelinha, corrida de patinete e tantas outras brincadeiras do tempo de nossos avós foram usadas não só para mostrar alternativas mais construtivas do que os brinquedos eletrônicos comprados, mas também para apresentar conteúdos éticos e pedagógicos para os estudantes de 2 a 5 anos da Fundação Torino.

A maior parte dos 135 alunos da Scuola Materna são brasileiros, mas há também alguns alemães, argentinos, italianos e um vietnamita. E a identificação de todos com o Menino Maluquinho e suas aventuras foi completa. “O Menino Maluquinho foi uma descoberta para as crianças estrangeiras. Mas ele também é globalizado, do ponto de vista da alegria”, diz a diretora da unidade, Magda Casarotti. “A questão do brincar, da alegria, é inerente às crianças. Há culturas mais abertas e outras mais rígidas, mas isso independe para elas. Brincar é uma fala comum”, explica.

E essa linguagem universal ganhou corpo das mais diversas formas, seja no cinema, na leitura e troca de livros, nas encenações bem como no teatro. Na escola, um fantoche do Menino Maluquinho interagia com todos os alunos, discutindo temas como a higiene pessoal e o respeito aos pais e mães.

Se a imagem é de um personagem tipicamente mineiro, o conteúdo é internacional. Todas as atividades têm como base o conceito dos campos de experiência, uma metodologia pedagógica desenvolvida na Itália na qual os estudantes participam da construção de sentido, trabalhando seis temas que interagem entre si. “No final do processo, a criança tem uma visão ampla não só de si mesmo, mas do mundo que a rodeia”, observa Magda Casarotti. Os seis passos são o corpo e o movimento; as coisas, o tempo, a natureza; a criança e o outro; o espaço, a ordem, a medida; mensagem, forma, mídia; e o discurso e as palavras.

 

Scuola Materna

Na Escola Internacional Fundação Torino, as crianças de 2 a 5 anos são preparadas para um mundo de conhecimento desde cedo. O aprendizado é feito em dois idiomas (português e italiano) e conduzido por um grupo de professores, muitos pós-graduados e com curso na Universidade de Perúgia para ensino bilíngüe.

Há muito espaço para as crianças desenvolverem, incluindo ateliê de arte, biblioteca, palco, quadras poliesportivas e horta. Como os idiomas, a informática já faz parte do currículo comum, reconhecido pelos governos brasileiro e italiano e que segue o calendário europeu – de agosto a junho do ano seguinte. São oferecidas ainda atividades opcionais, como balé, capoeira e artes.

As crianças têm alternativa de estudar no turno da manhã, da tarde ou integral de um a cinco dias por semana. “Essa opção é uma praticidade para as famílias, na medida em que podem escolher quantos e quais dias que a criança poderá ficar na escola o dia todo”, explica a diretora da Scuola Materna.