Guarda de Honra do Panteon homenageia personalidades e comemora o Dia da Unidade da Itália

O final da I Guerra Mundial no front italiano e os 150 anos do início da grande imigração italiana no Brasil estão sendo comemorados hoje em cerimônias organizadas e conduzidas pelo departamento do Basil da Guardia d’Onore alle Reali Tombe del Pantheon, comandada pelo delegado Filipo Marcon. O primeiro tempo do ato solene aconteceu pela manhã nas dependências da Sociedade Garibaldi, na área central de Curitiba, com a presença de autoridades e convidados, além de integrantes de instituições signatárias do tratado de integração cultural e colaboração firmada com a Guardia d’Onore cujos novos integrantes receberam, também, medalhas.

No ato, que terá sequência à noite com jantar festivo em Santa Felicidade, foram lembrados os episódios alusivos à data: “No dia 4 de novembro 1918, após o triunfo das tropas italianas na batalha de Vittorio Veneto, entrava em vigor o armistício de Villa Giusti, que sancionava a rendição do império austro-húngaro à Itália e permitia a anexação das terras não redimidas de Trento e Trieste”, leu na oportunidade o cônsul honorário da Costa Rica, Fabio Siebert. “Por esta razão, a intervenção italiana na primeira Guerra Mundial é considerada como a conclusão do processo de unificação e, é vista por muitos, como a quarta guerra da independência italiana”, disse Siebert.

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A instituição da “Medalha dos 150 Anos” pela Guardia d’Onore , por sua vez, assinala a importância da relação “mais que secular de amizade e benefícios mútuos entre duas grandes potências globais”, a Itália e o Brasil, “e a solidez desse fato histórico é notável ao ponto de observarmos que seu início foi anterior à própria criação de nosso Instituto”, lembrou o orador que concluiu: “Há 150 anos, o navio francês La Sofia, após 50 dias de viagem, chegava à região sudeste do Brasil, especificamente na capital do Espirito Santo com 388 italianos, em uma expedição organizada pelo Trentino Pietro Tabacchi. Já em maio de 1858, Dom Pedro II aprovou o que regulamentou o transporte de imigrantes elaborado pelo presidente do Conselho de Ministros, Marquês de Olinda. E é com grande satisfação que anunciamos o lançamento desta distinta honraria que tem por escopo reconhecer os notáveis serviços prestados por instituições, personalidades civis e militares na difusão da cultura, dos costumes, da língua e das tradições italianas em território brasileiro. Temos certeza que esta distinção não apenas refletirá o reconhecimento, mas expressará também a gratidão prestada por todos os Guardas e ítalo- descendentes aos ilustres agraciados”.

Segundo comunicado à imprensa expedido pelos organizadores, o “4 de novembro é lembrado na Itália por ser comemoração ao Dia da Unidade Nacional e o Dia das Forças Armadas, data instituída em 1919 como Dia da Vitória, nessa data, no ano anterior, era assinado com o Império Austro-húngaro o Armistício de Villa Giusti, conhecido também como Armistício de Pádua, que punha fim à guerra entre as duas nações”. E, devido ao fato de a data coincidir com o fim da I Guerra Mundial, “comemora-se ainda o dia das Forças Armadas, memorando-se os mortos desse conflito”.

As comemorações seguem à noite no Restaurante Porta Romana, com o Jantar Anual da Guarda de Honra do Pantheon Brasil, comemorando-se toda “Giornata dell’UnitàNazionale e delle Forze Armate” e, segundo o mesmo comunicado, “o ponto alto será o lançamento oficial da medalha comemorativa pelos 150 anos da Imigração Italiana no Brasil”. A medalha, instituída pela Delegação Brasileira de Guarda de Honra do Pantheon, “reconhece – segundo o comunicado – a dedicação de instituições em perpetuar e transmitir o legado na difusão da cultura, dos costumes, da língua e das tradições italianas em território nacional e em evocação as comemorações alusivas aos 150 anos da imigração italiana no Brasil; sendo que a medalha de número um foi outorgada ao Príncipe Emanuele Filiberto diSavoia, Chefe da Casa Real Italiana”.

Os Homenageados – Os homenageados com a medalha comemorativa pelos 150 anos da Imigração Italiana no Brasil, são: o Arcebispo de Curitiba, Dom Peruzzo; a ex-governadora Cida Borghetti; a Cônsul Geral da Itália, Eugênia Berti; o deputado estadual presidente da frente parlamentar Brasil Itália de Santa Catarina, Vicente Caropreso; o advogado João Casillo; a presidente da ACCUR (Academia de Cultura de Curitiba), Maria Inês Borges da Silveira; o presidente da Câmara de Comércio Brasil Itália (Italocam), Francesco Pallaro; Marino Garofani, fundador da empresa Brafer Construções Metálicas; Marcello Luparia, da empresa Maclinea; e o ex-Secretário de Indústria e Comércio do Paraná e ex-vice presidente da FIEP, empresário Virgílio Moreira Filho.

A Guarda de Honra – O Instituto Nacional da Guarda de Honra do Pantheon foi fundado em 1878 e é considerado a Associação de Combate e Arma mais antiga em atividade na Itália. Foi elevado a Ente Moral por Decreto Real, sendo submetido em 1990 à vigilância do Ministério da Defesa, permanecendo uma instituição patriótica, apolítica e apartidária, a fim de preservar o sentimento de honra e o respeito pela Pátria.

A atividade principal do Instituto – explica ainda o comunicado – consiste no serviço de guarda nas sepulturas dos Reis e Rainhas da Itália. Na sede do Instituto são mantidos registros que, colocados ao lado dos túmulos reais, reuniram ao longo das últimas décadas, centenas de milhares de assinaturas em homenagem aos soberanos. Além disso, é organizador e promotor de cerimônias, manifestações, eventos culturais, alusivos e patrióticos, distinguindo-se sobretudo por sua contribuição no resgate histórico de datas e recorrências civis e militares”

A Delegação no Brasil – explica por fim o comunicado – é encarregada de manter as ligações necessárias com as instituições civis do Estado, com as Forças Armadas, e de manter estreitas relações de colaboração com as associações militares e de combate italianas e estrangeiras, representando junto a comunidade italiana no Brasil, um Instituto que visa manter viva a memória daqueles que conduziram a Itália para Unidade Territorial, recordando com afeto os heróis e as vítimas que sacrificaram suas próprias vidas para pudéssemos aprender a apreciar a beleza e lutar pela defesa da Paz”.