CURITIBA – PR – O Esforço pessoal e quase sobre-humano da historiadora, museóloga e professora aposentada Beatriz Pellizzetti Lola será, em parte, recompensado com o lançamento, no próximo dia 21 (21/09/2011), em Roma, da versão italiana de seu livro intitulado “L’Ideologia e la creatività dell’immigrazione europea in Brasile” (A Ideologia e a Criatividade da Imigração Européia no Brasil). A obra, com mais de 800 páginas e que desde 2005 já possuia versão editada em francês, foi traduzida na Itália sob financiamento da própria autora (Editora Primalpe), e ganhará o público durante solenidade a ser realizada na sede do Museo Nazionale dell’Emigrazione, no Altar da Pátria (Vittoriano), localizado no coração da capital italiana.

PATROCINANDO SUA LEITURA

Mesmo enfrentando problemas de saúde, Beatriz está viajando à Itália, pois fez questão de presenciar o histórico fato, promovido pelo próprio Museu, em conjunto com o Centro Altreitalie sulle Migrazioni Italiane nel Mondo como outro marco comemorativo aos 150 anos da Unificação da Itália. No lançamento, uma conferência com diversos expositores situarão a obra dentro do contexto da grande imigração italiana em todo o mundo, especialmente no Brasil.

Beatriz, que foi uma das expoentes do Departamento de História da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, na segunda metade do século que passou, é autora de outros livros (como “Memórias de um Italiano na Revolução de Trinta”) e, depois de ter vivido também no Rio de Janeiro, fixou-se em Rio do Sul-SC, sua terra natal – uma cidade fundada por seu pai Ermembergo Pellizzetti, que teve presença marcante na colonização de todo o Vale do Itajaí. O livro, com farta ilustração documental e fotográfica, coloca luzes sobre a realidade de um Brasil formado por imigrantes europeus, especialmente italianos e alemães. Seu pai Ermembergo foi um idealista e, apesar de imigrante, chegou a ser deputado em Santa Catarina, sendo sua a iniciativa legislativa para o desmembramento de Rio do Sul do então grande território que formava o município de Blumenau, de comando exclusivamente alemão. Sua casa, onde a autora preserva escritos, livros e pertences, é hoje mantida por Beatriz que se bate, também, por financiamento para a sua preservação.