De agora em diante, o “Museu ao Ar Livre” de Orleans-SC estará com suas atividades vinculadas ao novo Mei – Museo Nazionale dell’Emigrazione Italiana, que será inaugurado ano que vem em Gênova, Itália. Um protocolo de intenção e cooperação nesse sentido foi assinado na manhã desta quinta-feira (29/07) entre o Comitê diretor do Mei e a direção da Fundação Educacional Barriga Verde – Febave, com a participação do Consulado Geral da Itália em Curitiba . O ato aconteceu de maneira virtual.

Mantido pela Febave, o Museu ao Ar Livre Princesa Isabel reúne hoje um considerável acervo de peças e documentos referentes à imigração europeia, sobretudo italiana, do final do século XIX e início do século XX, incluindo a documentação da Empresa Colonizadora Grão-Pará, responsável pelo assentamento da maior parte dos imigrantes no Sul de Santa Catarina.

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O novo Mei, por sua vez, é sucessor do museu de mesmo nome que funcionava em Roma, no Vittoriano, e foi fechado. Em Gênova, está sendo instalado num edifício do século XII, no centro histórico da cidade, e atuará nacionalmente na Itália, conectado com a rede de museus locais da emigração italiana.

Pelo acordo, as partes comprometem-se à mútua colaboração na proteção, valorização e divulgação do patrimônio histórico, documental e iconográfico da emigração italiana e para o avanço dos estudos sobre o fenômeno migratório. Comprometem-se também à congregação de seus conhecimentos específicos.

O protocolo tem validade inicial de 10 anos e todo o acervo do Museu da Febave, fundado pelo saudoso Padre João Leonir Dall’Alba não poderá ser retirado do luigar em que se encontra, salvo em casos de extrema necessidade. Associações como a Trevisani nel Mondo de Tubarão e Veneta de Orleans participam do projeto.

Segundo consta do documento firmado hoje, a maior parte do projeto do Mei foi financiada pelo Estado italiano: três milhões pelo MIC, com o programa Grandes Projetos do Patrimônio Cultural; dois milhões do Pacto por Gênova assinado entre o Município e o Governo Renzi; e 300 mil euros da Compagnia di San Paolo. “Será – segundo consta do acordo celebrado – um museu amplamente interativo e multimídia nos moldes da seção sobre emigração já existente no Galata Museo del Mare”, com “capacidade de se comunicar com uma ampla gama de públicos: jovens que poderão aprofundar seus conhecimentos sobre nossa história; cidadãos italianos que poderão encontrar referências sobre suas origens; e turistas que poderão observar qual foi a marca deixada pelos italianos no mundo”.

O Mei, ainda segundo o acordo celebrado, será “um ponto de referência para a formação cívica de jovens estudantes de escolas públicas e privadas italianas”, enquanto pretende também “celebrar acordos e memorandos de entendimento com realidades culturais italianas e estrangeiras empenhadas na educação e promoção da leitura e, em particular, na valorização da literatura de migração”.

Para atingir os objetivos pretendidos, as partes comprometem-se, entre outras coisas, “a disponibilizar reciprocamente os materiais e competências, históricas ou museográficas, de cada uma, bem como os conhecimentos e redes de relações ativadas” e mais: a) promover, coordenar e realizar atividades de investigação baseadas na contribuição de diferentes competências disciplinares e destinadas a integrar as questões abordadas no percurso expositivo do Mei e a aprofundar os estudos sobre as questões da emigração italiana; b) promover, coordenar e realizar atividades culturais, educativas e formativas, bem como atividades de investigação e divulgação relacionadas com o tema do conhecimento da história da emigração italiana e os vários aspectos da migração contemporânea, envolvendo o mundo do livro e da leitura (editores, livrarias, bibliotecas, arquivos e escolas)”.

O documento foi assinado pelo presidente do Comitê Científico do Mei, Paolo Masini; pelo presidente da Febave/Museu ao Ar Livre Princesa Isabel, Guilherme Valente de Souza; e pelo cônsul geral da Itália em Curitiba, Salvatore Di Venezia. Como testemunhas assinaram Fabiola Cechinel (que, além de uma das organizadoras do evento foi, também, quem conduziu a live), Andrea Dorini e Luiz Marchesini.

Do evento, participaram, pela Febave: Guilherme Valente de Souza, presidente e reitor; Luiz De Noni: vice-presidente e vice-reito; Pedro Zilli Neto, coordenador do Curso de Direito; Dimas Ailton Rocha, reitor administrativo e de pós-graduação, pesquisa e extensão; Valdirene Boger Dorigon, diretora do Museu ao Ar Livre Princesa lsabel; Idemar Ghizzo, museópogo; Edina Furlan Rampinelli, diretora de cultura; e Paulo Andre Doneda Jung, diretor da Tecnologia da lnformação.

Pelo Mei participaram Paolo Masini e Pierangelo Campodonico, respectivamente presidente e secretário do Comitê. Participaram também Salvatore di Venezia, cônsul geral da Itália em Curitiba; Jorge Koch, prefeito de Orleans; Luis Molossi, presidente Comites e vice-presidente da Consulta Vêneta no Mundo.