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CURITIBA – PR – “Agora chegou a hora de respeitar essa
Itália que existe e que fora da Itália”. A afirmação é do senador Fausto Longo
(PD), eleito para o Parlamento Italiano nas últimas eleições realizadas no final
do mês passado. Ele critica as “filas da cidadania”, onde cerca de 550 mil
pessoas aguardam o reconhecimento da cidadania italiana por direito de
sangue.

Em entrevista que será publicada na íntegra na próxima edição (março) da
Revista Insieme, Longo diz que os ítalo-descendentes que mostraram competência
para ajudar na construção de três Américas podem colaborar na recuperação da
Itália, mas “desde que haja uma contrapartida chamada respeito”. Criticando o
atendimento que os ítalo-brasileiros têm dos consulados que operam no Brasil, o
senador diz que “a impressão que se tem é que a gente é um cidadão de segunda
categoria, porque somos mal recebidos”.

“O italiano é italiano – diz ele – porque corre no seu sangue o DNA italiano.
Ele italiano não é por outorga de ninguém, nem porque ele foi buscar essa
cidadania. Ele é italiano por herança genética. Agora, ele quer transformar essa
herança genética num exercício político, num exercício cívico. E para que isso
aconteça ele precisa ser reconhecido pela Itália como aquilo que ele já é de
fato, mas reconhecido de direito como cidadão”.

O novo senador assegura que vai lutar, “usar a tribuna de uma forma
extremamente agressiva, no sentido de fazer com que governos cumpram a
Constituição, porque o Parlamento votou a Constituição e é um direito que nós
temos. Então não é mais uma brincadeira no sentido de fazer um favor”.

Na entrevista, dividida em dois vídeos, Fausto Longo (arquiteto e urbanista
que em seu passado foi também cartunista de jornal) conta um pouco a história de
sua família. Antes de viajar para Roma, onde tomou posse em suas novas funções,
escreveu ao editor da revista Insieme: já embarcado, com
consciência da responsabilidade que carrego junto com o mandato que me foi
confiado, sinto-me um pouco “de volta ao futuro”…afinal, Candido Longo,
aventureiro, otimista e corajoso, deixou a Itália em 1892 e, a seu modo, do seu
jeito, tornou realidade seu sonho e “fez a América”, deitou sementes, gerou
frutos. Hoje, uma dessas sementes, a primeira vez na história dos descendentes
italianos no Brasil, depois de 120 anos, retorna à terra mãe para contar que sua
aventura, que sua esperança, que suas lutas, não foram em vão!