“Somos e sempre seremos italianíssimos!”

PATROCINANDO SUA LEITURA

 

u CURITIBA – PR – Em uma carta endereçada ao articulista do jornal italiano “Corriere della Será”, Sergio Romano, o jornalista Alberto Fusco, de São Paulo, recomenda mais equilíbrio no que escreve sobre os italianos no exterior. Romano é o mesmo articulista que no dia em que o presidente do Conselho de Ministros Romano Prodi chegava ao Brasil, ano passado, recomendava que o premiê deixasse de lado velho apelos ligados à imigração para tratar de negócios. “Me parece – escreve Fusco – que uma crônica correta, mais equilibrada e menos facciosa, ou um comentário que descreva as faces claras e escuras da Itália no exterior, ou seja, o clássico “reverso da medalha”, seria muito mais apreciável”.

O articulista que tem estreitas ligações com o mundo diplomático italiano, tem repetidas vezes ridicularizado os italianos no exterior, especialmente o direito de voto por correspondência, como acaba de acontecer. “O senhor afirma que a lei Tremaglia é errada e então porque não a mudam?”, pergunta Fusco, para quem, se depois de tanto tempo alguns, na América do Sul, misturam termos espanhóis quando tentam falar italiano, a contrapartida pior está na própria Itália, onde existem deputados e senadores que não conseguem esconder o sotaque tirolês ou o napolitano.

Confira a carta que o jornalista Alberto encaminhou a Sérgio Romano (o texto original está em italiano, em baixo – a versão para o português é do jornalista Desiderio Peron):

 

“São Pauilo 11 de abril de 2008

Prezado Romano, antes de mais nada, permita me apresentar: sou Alberto Fusco, nascido em Roma em 1942 e desenvolvo a profissão de jornalista há mais de 40 anos, 30 dos quais no exterior, e depois de tanto tempo conservo ainda no bolso cuidadosamente a carteira número 52463 da Ordem Nacional dos Jornalistas de Roma.

O senhor, faz algum tempo, nunca perde a oportunidade de ridicularizar os italianos no exterior, quase sempre com a cumplicidade da senhora “australiana” Franca Arena. Porque cita sempre os personagens da América do Sul menos dotados intelectualmente como o senador Pallaro, e não chama nunca à causa o senador Edoardo Pollastri, homem de reconhecida cultura e administrador de classe “A”, presidente da Câmara de Comércio Ítalo-Brasileira de São Paulo e presidente da União das Câmaras?

Depois, lhe faço lembrar que os italianos no exterior sempre pagaram as taxas:

• Quando, com suas remessas, logo após a guerra ajudaram o País a se levantar do desastre bélico;

•  Quando, com seu empenho, divulgaram o nome “Itália” nos quatro cantos da terra.

O senhor afirma que a lei Tremaglia é errada e então porque não a mudam?

Durante minha longa permanência no exterior, tive como constatar que muitos, muitíssimos italianos lêem o “Correião”, assistem aos programas da RAAI e, afinal, viajam três ou quatro vezes por ano à Itália.

Em vez de denegrir, não seria mais útil apoiar, ajudar estas pequenas ilhas de italianos para reforçar a presença italiana, o produto italiano, o “Made in Italy” em todo o globo?

Em São Paulo, cito-lhe um exemplo, existem 14 (quatorze!) Alianças Francesas, e existem mais ou menos 14 franceses. Os nossos primos além da fronteira foram mais espertos de nós, fizeram da cultura uma ponte comercial. Sim, é verdade que, depois de tantos anos, na América Latina existem alguns que quando falam italiano, o impregnam – como o senhor diz – de espanholismos. Mas existe também tanta gente a que fala a língua italiana melhor do que tantos deputados e senadores da República, que têm sotaque tirolês ou napolitano, de fazer inveja a Edoardo De Fillippo! São mais expressivos que muitos que vivem pelo mundo, como nós.

A definição do italiano no exterior parece mais – como gosta de dizer o diretor da Aise, Giuseppe Della Noce- com uma hipérbole literária. Suas afirmações  contrastam claramente com quanto dizia o inesquecível Prezzolini, que, há pouco menos de um século, afirmava: “Eu faria a Itália ser governada pelos italianos no exterior!”.

Não tenho alguma intenção de ensinar-lhe o que deve dizer, porém, me parece que uma crônica correta, mais equilibrada e menos facciosa, ou um comentário que descreva as faces claras e escuras da Itália no exterior, ou seja, o clássico “reverso da medalha”, seria muito mais apreciável por quem, como nós, ainda que distantes de casa – ao contrário da Senhora Arena que é claramente “australiana” – somo sempre italianíssimos.

Com os sinais de minha mais alta estima.

Alberto Fusco

São Paulo – Brasil”

 

u “Siamo e saremo sempre fortissimamente italiani!”

 

San Paolo, 11 aprile 2008.

Caro Romano,

prima di tutto, mi consenta di presentarmi: sono Alberto Fusco, nato a Roma nel 1942 e svolgo la professione di giornalista da oltre quarant’anni, 30 dei quali trascorsi all’estero, e dopo tanto tempo conservo ancora in tasca gelosamente la tessera nº 52463 dell’Ordine Nazionale dei Giornalisti di Roma.

Lei, da un po’ di tempo a questa parte, non perde mai l’occasione per ridicolizzare gli italiani all’estero, quasi sempre con la complicità della signorina “australiana” Franca Arena. Perché cita sempre i personaggi del Sudamerica meno provveduti come il Senatore Pallaro e non chiama mai in causa il senatore Edoardo Polastri, uomo di riconosciuta cultura e maneger di serie “A”, presidente della Camera di Commercio Italo-Brasiliana di
San Paolo e presidente  dell’Unione Camere?

Poi, Le ricordo che gli italiani all’estero le tasse le hanno sempre pagate: quando hanno lasciato la loro terra dove non si poteva mangiare in due nello stesso piatto;

• quando con le loro rimesse nell’immediato dopoguerra hanno aiutato il Paese a risollevarsi dal disastro bellico,

• quando con il loro impegno hanno divulgato il nome “Italia” nei quattro angoli della terra.

Lei afferma che la legge Tremaglia è sbagliata e allora perché non la cambiano?

Durante la mia lunga permanenza all’estero, ho avuto modo di constatare che molti, moltissimi italiani leggono il “Corrierone”, assistono ai “TG” della RAI ed, infine, viaggiano tre o quattro volte all’anno in Italia.

Invece di denigrare, non sarebbe più utile appoggiare, sostenere queste piccole isole di italianità per rafforzare la presenza italiana, il prodotto italiano, il “Made in Italy” in tutto il globo?

A San Paolo, Le cito un esempio, ci sono 14 (quattordici) “Alliance Francais” e ci saranno più o meno 14 francesi. I nostri cugini d’oltralpe sono stati più furbi di noi, hanno fatto della cultura un ponte commerciale.

Sì, è vero che, dopo tanti anni, in America Latina c’è qualcuno che quando parla italiano lo infarcisce, come dice Lei, di ispanismi. Ma c’è anche tanta gente che la lingua italiana la parla meglio di tanti deputati e senatori della repubblica, i quali denotano accenti del Tirolo o Patenopei da far invidia a Edoardo De Filippo! Sono più pittoreschi di tanti che vivono nel mondo, come noi.

La definizione dell’italiano all’estero, assomiglia più che altro – come usa dire il direttore dell’Aise, Giuseppe Della Noce – ad un’iperbole letterario. Le Sue affermazioni suonano in netto contrasto con quanto diceva l’indimenticabile Prezzolini, il quale, poco meno di un secolo fa, sosteneva: “Io, l’Italia la farei governare dagli italiani all’estero!”.

Non ho nessuna intenzione di insegnarLe il mestiere, però, mi pare che una cronaca corretta, più equilibrata, meno faziosa o un commento che descriva i lati chiari e oscuri dell’Italia all’estero, ossia il classico “rovescio della medaglia”, sarebbero molto più apprezzati da chi come noi, anche se tanto lontani da casa, che ci sentiamo, a differenza della Sig.ra Arena che è dichiaratamente “australiana”, sempre e fortissimamente italiani.

Con i sensi della mia più alta stima.

Alberto Fusco

San Paolo – Brasile”.