As afirmações públicas do ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, de simpatia por eventuais imigrantes ítalo-descendentes, têm agradado ao deputado Luis Roberto Lorenzato que as vê como o resultado de seu trabalho junto ao expoente leguista e vice-primeiro ministro da Itália. Nesta semana, ao falar durante comício de seu partido realizado quase às vésperas das eleições europeias, na praça diante da Catedral de Milão, Salvini voltou a afirmar que os ítalo-descendentes espalhados pelo mundo são bem-vindos na Itália.

“Esse é o meu trabalho” disse Lorenzato a Insieme observando que tem intercedido frequentemente junto ao governo italiano para que facilite a vida de ítalo-descendentes, especialmente ítalo-brasileiros que eventualmente queiram retornar temporária ou definitivamente à Itália ou que buscam o reconhecimento da cidadania por direito de sangue.

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Seus pedidos, segundo diz o deputado eleito pelo mesmo partido de Salvini – a Lega – foram reforçados recentemente pelo deputado Eduardo Bolsonaro, do Brasil, quando esteve em Milão em encontro com Salvini, organizado por Lorenzato. E também pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo em sua recente visita à Itália. Segundo Lorenzato, Ernesto Araújo teria afirmado que o ‘ius sanguinis’ é um “patrimônio humano para ambos os países”.

No comício de Milão, Salvini falou dos problemas que a Europa e a Itália enfrentam com o fenômeno da imigração e, a certa altura de seu discurso, sentenciou: “Se uma imigração pode ser facilitada, penso, em vez daquela de países islâmicos, na imigração de países culturalmente mais vizinhos de nós e penso nos descendentes de milhões de italianos que emigraram para o resto do mundo e que são bem-vindos se quiserem retornar para suas cidades, para seus lugarejos”.