Imagem principal do catálogo da mostra sobre o grande êxodo juliano do pós guerra. (Reprodução)

Ficará aberta até o final do mês de dezembro a exposição aberta dia 26 último na sede da Embaixada da Itália, em Brasília, sobre a emigração juliana no mundo. O evento, organizado pela embaixada, pela Associação “Giuliani nel Mondo”, de Trieste, e seus círculos brasileiros, reuniu mais de 200 pessoas e foi aberto pelo embaixador Antonio Bernardini, tendo a seu lado a diretora do serviço Cultural, Chiara Gentile.

Segundo informa o presidente da Associação “Giuliani nel Mondo” local e conselheiro do Comites – ‘Comitato degli Italiani all’Estero’ de Brasília, Roberto Max Lucich, estiveram presentes também o presidente da entidade mundial, Dario Locchi; o presidente da ‘Associazione Bellunesi nel Mondo’, Oscar De Bona, e Ilaria Del Bianco, presidente da ‘Associazione Lucchesi nel Mondo’ e recentemente eleita também presidente da Unaie – ‘Unione Nazionale Associazioni Immigrati ed Emigrati’.

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Durante o evento aconteceu a primeira exibição na Embaixada do Coro Italiano da Unb – Universidade de Brasília, fundado em 2005 que, sob a regência do maestro Felipe Ayala, apresentou “Fratelli d’Italia”, “Merica Merica” e “Bella Ciao”.

“A inauguração da mostra “Ierimo. Semo. Saremo” (Fomos. Somos. Seremos) foi histórica – disse Max Lucich – sendo o primeiro evento cultural da Unaie no exterior”. Quem visitar a amostra, sempre aberta durante o horário comercial, recebe um catálogo em português que explica toda a história da diáspora juliana-dálmata. O Círculo Juliano de Brasília foi fundado em 2014 e, segundo Max Lucich, “e nossa esperança que a mostra seja visitada particularmente pelos jovens, dada sua natureza altamente didática”.

O grande êxodo: No catálogo que é distribuído ao visitante da mostra lê-se, entre outras coisas: “No dia 10 de fevereiro de 1947, com o tratado de Paris, tem início a fase mais dramática do êxodo da população italiana dos territórios da Istria, concedidos à Iugoslávia. Um êxodo que já havia começado aos poucos e lentamente, de Fiume e das ilhas do Quarnaro e, antes ainda, de Zara, devastada pelos bombardeios de 1943.”

“Uma tragédia que se abate sobre um inteiro povo. Para que não se perca a identidade, escolhe-se a via do exílio. Tenta-se salvar o salvável: velhos móveis, as coisas mais importantes de família, a estátua de Augusto, a recordação incancelável da Arena. Alguns, inclusive, levam consigo os próprios mortos. Milhares de refugiados que escolheram a Itália, partem de Pola, embarcando em direção a Trieste. A saída do navio “Toscana” representa o momento simbólico desta tragédia”.

Muitos expatriados serão destinados a períodos de longa permanência nos campos de acolhimento na Itália e na Alemanha, para então prosseguirem seus dolorosos percursos em direção de novos Países: Austrália, América Latina, Canadá e Estados Unidos. Chamar-se-ão ‘italianos emigrantes duas vezes; uma primeira vez com o êxodo e uma segunda com a emigração, longe da terra natal e da pátria-mãe”.