”Não caia nessa armadilha”, diz Lorenzato a Tajani. Para ex-deputado, Farnesina é contra os ítalo-descendentes. Racismo e xenofobia

Um dos primeiros a reagir no Brasil contra a fala do ministro Antonio Tajani, das Relações Exteriores e Cooperação Internacional, foi o ex-deputado Roberto Lorenzato. Em vídeo endereçado ao próprio ministro, Lorenzato pede que o ministro “não caia nessa armadilha” que classifica como xenófoba e racista.

Tajani repetiu, dia 28 último, ser favorável à introdução do mecanismo de ius scholae no ordenamento jurídico italiano para favorecer a cidadania italiana a filhos de imigrantes extra comunitários após um período escolar, mas foi além: defendeu maior rigor na ‘concessão’ da cidadania iure sanguinis a ítalo-descendentes, principalmente a ítalo-descendentes da América Latina.

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Segundo o ex-deputado Lorenzato, isto seria uma atitude racista e xenófoba. Antes de tudo, traduz uma confusão entre os que, como Tajani, descendem de italianos, e os que adquirem a cidadania por naturalização – objeto inicial da polêmica ora levantada sobre o tema cidadania na Itália. “Não misture nós, italianos, com os extra comunitários”, pediu Lorenzato a Tajani.

“Por quatro anos eu vigiei a Farnesina que é, como o Itamarati no Brasil, o Ministério das relações Exteriores. E eles têm uma política contrária ao ius sanguinis”, começa por dizer Lorenzato (Lega). “Eles têm, na verdade uma aversão, eles não gostam da gente”, aduz o ex-parlamentar, para dizer que os funcionários “têm uma paixão pelo estrangeiro proveniente da África e uma aversão que beira até o ódio contra nós, italianos, que nascemos no no exterior”.

O parlamentar enviou a Insieme uma cópia de vídeo em italiano que diz ter enviado diretamente ao ministro Tajani. Nele, Lorenzato, entre outras considerações, faz um apelo para que Tajani mantenha a histórica posição do partido fundado por Berlusconi e “não caia na armadilha” do ambiente que reina na Farnesina (confira os dois momentos no vídeo).