Consulado, agência consular de carreira, ‘sportello’, consulado honorário… Em meio a uma certa euforia com a notícia de iminentes novos serviços consulares voltados à comunidade ítalo-capixaba, em Vitória, há, também, um pouco de confusão, em parte criada pelos próprios anúncios oficiais que partem do governo italiano. Para esclarecer a questão, Insime foi ouvir o presidente do Comites – ‘Comitato degli Italiani all’Estero’ do Recife, Daniel Taddone, que conhece a matéria por ter sido antigo funcionário consular.

Segundo Taddone, que inclusive escreveu diversos artigos tentando explicar a questão, “não haverá um consulado em Vitória”. Pelo menos por enquanto. Do consulado honorário de hoje passaremos a um ‘sportello’, num primeiro tempo, depois a uma agência consular de carreira, ou de primeira categoria, que seria a quarta do gênero em todo o mundo.

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Mas, atenção: “não devemos confundir as agências consulares de carreira com as agências consulares honorárias, cujas funções e atuação são totalmente distintas”, adverte Taddone. Nas diversas fases também variará a autonomia dos serviços, hoje dependentes integralmente do Consulado Geral do Rio de Janeiro, que tem jurisdição sobre o Espírito Santo.

Na tele-entrevista que concedeu a Insieme, Taddone faz referência a “relatos bastante negativos” acerca do trabalho do consulado honorário, coisa que já vem de tempos, com “falta de gentileza” e “situações nebulosas” no setor de passaportes, principalmente. “Na verdade, a situação do Espírito Santo – diz Taddone – é a pior em todo o país e por isso acho muito positiva a ideia de ter ali um ‘sportello’ consular e depois uma agência consular de carreira”.

Taddone se refere especificamente ao que chama de “grande ilegalidade”, quando o Consulado do Rio de Janeiro “príibe, barra um residente no Espírito Santo de requerer seu passaporte no Rio de Janeiro. Isto é, um residente no ES não pode ir no Prenota Online e agendar seu passaporte no Rio de janeiro: isso é ilegal”, acrescentou, perguntando. “Em que raios de lei ou norma eles se baseiam para proibir o acesso de residentes no ES a fazer o passaporte no Rio de Janeiro?”. Ele cita o procedimento em outras circunscrições consulares, onde não há essa restrição.