A cada dia que passa, a Itália surpreende o mundo com um sempre maior número de mortos e contagiados pela pandemia do coronavírus. O número de mortos já se aproxima dos cinco mil, 793 deles somente nas últimas 24 horas, enquanto o número de novos infectados no mesmo período de tempo também aumentou assustadoramente e o governo toma novas medidas para forçar o isolamento social em todo o País.

O comportamento desses números está a dizer – segundo Claudio Piacentini, na quinta vídeo-entrevista do tradutor de Insieme, que reside na Itália – que “nos próximos dias devemos aceitar o fato de que eles continuarão a subir”. A única coisa que nos conforta, segundo ele, é a esperança que uma hora – “uma semana, dez dias, quinze dias…”- esses números terão que baixar.

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A situação é particularmente grave na Lombardia, onde os prefeitos informam que não existem mais lugares nos hospitais. Ontem voltaram à cena imagens de caminhões do exército italiano transportando caixões para a cremação dos corpos de vítimas do coronavírus fora de seus lugares de residência, devido ao colapso total do sistema local. O exército também entrou em ação para impedir a circulação de pessoas que ainda não seguem as orientações de isolamento social.

As três regiões com maior incidência de casos são a Lombardia, com 25.515, seguida pela Emilia Romagna (6.705) e Vêneto (4.617). Pela ordem, depois, vem o Piemonte, as Marcas, a Ligúria, a Campania e a Toscana.

Piacentini reflete sobre os valores e sobre o comportamento social de hoje (há quem, como Berlusconi, que se refugie fora das áreas de risco; há o Parlamento que se reúne apenas uma vez por semana – “Schettino” do coronavírus”) e do amanhã: que lições tirar desse pesadelo? Os equivocados valores de antes voltarão depois da crise aguda que está ainda por vir? A humanidade seria capaz de aprender com sua própria desgraça e seus próprios erros? Veja o quinto vídeo “Italia: tutto andrà bene”.