Pandemia: Na Lombardia, ninguém na rua sem rosto coberto a partir deste domingo. Será uma Páscoa e uma ‘Pasquetta” diferente, diz Claudio Piacentini

“Sem dúvida, esta situação está começando a ficar um pouco cansativa”, disse hoje à tarde Claudio Piacentini ao comentar sobre o longo confinamento a que a sociedade italiana está submetida desde que a pandemia do coronavírus paralisou praticamente todas as atividades econômicas, culturais e sociais na Itália, há cerca de um mês.

Embora os números de contágios registrados não venha mais subindo e o número de mortos venha, dia após dia, lentamente diminuindo (nas últimas 24 horas foram contabilizados mais 691, superando a barreira dos 15 mil óbitos, no total), a situação continua caótica: na Lombardia, por exemplo, ninguém, a partir deste domingo, poderá andar na rua, ao ar livre, com o rosto a descoberto, observa o tradutor da revista Insieme na oitave vídeo-entrevista sobre o assunto.

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Piacentini observa que embora os números ainda não estejam melhorando, a “notícia boa” é que “parece que a epidemia já alcançou seu ponto mais alto”, abrindo a esperança de que nos próximos dias as coisas possam começar a melhorar.

Entretanto, depois de 30 dias confinados, “recebemos a notícia de que isso vai se prolongar até pelo menos após a Páscoa”, isto é, dia 13 de abril, e tendo, provavelmente, novas medidas de 14 de abril em diante. Na expectativa por essas medidas, Piacentini diz que está a esperança de que se possa vislumbrar um horizonte mais próximo para a “volta, aos poucos”, às atividades produtivas.

Antes disso, Piacentini observa que “um drama dentro do drama” para grande parte da sociedade italiana vai ser imaginar que neste Domingo de Ramos e no próprio dia da Páscoa – no domingo que vem – e, principalmente no dia seguinte, quando ocorre a tradicional “Paquetta”, todos tenham que ficar em casa, confinados e sem poder se encontrar em família ou com amigos como manda a tradução.

A “Pasquetta” é um feriado religioso e civil tipicamente italiano que ocorre sempre na segunda-feira após a Páscoa, em alusão ao encontro das mulheres que foram visitar o Santo Sepulcro, quando nada (bancos, escolas, comércio, etc.) funciona. O feriado foi introduzido pelo governo italiano no pós-guerra e, pela tradição que se firmou, geralmente é desfrutado em conjunto com a família ou amigos em passeios, piqueniques ao ar livre, geralmente em campos ou parques das cidades já vestidos com os primeiros sinais da primavera.