u SÃO PAULO – SP –  O hidroavião Jahú, primeiro avião a cruzar o Atlântico pilotado por um brasileiro, em 1927, e único “sobrevivente” entre as 170 unidades produzidas na Itália, pela empresa Savaia Marchetti, durante a década de 20, foi recuperado nos hangares do Helipark, que destinou para esta operação cinco profissionais, entre engenheiros aeronáuticos e técnicos em restauro, durante dois anos e cinco meses.

 

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O restauro do Jahú fez parte de um convênio firmado entre o Helipark, o Ministério da Aeronáutica (IV Comar), a Fundação Santos Dumont e a Aeronáutica Italiana, com o apoio do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo) e da Secretaria de Cultura de Jaú.

 

O Helipark empresa ainda contou com a consultoria e trabalho voluntário de restauradores da APCR (Associação Paulista de Conservadores e Restauradores de Bens Culturais) e o apoio de outras empresas. A  Fink foi a responsável pelo transporte do avião do Campo de Marte para o Helipark. Seis caminhões foram necessários para a operação que durou 15 horas e envolveu 40 pessoas. A Otto Baumgart forneceu o inseticida necessário para a decupinização total do Jahú.

 

Tintas, vernizes, lixas, óleo de linhaça, massa F 12 e outros materiais fundamentais para o restauro foram obtidos por meio de parcerias com as empresas 3V Tintas,  JD Tintas, 3M do Brasil, Tintas Irajá e Viapol. A Bartos doou o couro, a  Camargo Correa a madeira e a Zeloso produziu um carrinho especialmente para o hidroavião. A Jahú Borrachas e Acessórios contribuiu com a doação de livros sobre a história de João Ribeiro de Barros, que foram vendidos e os recursos revertidos para o restauro do avião. Os dois motores foram restaurados pelo PAMA (Parque de Material Aeronáutico de São Paulo).

 

O trabalho desenvolvido no Helipark foi aprovado por especialistas e autoridades da Aeronáutica Italiana, que, neste momento, concluem o restauro de quatro peças do avião: o estabilizador horizontal, o profundor e dois montantes do estabilizador traseiro. Esses itens saíram do Brasil no dia 24 de setembro de 2005 para recuperação pelos especialistas italianos, como forma de apoio à iniciativa do Helipark. Uma aeronave italiana foi especialmente destacada para essa missão.

 

A Fundação Santos Dumont, detentora da posse do avião, está em fase de definição sobre o local onde ele será exposto para visitação pública e a entrega do Jahú à população está programada para abril de 2007, durante a comemoração dos 80 anos da histórica travessia do atlântico.

 

Uma delegação da Associazione Arma Aeronáutica, entidade oficial do governo italiano, liderada pelo seu presidente Lorenzo Volpe, pelo vice-presidente Enrico Vezzani e o secretário Alfredo Ciano visitou neste fim de semana as instalções do Helipark. A Associação apóia a ida do Hidroavião para a da cidade de Jaú-SP, pois crê na importância histórica deste símbolo da aviação para o enriquecimento cultural da vida da cidade. 

 

O Hidroavião Jahú e Sua História

 

O brasileiro João Ribeiro de Barros, nascido em 1900 na cidade de Jaú, interior de São Paulo, tornou-se o primeiro aviador das Américas a cruzar o Oceano Atlântico, no ano de 1927. Saindo de Gênova e chegando, finalmente, em Santo Amaro (SP), Ribeiro de Barros e sua tripulação tornaram-se heróis nacionais depois de concluir a travessia de 12 horas sobre o mar, sem escalas.

 

O ousado projeto não teve apoio do governo brasileiro, que considerou a idéia absurda para a época. Assim, João Ribeiro de Barros comprou, com recursos próprios, o hidroavião italiano Savóia Marchetti, que mais tarde seria renomeado Jahú, em homenagem à sua terra natal. Após alguns reparos e alterações de aerodinâmica no aparelho, Ribeiro de Barros prepara-se para a grande aventura: cruzar o Atlântico com seu hidroavião e sem navios de apoio.

 

Com quatro integrantes na tripulação, o navegador Newton Braga, o mecânico Vasco Cinquino e o co-piloto João Negrão, que se uniu ao grupo em Porto Praia, além do comandante Ribeiro de Barros, o Jahú partia, em 13 de outubro de 1926 para uma aventura que consumiria seis meses de esforço e obstinação. A viagem foi marcada por muitos desencontros em seu trajeto como, por exemplo, sabotagens de ‘inimigos’ interessados em cumprir antes a travessia, surtos de malária e desentendimentos entre a tripulação.

 

Durante o percurso, o hidroavião fez diversas paradas para manutenção como, por exemplo, no Golfo de Valência e Gibraltar e Porto Praia, na África, de onde o Jahú finalmente levantou vôo rumo a terras brasileiras. Na madrugada de 28 de abril de 1927, voando a uma velocidade de 190km/h (recorde absoluto para a época), o Jahú permaneceu durante 12 horas no ar e, ao entardecer, mesmo com problemas em uma das hélices, pousou vitorioso próximo a Fernando de Noronha. A equipe teve ainda disposição para pilotar até Natal e Recife e, enfim, Rio de Janeiro e São Paulo, terminando a viagem na represa de Santo Amaro, no dia 2 de agosto de 1927.

 

Apesar de não ser o primeiro no mundo a fazer a travessia do Atlântico, João Ribeiro de Barros foi o primeiro comandante das Américas a completar esta façanha. Muitos ainda atribuem, equivocadamente, a honraria a Charles Lindbergh, que, na verdade, realizou um vôo solitário pelo Atlântico Norte em 20 de maio de 1927, 23 dias após o final da saga do Jahú.

 

Helipark – Centro de Serviços para Helicópteros

 

O Helipark oferece manutenção, hangaragem, abastecimento, pintura e tapeçaria para as principais marcas de helicóptero do mundo: Bell, Eurocopter, Robinson e Enstrom. Com o maior número de certificações e mais completo estoque de peças do mercado brasileiro, o Helipark é considerado referência nacional em qualidade e segurança na manutenção e operação de helicópteros.

 

Mais informações:

 

Andréia Zwetsch

andreia@helipark.net

Fone: (11) 4186.9597