PATROCINANDO SUA LEITURA

Detalhe da reunião dos conselheiros do CGIE na Câmara dos Deputados, em Roma, sob a presidência de Fabio Porta. (Foto Walter Petruzziello – Insieme)

CURITIBA – PR – Onde está a lei que permite aos descendentes de imigrantes italianos procedentes dos territórios antigamente pertencentes ao Império Áustro-Húngaro requererem o reconhecimento da cidadania italiana? Onde está a lei que possibilita a reaquisição da cidadania italiana por parte dos italianos que, contra a sua vontade, a perderam? Onde está a lei que concede o reconhecimento da cidadania italiana aos filhos de mães italianas nascidos antes de 1948? Onde está a nova lei que regula os órgãos de representação dos italianos no exterior? Onde está o reforço da rede consular, principalmente na América do Sul?

Áudio do pronunciamento do conselheiro Walter Petruzzielo

São perguntas que Walter Petruzzielo – um dos quatro conselheiros do Brasil no CGIE – Consiglio Generale degli Italiani all’Estero – dirigiu aos parlamentares eleitos no Parlamento Italiano pela Circunscrição Eleitoral do Exterior, durante o encontro havido na Comissão para os Italianos no mundo da Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado Fabio Porta. Walter fez críticas ao trabalho desenvolvido pelos eleitos no exterior, até aqui sem resultados práticos, em resposta a ponderações que tentam sobre o CGIE os desafios que, segundo Petruzziello, devem ser endereçados ao Parlamento e ao Governo Italiano. “Faz vinte anos que estamos aqui sempre cobrando as mesmas coisas sem resultados e gostaria de uma resposta dos nossos parlamentares” disse Walter. “São 18 contra 618”? Que pelo menos digam – enfatizou Petruzziello – que não conseguem resultados porque os 618 não deixam. Mas é importante que a comunidade saiba que vocês estão trabalhando”.

“Não vi – exemplificou Petruzziello – nenhuma manifestação dos deputados eleitos no exterior sobre o decreto da Ministra Bonino que prorroga para 730 dias o prazo para a análise de um processo de reconhecimento da cidadania”, quando o prazo anterior era de 240. “Que significa a enorme fila de espera que existe na América do Sul?”, perguntou o conselheiro. “Eu entendo que são 618 contra 18. Mas gostaria que tudo ficasse claro”, pois assim ao menos “estariam honrando o mandato recebido”.

Os conselheiros do CGIE encontram-se em Roma para a segunda assembléia anual do órgão, aberta na manhã dessa segunda-feira (25.11.2013), na sede do Ministério das Relações Exteriores, e interrompida à tarde para o encontro na Câmara dos Deputados. O que deveria ser um grande encontro para alinhar o discurso dos temas de interesse dos italianos no mundo, ficou frustado em função da fraca participação dos interessados: só metade dos deputados eleitos no exterior estava presente, para ouvir o que o CGIE tinha a dizer.

Áudio do pronunciamento da deputada Renata Bueno

Entre os presentes, estava a deputada Renata Bueno, que falou rapidamente sobre “os momentos delicados” vividos com a fuga do Brasil, onde é condenado por crime de corrupção, de Henrique Pizzolato, detentor de passaporte italiano. Sua posição, conforme diz, é a de “defender a dignidade da comunidade italiana”.

A pauta do encontro rebate velhos temas: reforma da legislação dos organismos de representação dos italianos no exterior, eleição de Comites – Comitati degli Italiani all’Estero e do próprio CGIE, estrutura consular e afins. Hoje, terça-feira, o encontro será no Senado. A assembléia do CGIE será encerrada na sexta-feira.