u CURITIBA – PR – Num documento intitulado “Carta aberta ao Sr. Fabio Porta”, o candidato a deputado Cláudio Pieroni, de São Paulo, afirma que Porta sabia e havia concordado com o teor da reivindicação apresentada ao Presidente da República Italiana, Giorgio Napolitano, no sentido de prorrogar os prazos para recebimento dos votos dos italianos no Brasil, devido à greve dos correios. Pieroni, que é membro da diretoria do CGIE – Conselho Geral dos Italianos no Exterior, é candidato pela chapa do ítalo-argentino Luigi Pallaro (AISA), enquanto Porta é candidato a deputado pelo Partido Democrático.
O documento reivindicatório, conforme foi divulgado, traz a assinatura de 21 dos 23 candidatos ítalo-brasileiros nestas eleições para a renovação do Parlamento Italiano que, na Circunscrição Eleitoral do Exterior, elegerá 12 deputados e 6 senadores. O prazo para a recepção dos votos por parte dos consulados termina às 16 horas de hoje (10.04.2008), mas o pedido é para que ele seja prorrogado em função da greve dos correios, que, segundo o texto divulgado (e parcialmente contestado por Fabio Porta), teria causado grandes prejuízos à comunidade ítalo-brasileira.
Conforme a divulgação inicial, somente não teriam assinado o documento o senador Edoardo Pollastri, candidato à reeleição pelo mesmo PD, por dele discordar, e Andrea Ruggeri, pelo partido de Sílvio Berlusconi, pelo fato de não ter obtido autorização até então do partido. A difusão da carta reivindicatória, endereçada também às principais autoridades italianas, à Embaixada de Brasília, a todos os consulados gerais da Itália no Brasil, presidentes dos Comites e membros brasileiros do CGIE, fora feita através de um e-mail em nome de <protestobrasile@gmail.com>. Pieroni assume a paternidade do envio e justifica que assim agiu para não dar cunho personalístico a uma questão que interessa a toda a comunidade ítalo-brasileira.
Confira o teor, na íntegra (com algumas adaptações de acentuação feitas pela redação) a “carta aberta” do candidato Cláudio Pieroni ao candidato Fabio Porta:
“Não me parece digna sua afirmação, caro Porta, você foi o primeiro candidato a quem expus a idéia de fazer uma solicitação de todos os candidatos; idéia que havia nascido de uma minha conversa com o candidato Bonaspetti, e até foi você mesmo que me deu o telefone celular do senador Pollastri para que pudesse expor a idéia, e você deu o seu apoio à idéia. Somente não foi possível mostrar o texto a todos pela exigüidade do tempo, devido à urgência com que se deveria enviar a mensagem às autoridades italianas. Mas o texto foi mostrado e corrigido pela presidente do Comites, representante do seu partido PD,
Pergunto eu: qual seria o problema de colocar na manifestação que você não era favor do documento, se assim o fizemos com seu senador Pollastri; qual a diferença em ter seu nome como aderente ou não. Nenhum problema, mas não o fizemos devido a seu apoio na conversa telefônica que tivemos.
Além disto, nosso documento era simplesmente uma solicitação de prorrogação de data de término da entrega dos votos, ou seja, uma causa justa para toda a comunidade. Mas as idéias não são suficientemente boas quando não partem de vocês…
Nós até procuramos enviar o documento por um e-mail impessoal para que ninguém quisesse assumir a paternidade do movimento. Era um movimento coletivo em prol da comunidade e, repito, você foi o primeiro a ser contatado devido à amizade que muito me honra.
Agora, faz este tipo de desmentido. Com que objetivo, caro Porta? Nós só quisemos ter uma manifestação unida. Aliás, união que sempre pedimos para a comunidade ter, mas não se demonstra, na prática, na hora da verdade, nem entre candidatos. Só contam interesses políticos pessoais. Quisemos fazer um documento unido, já que a solicitação individual nada produziu. Pode ser que a nossa também não produza efeito, mas mostrou uma União que vocês não tiveram.
Estranho sua posição. E eu pergunto: é assim voltando as costas a um documento em prol da comunidade, sem paternidade de ninguém, sem que ninguém quisesse “aparecer”, que você quer ser representante da comunidade ítalo-brasileira na Câmara dos Deputados? É assim que pretende defender esta comunidade? que pena. Cordialmente, Claudio Pieroni.”