Poderá ser em Curitiba a reunião continental do CGIE prevista para o Equador

CURITIBA – PR – A reunião continental do CGIE – Consiglio Generale degli Italiani all’Estero prevista para abril, no Equador, poderá ser transferida para Curitiba. A informação foi fornecida pelo conselheiro Walter Petruzziello, um dos quatro do Brasil com assento no órgão de representação dos italianos no Mundo que tem sede central em Roma.

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Segundo Petruzziello, ele demonstrou à direção geral do CGIE e à coordenação da área da América do Sul sua disponibilidade para organizar o evento e imediatamente obteve o apoio de diversos conselheiros, não apenas do Brasil, mas da Argentina e do Uruguai.

A reunião, ainda segundo Petruzziello, se reveste de relativa importância devido aos acontecimentos políticos italianos recentes e a possibilidade de novo adiamento das eleições. Como se recorda, a última eleição ocorreu em 2004 para um mandato preciso de cinco anos, que expirou em 2009. Desde então, os conselheiros estão mantidos em suas funções sem a delegação dos que os elegeram. A situação é semelhante nos Comites – Comitati degli Italiani all’Estero, cujos conselheiros, ao contrário do que ocorre no CGIE, são eleitos pelo voto direto de cada comunidade italiana jurisdicionada a seus respectivos consulados. Além dos cinco anos regulamentares, seus mandatos avançam já também para dez anos.

Ainda conforme informa Petruzziello, diante da possibilidade real de um novo adiamento, voltou-se a falar em renúncia, embora ninguém tenha assumido publicamente essa posição. O tema deverá, outra vez,  estar entre os primeiros na pauta do encontro continental do CGIE, que é, sempre, preparatório para as assembléias gerais realizadas em Roma.

Os sucessivos adiamentos foram acontecendo sob a alegação da necessidade de reforma da legislação que regula os dois órgãos. Ultimamente, a crise pela qual atravessa a Itália também faz parte dos argumentos.

No Caso do CGIE, uma tese advoga a sua extinção simplesmente, uma vez que ainda não ficaram claras suas atribuições desde que deputados e senadores passaram a ser eleitos para o Parlamento através da Circunscrição Eleitoral do Exterior. Ocorre que a manutenção das próprias eleições no exterior, como ocorrem até aqui, continua em debate, com inúmeros pareceres pela extinção da Circunscrição Exterior e o consequente desaparecimento da figura de deputados e senadores nela eleitos.

Na reforma da legislação eleitoral italiana, este assunto não foi abertamente debatido, pois o pleito se rege por outra lei, específica. Mas se o Senado for extinto na forma como funciona hoje, a lei terá que ser mudada e ninguém é capaz de prever o que poderá ocorrer, então. Dependendo das mudanças que ocorrerem, o papel do CGIE, no futuro, poderá inclusive ser reforçado.

Numa coisa os atuais detentores dessa “representação esticada”, tanto do CGIE quanto dos Comites, concordam e estão unidos: defender o fortalecimento da representação das comunidades italianas no exterior – uma questão que o atual presidente do Conselho de Ministros, Matteo Renzi, quando candidato nas primárias de seu partido, o PD, defendeu claramente, mas que, ignorou solenemente nos discursos que proferiu por ocasião do voto de confiança perante o Senado e a Câmara de Deputados, apesar de ter sido diretamente provocado por diversos pronunciamento de deputados eleitos no exterior.