Polícia de Santa Catarina prende suspeitos pelo “furto qualificado” na sede do Consulado Honorário da Itália em Florianópolis. Nada fala sobre os passaportes sumidos

A Polícia Civil de Santa Catarina informa que deu ontem (01/08) cumprimento “a mandados de prisão e de busca e apreensão contra dois suspeitos da prática do crime de furto qualificado, praticado junto à representação consular honorária da República Italiana em Florianópolis”, ocorrido na madrugada de 24 de março último. “Dois indivíduos ingressaram nas dependências do consulado, furtando objetos e dinheiro”, diz o comunicado.

Dentre os objetos, segundo informou à época, sob reserva, o cônsul honorário Attilio Colitti, que se encontrava na Itália, estava um envelope contendo cerca de duas dezenas de passaportes italianos já prontos para entrega. O fato foi confirmado a Insieme também por outras fontes que, igualmente, pediram reserva à época para não atrapalhar as investigações em curso.

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Segundo a polícia catarinense, os investigados foram presos preventivamente na manhã de ontem “e, consigo, recuperados parte dos objetos subtraídos do Consulado da Itália. Também foram apreendidos outros elementos relacionados ao crime e para aprofundamento das investigações, que prosseguem”.

Na nota divulgada ontem, sob o título “Polícia Civil prende dois suspeitos e recupera objetos furtados do Consulado da Itália, em Florianópolis”, lê-se que “Nesta quinta-feira, 1º de agosto de 2024, a Polícia Civil, através da Delegacia de Proteção ao Turista (DPTUR), 2ª Delegacia da Capital, 7ª Delegacia da Capital e Acadepol, deu cumprimento a mandados de prisão e de busca e apreensão contra dois suspeitos da prática do crime de furto qualificado, praticado junto à representação consular honorária da República Italiana em Florianópolis”.

O DELITO – O fato ocorreu na data de 24 de março de 2024. Na madrugada, dois indivíduos ingressaram nas dependências do Consulado, furtando objetos e dinheiro. A Polícia Civil foi acionada horas depois e, imediatamente, começou a investigar o caso em Inquérito Policial instaurado pela Delegacia de Proteção ao Turista (DPTUR).

A INVESTIGAÇÃO – Foram quatro meses de apurações relacionadas ao caso, que fez uso de técnicas avançadas de investigação, cooperação policial internacional, apuração em campo, monitoramentos e outras ferramentas de ponta da Polícia Civil de Santa Catarina. Os elementos coletados levaram à apuração da dinâmica do crime, da identidade dos suspeitos e, por fim, de sua localização.

A OPERAÇÃO POLICIAL “NARANJA” – Mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva foram cumpridos na manhã desta quinta-feira. Ambos os investigados foram presos e, consigo, recuperados parte dos objetos subtraídos do Consulado da Itália. Também foram apreendidos outros elementos relacionados ao crime e para aprofundamento das investigações, que prosseguem”.

Segundo informou a Insieme o cônsul honorário Attilio Colitti logo após o ocorrido, ainda em março, os passaportes (seriam 19 deles) estavam dentro de um envelope que foi levado pelos autores do furto, juntamente com uma tela de computador e outros objetos. A tela teria sido encontrada logo após, nas proximidades do edifício onde funciona o Consulado Honorário da Itália em Florianópolis (Avenida Luiz Boiteux Piazza, 2973 Cachoeira do Bom Jesus – Canasvieiras). A ação dos indivíduos teria sido gravada pelas câmeras locais.

Depois de ter sido contatado por diversas vezes ao longo do período, ontem no final da tarde Colitti procurou  Insieme para relatar sobre o sucesso das investigações policiais, fornecendo inclusive o contato de Renan Scandolara, Delegado de Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, Mestre em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Santa Catarina. Scandolara, entretanto, não quis falar especificamente sobre os passaportes. “São dados sensíveis e não podemos divulgar neste momento”, escreveu ele ao fornecer o conteúdo da nota à imprensa divulgada no dia anterior.

O desaparecimento dos passaportes confeccionados no Consulado Geral da Itália em Curitiba e remetidos a Florianópolis para entrega aos interessados suscitou imediatas especulações. À época chegou-se a falar em um número bem maior de documentos e alguns requerentes alegaram frustrações decorrentes do não recebimento do documento de viagem em tempo hábil. Segundo Colitti, os documentos foram “reemitidos imediatamente”.