u CURITIBA – PR – “É muito justo que a maior potência da América do Sul,  o Brasil, tenha um representante no Senado Italiano”, afirmou o candidato a Senador pela chapa “Unione” nas próximas eleições parlamentares italianas, Edoardo Pollastri, em seu discurso realizado em Curitiba, na apresentação dos candidatos durante jantar que reuniu cerca de 150 pessoas na Via Blu, na noite de 06.03.2006. O presidente da Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria de São Paulo concitou os eleitores a votarem no processo por correspondência que inicia após o dia 20 e que, pela primeira vez na história, tem a participação de todos os italianos residentes no exterior.

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Segundo Pollastri, a única das nove (eram onze) chapas da América do Sul que é encabeçada por brasileiros é a sua, e por isso explicou que quem votar nos concorrentes estará ajudando principalmente os “nossos irmãos argentinos”, cujo colégio eleitoral é mais que o dobro do brasileiro. “O único jeito é nos unirmos em torno dos candidatos da União”,  disse ele. Na avaliação de Pollastri, nenhuma chapa poderá fazer os dois senadores que cabem à América do Sul, de um total de seis da Circunscrição do Exterior. Ele não arriscou, entretanto, fazer prognósticos para as três cadeiras de deputado que também competem à área da América do Sul.

Em seu discurso, Pollastri disse que sua voz no Parlamento Italiano não será aquela de quem pedirá “por favor, nos ajudem”, mas, sim, de igualdade e de colaboração. “Não vou pedir”, disse ele, lembrando que a Itália tem uma velha dívida para com a comunidade italiana esparramada pelo mundo, particularmente daquela ítalo-brasileira: depois da Segunda Guerra, os imigrantes ajudaram a reerguer a Itália com suas doações e hoje participaram, pois, ativamente, do processo que transformou a Itália na sexta ou sétima potência econômica mundial. E hoje – continuou – “somos nós que compramos o óleo de oliva italiano e lotamos os aviões da Alitália”.

Defendendo o voto em seu nome, Pollastri afirmou que, na função que desempenha junto à Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria de SP, tem uma visão maior da Itália e do mundo que 80% dos senadores italianos. Assim, “temos condições de contribuir positivamente”, assegurou, para demonstrar sua crença de que o relacionamento econômico e político com a Itália está hoje muito aquém daquilo que o Brasil podia ter. “O maior aliado da Itália é o Brasil – enfatizou – e, da mesma forma, o maior aliado do Brasil é, sem dúvida, a Itália”.

Depois de Pollastri falaram também os candidatos da “Unione” para a Câmara de Deputados italiana, Fábio Porta e Natalina Berto. Esta centrou seu discurso nas questões mais sociais, já que sua atividade a tem notabilizado nesta área. Porta, por sua vez, ao observar que o Brasil tem o maior contingente de descendentes de imigrantes italianos do mundo, disse que lutará principalmente por dar maiores oportunidades aos jovens. A começar pelo direito de ver reconhecida a cidadania italiana “jure sanguinis” a que têm direito – porta (segundo ele) para a participação econômica, cultural e em todas as outras áreas. Ele criticou o atual governo italiano que, a seu ver, “está acabando com os consulados” ao não lhes dar estrutura para que atenda à demanda em regiões como a América do Sul.

Os candidatos pernoitaram em Curitiba e no dia seguinte foram ao Rio Grande do Sul.