Alunos e professores que participaram do concurso Tesouros do Brasil, da Fiat Automóveis, incentivam a preservação do patrimônio

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BELO HORIZONTE – BH – O projeto “Pedra do Sal”, desenvolvido por alunos e professores da Escola Municipal Darcy Vargas, localizada no bairro da Saúde, no Rio de Janeiro, está entre os quatro vitoriosos do concurso Tesouros do Brasil, edição 2005, da Fiat Automóveis.
No próximo sábado, 27 de maio de 2006, a partir de 11h, na sede da escola, os 130 alunos e professores de 5ª a 8ª séries receberão o certificado de participação no concurso e um cheque prêmio de R$ 5 mil para darem início à preservação do bem cultural. Na ocasião, os alunos irão autografar o livro de poesias e desenhos produzido por eles. 
O projeto Tesouros do Brasil, iniciativa cultural da Fiat Automóveis, identifica, valoriza e preserva os patrimônios históricos, naturais e afetivos. Em 2005, 784 trabalhos foram desenvolvidos em todo o Brasil. Foram 60 finalistas e quatro vencedores. O concurso envolveu mais de 25 mil alunos e 1.200 professores de escolas públicas e particulares dos ensinos fundamental e médio.

No Estado do Rio de Janeiro, a Pedra do Sal (Rio de Janeiro) e o projeto Casa da Flor (São Pedro da Aldeia) estão entre os quatro ganhadores da edição 2005 do concurso. Além deles, mais três projetos do Estado foram selecionados para preencher a 2ª edição do livro “Tesouros do Brasil”: Acervo Fotográfico Walney Teixeira de Souza(Cabo Frio); Serra da Calçada (Itaguaí) e Conjunto Histórico da Câmara Municipal (Paraíba do Sul).
Conheça a Pedra do Sal – Quilombo Urbano
A escolha desse bem foi feita por meio de uma eleição entre os próprios alunos, moradores do bairro Saúde, que optaram pela Pedra do Sal devido à sua pequena valorização local. Num primeiro momento, em parceria com a Associação de Moradores, os alunos participantes fizeram um encontro na Pedra do Sal com a apresentação de grupos de músicas, exposição de poesias, desenhos e fotografias dos alunos e artistas locais.
“O próximo passo foi a confecção de um pequeno livro que registrou todos os monumentos do bairro, inclusive a Pedra do Sal, além de materializar todo o levantamento e trabalho histórico feito pelos alunos”, explica o professor Adelino Matias Carvalho, orientador do projeto. O livro será distribuído para os estudantes da cidade e utilizado como um “guia-mirim”.
A história conta que no bairro da Saúde existiam os mercados de escravos e toda a infra-estrutura do comércio escravista nos séculos XVIII e XIX. Na Pedra do Sal, os negros eram negociados como escravos logo que desembarcavam no Porto do Rio de Janeiro, vindos da África e da Bahia. Lá, os escravos foram espancados, obrigados a transportar cargas descomunais, trancados em depósitos insalubres e comercializados. Mais tarde, livres, fizeram ali seu ponto para rituais, cultos religiosos, batuques, roda de capoeira, festas de candomblé e das rodas de choro. Nas ruas tortuosas e becos nasceram os ranchos e o carnaval carioca. Assim chamada devido ao sal que ali era desembarcado e comercializado, a Pedra do Sal foi o berço do samba carioca no final do século XIX.
Conheça um pouco mais do “Tesouros do Brasil”
Mobilizadas por meio de kits didáticos – com referências conceituais e orientações pedagógicas – e de um site na internet ( http://www.tesourosdobrasil.com.br ), as escolas participantes formaram equipes para a pesquisa do acervo local e definição do bem a ser resgatado, por meio do levantamento histórico, coleta de documentos e relatos, contextualização histórica e captura dos vínculos que unem aquele bem ou aquela história à vida da comunidade.
Os quatro melhores trabalhos em cada categoria (em grupo e individual) serão premiados e os 60 trabalhos mais representativos farão parte da nova edição do livro “Tesouros do Brasil”, sendo 40 projetos e 20 produções artísticas divididas em quatro categorias: fotografia, pintura e desenho, música e literatura. A premiação contempla um troféu para a escola/instituição responsável, um certificado para cada aluno e professor participante, R$ 4 mil para a equipe de professores dos trabalhos vencedores e uma verba de R$ 5 mil para dar início à concretização da proposta de ação de sensibilização da comunidade. Cada escola/instituição responsável pelo projeto vencedor receberá também como prêmio um computador e uma impressora.
Uma comissão técnica formada por representantes dos órgãos parceiros e profissionais das áreas de educação e cultura fez a seleção dos vencedores. O projeto tem como parceiros Ministério da Cultura, Ministério da Educação, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Unesco e as empresas Magneti Marelli e Usiminas.