Raimundo Colombo é o mais novo cidadão italiano no Brasil. Embaixador Trombetta entrega certificado pessoalmente

FLORIANÓPOLIS – SC – Além de governador do Estado de Santa Catarina, Raimundo Colombo é agora um cidadão italiano. O certificado de cidadania foi entregue durante a visita oficial do embaixador da Itália no País, Raffaele Trombetta, e do cônsul Geral da Itália, Salvatore Di Venezia, ao governador nesta quinta-feira, 18, no Centro Administrativo do Governo. Mais importante que a cidadania, a conversa girou em torno de como Santa Catarina e o país europeu podem ampliar as suas parcerias comerciais e culturais.

Com uma população em que 65% das pessoas tem ascendência italiana, de acordo com o cônsul, o Estado tem hoje uma balança comercial desequilibrada. Importa da Itália principalmente vinhos e calçados, além de máquinas e equipamentos para a indústria, quase o dobro do que exporta para lá, em que os principais produtos são motocompressores, papel, painéis de madeira, madeira compensada e cerâmica.

Em 2012, importou US$ 388 milhões e exportou US$ 174 milhões, terminando o ano com uma balança comercial negativa em US$ 214 milhões. “Concordo que temos de equilibrar essa balança comercial”, disse Trombetta. O presidente da Fiesc, Glauco Corte, também participou da reunião e completou: “A afinidade entre os dois países é favorável a isso”.

Santa Catarina é um dos primeiros estados que o embaixador italiano visita. Trombetta assumiu o cargo recentemente – desde o dia 7 de janeiro de 2013 é embaixador da Itália no Brasil – e a escolha pela terra de Anita Garibaldi, heroína aqui e na Itália, ocorreu porque o Estado é o segundo com a maior proporção de descendentes italianos em sua composição populacional. O governador é um deles, seus avós migraram do país para cá. Por isso, Colombo se declarou muito contente por perceber que, nos últimos anos, “a cultura italiana voltou a ser preservada e promovida por aqui com a criação de festas tradicionalistas e de museus.”

Outro ponto destacado foi que é possível ampliar bastante o intercâmbio cultural e acadêmico entre os dois países, pois há margem e condições favoráveis para esse crescimento. Dos cerca de 600 estudantes brasileiros que estão estudando na Itália, aproximadamente 60 – 10% deles – são provenientes de universidades catarinenses. Em compensação, o intercâmbio de estudantes italianos não atinge as mesmas proporções.

O Turismo também entrou em foco. Colombo destacou que Santa Catarina é o terceiro destino mais escolhido por estrangeiros, porém o número de turistas italianos não é significativo em comparação com outras nacionalidades. Para reforçar essa aproximação e criar um primeiro impulso para a vinda de italianos ao estado, Colombo fez um convite para que a seleção italiana fique hospedada aqui durante o período da Copa do Mundo no ano que vem. “Como os jogos serão espalhados por todo o País, não tem como escolher um local próximo dos estádios em que vocês vão jogar. Por aqui, a seleção italiana vai encontrar muitas semelhanças com a cultura de seu país de origem. Poderá continuar ‘perto de casa’ “, disse o governador ao embaixador italiano.

O novo secretário da Articulação Internacional, Filipe Mello, também acompanhou a visita oficial nesta que foi a sua primeira reunião oficial no cargo. Além dele, estava presente a embaixadora Carmen Ribeiro Moura, recém empossada como representante do Ministério das Relações Exteriores em Santa Catarina. 

O secretário Filipe Mello e a embaixadora Carmen Ribeiro se reuniram com o governador um pouco antes da chegada do embaixador italiano. Ribeiro veio se apresentar ao governador e discutir novas possibilidades de cooperações internacionais, em especial com agências de fomento de outros países.

O objetivo da reunião preliminar era ouvir quais são as prioridades do governador para a área internacional e propor ideias de cooperação. “Já saímos daqui com o encaminhamento de buscar captação de investimentos e também de parcerias para a área cultural, talvez um projeto para construir um museu de ciências interativo, mas são coisas que ainda tem que ser trabalhadas”,  explicou a representante do Ministério de Relações Exteriores.