Andrea Lanzi e Fabio Porta: não à diminuição de cadeiras no Parlamento para os Italianos no Exterior. (Fotos Desiderio Peron / Arquivo Insieme)

Com a redução do número de parlamentares italianos, o número de eleitos no exterior também será menor e “tudo isso acontece mais uma vez no silêncio resignado e cúmplice do Maie de Riccardo Merlo, que sequer uma palavra disse e não moveu um dedo contra uma proposta que tem a oposição de todo o mundo da emigração”.

A estocada contra o senador ítalo-argentino e subsecretário para os italianos no mundo da Farnesina tem a assinatura do presidente e do secretário geral do PD – ‘Partito Democratico’ no Brasil, respectivamente Andrea Lanzi e Fabio Porta, que em nota à imprensa condena hoje a redução da representação dos italianos no mundo junto ao Parlamento – assunto que voltou ao debate em Roma. “O PD do Brasil denuncia o enésimo descaso do governo amarelo-verde-Maie”, diz o título da nota.

PATROCINANDO SUA LEITURA

Pela proposta de alteração dos artigos 56, 57 e 59 da Constituição Italiana, já analisada parcialmente no Senado, com a oposição do PD, Leu grupo das Autonomias (185 sim, 54 não e 4 abstenções), o número de parlamentares italianos seria reduzido de 945 para 600 com os atuais 630 deputados reduzidos para 400, e os 315 senadores para 200. As cadeiras destinadas aos italianos no exterior passariam de 18 para 12: o número de parlamentares, que hoje é 12, ficaria reduzido para 8; e em vez dos 6 senadores atuais, ficariam 4.

“Com a discussão sobre a proposta de reforma constitucional que prevê uma posterior mortificação dos direitos dos italianos no exterior, prevista para quarta-feira na Câmara dos Deputados, estamos diante do enésimo ato hostil desse governo contra os italianos no mundo”, afirmam os subscritores do comunicado. “Depois da exclusão da renda de cidadania e da ‘quota 100’ para as aposentadorias, os cortes no orçamento e maiores dificuldades para a obtenção da cidadania por matrimônio, depois das ambiguidades sobre a Venezuela e o nada feito para a redução das filas da cidadania por direito de sangue, esta disposição coroa o pensamento real sobre os italianos no exterior da maioria que apoia o governo”, aduzem Lanzi e Porta.

E prosseguem: “Não somos contrários à redução do número de parlamentares, mas entendemos que o número total dos eleitos no exterior era já amplamente inferior à relação eleito/eleitor em 2001, quando foi aprovada a reforma constitucional que admitiu o voto ativo e passivo dos italianos no mundo. Hoje, o número dos italianos residentes no exterior dobrou, em função da nova mobilidade dos jovens italianos e também do grande número de pedidos de cidadania, e o bom senso deveria indicar se não um aumento dessa representação, pelo menos a manutenção dos números atuais”.

Tudo isso, entretanto, segundo escrevem os dois dirigentes partidários de oposição ao governo italiano atual no Brasil, “acontece mais uma vez no silêncio resignado e cúmplice do Maie de Riccardo Merlo, que sequer uma palavra disse e não moveu um dedo contra uma proposta que tem a oposição de todo o mundo da emigração, do Conselho Geral dos Italianos no Exterior a toda a rede de associações (à qual o Maie, apenas somente em palavras, continua a se referir)”.

Lanzi e Porta concluem a nota dizendo que “o PD do Brasil expressa sua contrariedade a esta proposta e denuncia a absoluta falta de respeito e reconhecimento dos partidos que sustentam o governo italiano em relação às grandes comunidades italianas no mundo, que constituem ainda hoje um patrimônio que precisa ser valorizado e não apenas um reservatório de votos a ser espremido quando convém e abandonado quanso se está no governo”.

Para ver a nota no original, em língua italiana, clique aqui