Dizendo-se liberado pelo partido para assumir a posição que entendesse melhor, o advogado Walter Antonio Petruzziello anunciou, durante vídeo-entrevista concedida no início desta noite que é pelo “Sim” no referendo constitucional sobre o enxugamento do Parlamento italiano. Ele disse também que entrará em franca campanha para sensibilizar os eleitores ítalo brasileiros a participarem do processo, independentemente da posição de cada um.

Do referendo convocado na Itália para os dias 20 e 21 de setembro, participam também os cidadãos italianos com direito a voto residentes no exterior. Por correspondência, a consulta fora da Itália é realizada com antecedência, e a recepção dos votos será encerrada às 16 horas do dia 15 de setembro próximo. O material eleitoral deverá ser enviado aos cidadãos pelos Consulados, através dos Correios (cujo pessoal está em greve geral por tempo indeterminado), nos próximos dias.

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Ao falar sobre a importância da participação da comunidade italiana com direito a voto, Petruzziello, que é coordenador do Maie – ‘Movimento Associativo Italiani all’Estero’ no Brasil, fez duras críticas à atual representação parlamentar dos italianos no exterior e, rebatendo os que argumentam pelo ‘não’ porque haverá redução de cadeiras também na Circunscrição Eleitoral do Exterior, lança a pergunta: “Talvez não seja melhor ter um que valha por dois do que ter dois que não valem um?”

“Sou muito sincero sobre isso”, disse Petruzziello, argumentando que não vê veracidade no argumento de quem alega que o enxugamento do Parlamento representaria uma ameaça ou diminuição da democracia. “Afronta à democracia é empurrar algo de goela abaixo aos cidadãos; neste caso, são os cidadãos que foram convocados a dizer que o que preferem”, apesar de o Parlamento, por sua maioria, já ter aprovado a lei que corta um terço das cadeiras do Senado e da Câmara dos Deputados da Itália.

“Esse argumento sobre a diminuição da democracia é o discurso dos que temem perder a poltrona” , ou a oportunidade de conseguir uma poltrona, argumentou ainda o ex-presidente do Comites – ‘Comitato degli Italiani all’Estero’ para os Estados do Paraná e Santa Catarina. Por isso, segundo Petruzziello, mesmo integrantes de partidos que, no Parlamento, votaram pelo corte das cadeiras, agora fazem campanha pelo ‘não’. Outros, também segundo ele, foram candidatos derrotados nas sucessivas eleições.

Ainda justificando sua posição pelo ‘sim’, Petruzziello disse não achar justo que a decisão dos italianos no exterior contrarie a vontade do povo italiano que em sua maioria almeja a redução dos custos da política. Nós “não pagamos impostos”, disse. E observou: “O PD, assim como o M5S, que integram a base de apoio ao governo, votou pela redução, enquanto o coordenador do partido na América do Sul, agora está fazendo campanha para derrubar aquela lei; o Maie, entretanto, como partido, votou contra a lei aprovada pela maioria do Parlamento e mantém sua coerência encaminhando o voto pelo ‘não'”.