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Tudo fica como está na Justiça italiana. Apenas pouco mais de 20% dos eleitores com direito a voto se manifestaram no referendo do último domingo, num dos mais baixos percentuais de participação já alcançados na história das consultas populares da Península. Sem o quorum exigido de 50% mais um dos eleitores, nada será alterado em relação às cinco questões apresentadas para a decisão dos cidadãos.
Conforme os resultados divulgados no site do Ministério do Interior, a participação dos ítalo-brasileiros foi maior que aquela verificada dentro do território italiano. Dos 430.984 cidadãos com direito a voto, a participação foi superior a 22%, enquanto na Argentina, com 768.716 votantes, a participação foi além dos 24%.
No Brasil, o “Não” venceu nas primeiras duas questões (1 – veto a candidatura e perda de mandato para políticos condenados por crimes contra a administração pública, com 63,03% das preferências e, 2 – prisão preventiva, com 60,15%), enquanto o “Sim” venceu nas outras três questões (3 – separação das carreiras dos magistrados, com 72,42% das preferências; 4 – avaliação do trabalho dos magistrados, com 71,93%; e 5 – candidatura para composição do Conselho Superior da Magistratura, com 67,87%). Mais de duas mil cédulas em todos os quesitos foram deixadas em branco.
Somando os eleitores da Itália (total de 50.910.437) e da Circunscrição Eleitoral do Exterior (total de 4.736.205), O “Sim” venceu todas as questões: 1 – veto a candidatura e perda de mandato para políticos condenados por crimes contra a administração pública, com 53,09% contra 46,91% ; 2 – prisão preventiva, com 53, 37% contra 44,63%; 3 – separação das carreiras dos magistrados, com 73,27% contra 26,73%; 4 – avaliação do trabalho dos magistrados, com 71,28% contra 28,72%; e 5 – candidatura para composição do Conselho Superior da Magistratura, com 71,63% contra 28,37%. O número de cédulas anuladas e depositadas em branco em todo o território italiano foi bastante alto: em torno de, na média, 180.000 e 700.000, respectivamente.
Em todo o exterior, o resultado seguiu a tendência verificada no Brasil: o “Não” venceu as duas primeiras questões, com 58,44% e 54,46%, respectivamente, enquanto nas demais três questões o “Sim” obteve os seguintes 63,53% para o terceiro quesito; 62,71% para o quarto quesito, e 60,10% para o quinto quesito.
As primeiras reações de políticos italianos sobre os resultados do referendo vieram já no domingo, conforme retratam os jornais italianos. O ex-primeiro ministro Giuseppe Conte (M5S) observou que a abstenção dos eleitores, bem superior aos 50%, lhe “faz muito mal”. Já da parte da Lega, uma das forças promotoras do referendo, criticou-se o fato de a votação ter sido realizada durante um “domingo de verão” e apenas em um único dia. Na verdade, todos os partidos estavam e estão mais preocupados com as eleições municipais que ocorreram no mesmo dia em quase mil “comunas” italianas. Até o presente momento, Lega e PD reivindicavam a vitória. Em alguns municípios haverá segundo turno.
