u CURITIBA – PR – O jogo pré-eleitoral na América do Sul para o Parlamento Italiano passa da nebulosa fase das indefinições para a área das traições: depois de ter recebido do candidato ao senado Luigi Pallaro (Argentina) a promessa de que seria o candidato privilegiado no Brasil dentro da chapa “Associações Italianas na América do Sul”, o conselheiro do CGIE pelo Brasil, Walter Petruzziello, foi surpreendido com a confirmação da candidatura de Adriano Bonaspetti, presidente do Comites de Porto Alegre-RS. “Não entendi, e não sei onde Pallaro quer chegar”, declarou Petruzzielo, sentindo-se traído. “Estive com ele na semana passada, em Buenos Aires, conversamos pessoalmente, estava tudo certo. Vejo agora que a intenção de Pallaro deve ser a de dividir o eleitorado brasileiro para disso tirar proveito”, acrescentou Petruzziello que já iniciara seus trabalhos para a candidatura ao Senado.
O convite de Pallaro a Bonaspetti, segundo Petruzziello, é real e foi aceito, pois o presidente do Comites gaúcho teria informado a amigos já ter inclusive assinado a lista de adesão.
Bonaspetti, conforme havíamos noticiado com base em informações distribuídas pela agência “News ItaliaPress”, estaria encabeçando uma chapa de centro-direita, embora responda a inquérito na Polícia Federal brasileira por fatos ocorridos na eleição de 2006. Segundo Petruzzielo, a chapa “La Destra” que atende à liderança do italiano Francesco Storace (secretário nacional do partido), tem no comando Piero Ruzzenenti (coordenador no Brasil dos Comitês Tricolores), do Rio de Janeiro, que chegou a lhe formular convite para concorrer ao Senado.
Também o argentino Ricardo Merlo, que na última eleição foi o mais votado da Circunscrição Eleitoral do Exterior, está articulando nomes no Brasil. Dias atrás, corria a informação de que teria convidado o presidente do Comvesc (Comitê das Associações Venetas de Santa Catarina), Itamar Benedett, que é vice-presidente do Comites do Paraná e Santa Catarina, cujo presidente, Gianluca Cantoni, solicita para informar que não sairá candidato a nada nestas eleições. “Para evitar mal-entendidos sinto-me no dever de tornar pública a mensagem que enviei à Doutora” (Antonella Buono, presidente do partido “Il Sole d’Italia”), escreveu Cantoni aos conselheiros do Comites que preside. Na carta a Antonella, Cantoni explica que “depois de ter refletido, cheguei à conclusão que não posso dar prioridade à política, deixando de lado minha família. Agradeço novamente o convite, reafirmando que não sou candidato nem serei por nenhuma chapa”.
Segundo Petruzziello, Cantoni tem compromisso de dar apoio incondicional à sua candidatura que agora, entretanto, depende também do que decidir o senador argentino Luigi Pallaro. “Se ele mantiver a palavra empenhada – disse Petruzziello – tudo bem. Caso contrário, vamos repensar juntamente com outros companheiros como Cláudio Pieroni, de São Paulo, que também está conosco.”
Pelo visto, na reunião de Brasília entre representantes dos Comites, CGIE, Consulados e Embaixada, no correr desta semana ( 27 e 28.02.2008), a pauta terá mais assuntos políticos que administrativos. Segundo consta, o próprio senador Pallaro deverá comparecer para esclarecimentos, assim como também o senador Edoardo Pollastri, em tranqüila posição de quem tem o apoio já declarado do Partido Democrático, deve marcar presença.