Luca Zaia, governador do Vêneto. (Foto Desiderio Peron / Revista Insieme)

“Uma bela história que não devia terminar sobre aquele avião maldito, mas no campo de Medellin (…) A dor é grande, mas conforta-nos lembrá-los com um sorriso terno, imaginando um jogo estelar entre o grande Turim desaparecido em 1949 e o Chapecoense”, uma partida que será jogada “em breve lá em cima, entre as nuvens”.
Assim o governador da região italiana do Vêneto, Luca Zaia, que há poucos dias esteve em visita ao Rio Grande do Sul, escreveu  numa carta datada de 30 de novembro, dirigida ao prefeito Luciano Buligon, de Chapecó-SC, lamentando o acidente que envolveu o avião que levada a delegação da Chapecoense para Medellin, na madrugada de terça-feira última.

A mesma carta, só que em português, foi endereçada também a Sandro Luiz Pallaoro, presidente da Ace – Associação Chapecoense de Futebol. O documento foi divulgado em sua página do Facebook pelo consultor vêneto para o Rio Grande do Sul, Cesar Augusto Prezzi, que organizou a visita de Zaia na inauguração de uma estátua do Leão Alado numa praça de Santa Teresa, no Vale dos Vinhedos.

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Zaia diz que “Junto com muitos emigrantes e oriundos vênetos que vivem e prosperam no Estado de Santa Catarina choramos hoje a tragédia que levou longe do Brasil e de todos os esportistas os jovens da Chapecoense Associação de Futebol”.

“O destino cruel os matou precisamente quando – prossegue o governador do Vêneto cujo avô é nascido em São Paulo -, graças a conquistas desportivas extraordinárias, o mundo tinha começado a notá-los e a conhecê-los: o patinho feio virou cisne e, a partir da série D, de promoção em promoção, tinha chegado à série A e a lutar para a Copa Sulamericana no olimpo daquela capital mundial do futebol champagne que é a América do Sul”.

A bonita história dos atletas que tiveram fim tráfico, ao lado de dirigentes e jornalistas, deveria, segundo Zaia, terminar no campo de Medellin, “a viver e jogar para o sonho de uma pequena equipe tornada grande, como foi o caso da grande Pádua de Nereo Rocco, para a Verona campeã da Itália de Osvaldo Bagnili, e, nos últimos tempos, para o Leicester de Claudio Ranieri”.

“A dor é grande, mas gostamos de lembrá-los com um sorriso terno, imaginando um jogo estelar entre o grande Turim desaparecido em 1949 e a Chapecoense. Vai ser jogado em breve lá em cima, entre as nuvens”, conclui Luca Zaia.

Nota: A referência a Turim alude à “Tragédia de Superga”, ocorrida em 4 de maio de 1949, quando a equipe do Torino (tetracampeão italiano) voltava para casa de um amistoso em Portugal. Um nevoeiro complicou a aterrissagem, e o avião (uma aeronave Fiat G-121, com capacidade para 34 passageiros, construída dois anos antes), bateu contra o muro posterior da Basílica de Superga, matando instantaneamente todos a bordo.

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