Sem filas da cidadania nem taxas absurdas, promessa de “Articolo 1”. E também sem limite geracional no direito de sangue

Mudar a Itália com a ajuda dos italianos no exterior, sem filas de cidadania nem taxas absurdas. Esta é uma promessa de campanha que faz o presidente do “Articolo 1”, Roberto Speranza, ao lado dos candidatos a deputado no Parlamento italiano Walter Fanganiello Maierovitch, do Brasil, e Tony d’Anversa, do Canadá.

Esperar nas chamadas “filas da cidadania” por 12 ou mais anos para ter reconhecido um direito “é falta de respeito e nós devemos mudar isso”, disse Speranza em vídeo que Fanganiello fez registrar em resposta a algumas perguntas da Revista Insieme encaminhadas no início do mês, quando se encontrava em Roma para a convenção do partido que elegeu como líder da coligação “Liberi e Uguali” o presidente do Senado, Piero Grasso.

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Speranza também se referiu à cobrança da “taxa da cidadania”, que “não deve custar muito”, pois uma família com pouco dinheiro não pode ser privada de ter sua cidadania reconhecida. “Não são só as famílias ricas que podem ter a cidadania, também [têm direito] as famílias que estão em dificuldade”, disse o líder partidário ao convocar os italianos que residem fora da Itália a fazerem parte das mudanças pretendidas.

Também os cidadãos italianos que foram obrigados a renunciar à cidadania – fato que, segundo Speranza, é problema recorrente no Canadá – devem ter facilitada a oportunidade de readquiri-la. “Nós devemos colocar no centro os italianos que vivem no mundo, dar-lhes respostas, construir com eles uma relação que seja verdadeiramente de unidade, de convergência, construir uma comunidade nacional solidária”, discursou Speranza.

À ponderação de Fanganiello de que não deve haver limitação geracional para a transmissão da cidadania italiana “iure sanguinis”, Speranza faz sinal de assentimento, como se pode ver no vídeo. O texto, na íntegra, da mensagem contida no vídeo que foi gravado durante a convenção do partido e homologação das candidaturas vai abaixo transcrito em versão na língua portuguesa (o que está entre parêntesis foi pronunciado por Fanganiello):

“Estou muito feliz por estar aqui e, através de vocês dois, transmitir uma importante mensagem a todos os italianos que vivem no mundo. São italianos, nossos irmãos e irmãs, um pedaço fundamental de nossa comunidade nacional.

Nós os consideramos verdadeiramente como uma parte fundamental da extraordinária comunidade de nosso país. E juntos devemos tentar mudar a Itália: nós que aqui vivemos e vocês que, sendo italianos como nós, vivem no exterior.

Vocês realizaram uma experiência importante em tantos setores, nas empresas, nas profissões, no comércio. Vocês nos ajudaram a construir uma ideia positiva sobre a Itália.

Assim, nós precisamos de vocês e vocês estarão ao nosso lado no projeto de mudanças que estamos elaborando com “Liberi e Uguali” e com Piero Grasso, um personagem importante que os italianos no exterior conhecem pelas suas lutas pela legalidade e contra a máfia. Pelo seu empenho ao lado de personalidades extraordinárias como Falcone, Borsellino e tantas outras que lutaram contra a máfia.

Nós devemos colocar no centro os italianos que vivem no mundo, dar-lhes respostas, construir com eles uma relação que seja verdadeiramente de unidade, de convergência, construir uma comunidade nacional solidária.

E devemos fazê-lo sobretudo dando solução a alguns problemas que existem. Por exemplo, facilitar o acesso à cidadania. Isto é verdadeiro para o Canadá, onde muitas pessoas que tinham a cidadania, infelizmente tiveram que renunciá-la. Nós devemos facilitar a possibilidade de que essas pessoas  possam reaver a cidadania o mais rápido possível. Isso é muito importante e assumimos o compromisso de fazer.

Assim como, no Brasil, onde é também necessário trabalhar para melhorar o acesso à cidadania…  não deveria ser difícil, não deveria ser complicado (mais de 12 anos, um grande erro fazer assim, porque devem ser considerados cidadãos, pois nasceram cidadãos pelo sangue e devem ser considerados imediatamente cidadãos, não aguardar 12 / 14  anos… isso é falta de respeito).  É muito tempo, é falta de respeito e nós devemos mudar isso. Deve ser mais fácil ter a cidadania reconhecida e também de forma mais barata, porque hoje custa muito.

(E não se pode limitar. O sangue é o sangue, não é o sangue da primeira, da segunda geração e para aí… não!)  E não deve custar muito, pois uma família que não tem dinheiro não pode ter a cidadania, isso é errado, pois não são só as famílias ricas que podem ter a cidadania, também as famílias que estão em dificuldade.

Então, a mensagem de fundo é esta: nós queremos mudar a Itália. Mas para mudar a Itália precisamos dos italianos que vivem na Itália e também dos italianos que vivem no mundo que, para nós, são fundamentais. (E mudar pequenas e grandes coisas. Pequenas coisas como essa taxa absurda).

Queremos mudar e mudaremos juntos, com “Liberi e Uguali” e com Piero Grassi.”