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CURITIBA – PR – Na primeira visita ao Paraná depois de sua eleição como senador no Parlamento Italiano, o ítalo-brasileiro Fausto Longo, de São Paulo-SP, esteve com o cônsul geral da Itália em Curitiba, Enrico Mora, com o governador Beto Richa e com o prefeito da cidade, Gustavo Fruet para agradecer os votos que o levaram a Roma e colocar-se à disposição no Senado italiano. A visita aconteceu segunda-feira (11.11.2013) e Longo estava acompanhado do ex-ministro Alceni Guerra e da deputada federal Cida Borghetti.

Ao editor da revista Insieme, o senador Longo concedeu entrevista em em que declarou manifestar “muita esperança” na recente deliberação do Conselho de Ministros que fixou em 720 dias o prazo máximo para a conclusão de qualquer processo de reconhecimento da cidadania italiana por direito de sangue pois, segundo ele, representa uma “tomada de posição do governo italiano no sentido de que seja preparada a estrutura consular para efetivamente cumprir o seu papel de atender os ítalo-descendentes, que não podem ser tratados como cidadãos de segunda categoria”. Segundo Longo, nesse grande número descendentes de imigrantes italianos esparramados pelo mundo “pode estar uma alavanca para a recuperação econômica de um país que precisa dessa presença para assumir seu papel de protagonista na consolidação da União Europeia”.

Longo falou também a respeito das três metas que priorizou sobre os dez itens que apresentou durante a campanha eleitoral: a primeira, contribuir para a ampliação da estrutura consular para que seja encaminhada e resolvida a questão da cidadania; a segunda, fomentar a aproximação de empresas italianas e brasileiras para que, não como clientes umas das outras, mas parceiras, possam conquistar novos mercados no competitivo e acirrado mercado internacional e, assim, gerar mais empregos, pois, como diz, “o trabalho é o caminho da dignidade” e “quem tem seu próprio trabalho, seu próprio salário, alcança o direito de construir sua própria felicidade”; a terceira: entregar, nos cinco anos de seu mandato, um hospital italiano em São Paulo, onde existem o Sirio-Libanes, o da Beneficência Portuguesa, o Israelita, mas não o Italiano.

CIDADANIA, UM PACTO – Sobre a questão do reconhecimento da cidadania italiana por direito de sangue, cujos interessados formam enormes filas invisíveis diante dos consulados italianos que operam no Brasil (fala-se mesmo em cerca de 800 mil requerentes à espera por períodos que ultrapassam dez anos), Longo tem uma visão que o leva a pedir à comunidade ítalo-descendente a compreender exatamente “o que é ser cidadão”. “Precisamos passar para as pessoas – diz ele – que cidadania é um pacto entre a pessoa e o Estado. Não se transmite biologicamente. Cada pessoa tem que assumir um compromisso de compreender que ser cidadão é ter deveres e direitos e normalmente nós, ítalo-descendentes, temos a mania só de exigir que a Itália nos dê o direito de cer cidadãos, mas nunca perguntamos qual a contrapartida que a Itália precisa”.

Para o senador, cidadania “é uma via de duas mãos” e nós “precisamos inaugurar a via de ida”.