Passados mais de sete meses do início da cobrança da chamada “taxa da cidadania” (trezentos euros para cada processo de reconhecimento da cidadania italiana por direito de sangue), aparentemente nada mudou: as filas continuam, a demora é a mesma, os consulados italianos que operam no Brasil esconderam-se atrás do “biombo” criado com um serviço telefônico terceirizado e todos os pedidos de utilização do novo recurso para o aparelhamento dos consulados dormem no esquecimento da burocracia. Até mesmo os representantes dos italianos no exterior, isto é, os deputados e senadores eleitos pelo voto direto das comunidades italianas, silenciaram. A novidade mudou apenas a rotina dos cofres públicos italianos, para onde vai o dinheiro arrecadado para ser gasto sabe-se lá com que e por quem. Do tal “fundo consular” (destinação da famigerada taxa para um caixa especial a ser usado para a melhoria dos serviços ao público) sugerido por alguns parlamentares, entre eles Renata Bueno, que do tema extraíram motivos para a pessoal promoção perante o eleitorado, nunca mais se ouviu falar. Configura-se, assim, com o passar do tempo, o que o deputado Fabio Porta dizia, sem meias palavras, logo no início, quando chegou a propor a redução do importe cobrado para 100 euros: a cobrança da taxa, sem a devolução do dinheiro aos consulados, é inaceitável… Continua inaceitável? Mas para quem?

 

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