Deputado Fabio Porta pede ajuda à Província Autônoma do Trento. A tragédia de um casal trentino soterrado por uma avalanche em Rodeio é símbolo da dramática situação de milhares de flagelados.

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CURITIBA – PR – O panorama trágico e desolador causado por mais de dois meses de chuvas intensas em Santa Catarina, além da solidariedade entre os brasileiros que se mobilizam para socorrer e ajudar as vítimas, passou a despertar também as atenções internacionais. Nesta quinta-feira, (27.11) o deputado Fabio Porta, de São Paulo, eleito para o Parlamento Italiano pela Circunscrição do Exterior, pediu a ajuda da Província Autônoma de Trento. Em carta enviada ao presidente da Província, Lorenzo Dellai, Porta chama a atenção para a grave situação do Vale do Itajaí “onde um grande número de ítalo-descendentes (especialmente trentinos) é residente e se encontra desabrigado”.
Também o cônsul geral da Itália em Curitiba-PR, Riccardo Battisti manteve contato com o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, sobre cujo território se estende sua jurisdição para manifestar, em nome do governo italiano, sua solidariedade e preocupação com os cidadãos italianos residentes no Estado vítimas das intempéries. Santa Catarina é o segundo Estado brasileiro com o maior percentual da ítalo-descendentes do Brasil.
Em seu pedido, o deputado Fabio Porta manifesta sua certeza de que “a Província de Trento saberá responder, com presteza e solidariedade que sempre a tem distinguida, a este grave desastre que, entre outras, atingiu tantas famílias de nossos emigrados”. Nas áreas atingidas reside a maior comunidade de descendentes de imigrantes trentinos de todo o mundo. Em mensagem ao governador catarinense, Porta colocou-se à disposição para colaborar no que estiver ao seu alcance “a fim de ajudar a restituir a normalidade neste Estado que tanto orgulha o Brasil e que tão fortes relações tem com a Itália.
Depois de mais de dois meses de chuvas torrenciais, o panorama em Santa Catarina contabiliza cerca de noventa mortos, dezenas de cidades e vilas sob a água e com os serviços básicos danificados, mais de vinte mil desabrigados, escolas fechadas deixando quase um milhão de alunos sem aulas, prejuízos na indústria, no comércio e na economia de forma geral. Além das inundações, alguns lugares literalmente desapareceram com os deslizamentos, barreiras e, mesmo, o “desmonte” de morros e colinas.

 

Giacomina Cosi Eccel, a filha Kendi Eccel, e Dario Eccel, sufocados por uma avalanche junto à filha Keli, deixando órfãos Kevi e Keila

 

 

No interior de Rodeio, a tragédia que se abateu sobre a família de Giacomina Cosi Eccel e Dário Salvio Eccel (ambos com  44 anos de idade) pode ser tomada como uma imagem símbolo do drama vivido por milhares de famílias: na manhã do dia 24/10, por volta das 7 horas da manhã, enquanto tirava leite das vacas para a sua pequena fábrica de queijos, os morros que cercavam sua casa, no Ipiranga, vieram abaixo, arrastando-a vale abaixo. Dario morreu abraçado à sua mulher e dois dos quatro filhos (Kendi, 15 anos e Keli, 8 anos), depois de tentar desesperadamente salvá-los, segundo contam os filhos sobreviventes (Kevi, 13 anos e Keila, 4 anos). O drama comoveu não só a comunidade de Rodeio mas chegou até a terra natal de Giacomina – no Trento, onde ela conheceu Dario num curso de produção de queijos e derivados de leite, há cerca de vinte anos. A fábrica de queijos de Dario, financiada parcialmente pela Província Autônoma do Trento, restou intacta na colina do lado  do local onde estava sua casa.
Em Blumenau, o maior núcleo urbano da região mais castigada, o prefeito local estima que serão necessários pelos menos dois anos e meio para reconstruir a cidade. Ilhota, Gaspar, Luiz Alves, Rio dos Cedros, Nova Trento, São João Batista, Jaraguá do Sul e Itajaí são alguns dos outros municípios seriamente prejudicados pelas águas. Os flagelados passaram a ser atendidos pelos Bombeiros, Defesa Civil e pelo Exército. Os governos dos vizinhos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul foram os primeiros a se mobilizarem para ajuda e primeiros socorros. Em socorro à população, o governo federal tomou algumas medidas de emergência, como a liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e empréstimos privilegiados pela Caixa Econômica Federal. Dentre as manifestações de solidariedade também merece destaque a ação dos cerca de 60 Círculos Trentinos de todo o Brasil, que colocaram suas sedes como ponto de referência para a coleta de doações.
Os brasileiros que quiserem ajudar às vítimas das enchentes em Santa
Catarina têm cinco opções de bancos para fazer depósitos em dinheiro. Além
das contas no Banco do Brasil, Bradesco S/A e Besc, que já contabilizam
mais de 1,4 milhão de reais, somam-se à campanha de doações o Banco Itaú e
a Caixa Econômica Federal.
COMO AJUDAR – O governo de Santa Catarina abriu cinco contas bancárias para receber doações em socorro às vítimas das enchentes e suas consequências em todo o Estado. Todas as contas foram abertas em nome do Fundo Estadual de Defesa Civil,  CNPJ – 04.426.883/0001-57. A Defesa Civil de Santa Catarina informa que não envia mensagens eletrônicas com pedidos de auxílio. As contas oficiais para depósito estão publicadas no site: www.defesacivil.sc.gov.br e são as seguintes:
1 – Caixa Econômica Federal – Agência 1877, operação 006, conta 80.000-8
2 – Banco do Brasil
– Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7
3 – Besc
– Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0.
4 – Bradesco S/A – 237 Agência 0348-4, Conta Corrente 160.000-1
5 – Itaú S/A – 341 Agência 0289, Conta Corrente 69971-2