O escritor Luis H. Rocha . (Fotomontagem Insieme sobre imagem Instagram)

Como parte das ações comemorativas aos 150 Anos da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul, será lançado amanhã (29/08), na Fundação Casa das Artes de Bento Gonçalves, o livro “Os Imigrantes, o Transporte e o Progresso”. O livro é parte da Coleção Lavoro Italiano, do escritor Luis H. Rocha, segundo quem resgata a história da imigração e, sobretudo, dos seus valores.

“Já nesse primeiro volume – explica o autor – fica claro que o imigrante foi responsável pela mudança do perfil socioeconômico do Rio Grande do Sul e do Brasil. O trabalho diuturno e a perseverança, a fé, a família, são valores que venceram todas as dificuldades encontradas pelo caminho”.

PATROCINANDO SUA LEITURA

Rocha esclarece que “embora a intenção fosse iniciar a narrativa meio século antes da chegada dos imigrantes (1825), foi necessário voltar a 1730, quando começou a atividade dos transportadores no Caminho das Tropas. Abordamos ainda a navegação fluvial, as carretas, os trens, antes e depois da imigração, para então chegar no foco principal, que é o transporte rodoviário de cargas”.

Segundo material de divulgação preparado pelo autor, “as histórias dos pioneiros do transporte, caminhoneiros solitários como Ladair Michelon, Arsile Dalla Valle, Irani Bertolini, Ivanor Ossani, e outros não menos importantes, junto com empresas como Marcopolo, Randon e Expresso Mercúrio, são contadas em detalhes”.

A falida Varig foi outra grande empresa e, segundo o autor, devido ao foco do livro ser o transporte rodoviário e a imigração italiana , houve uma “discussão enorme” com o Conselho Editorial. Mas “Nenhuma empresa brasileira foi a tantos lugares e levou o nome do Rio Grande do Sul tantas vezes para todo o mundo como a Varig” argumenta o escritor, observando que  a Varig foi fundada por um imigrante alemão. “Ganhou o bom senso e incluímos a história da aviação no Estado, que se funde com a própria Varig”, explica Luis H. Rocha.

Obras da Coleção “Lavoro Italiano.

“O papel das mulheres nesse setor, muitas vezes invisível por não estarem elas na linha de frente”, também mereceu destaque: “A mulher na história da imigração, na história do transporte desempenhou um papel da maior importância. Enquanto os homens estavam na estrada, eram elas as responsáveis pela casa, pela criação dos filhos. Não existia data para que eles voltassem, não se sabia quando e quanto dinheiro trariam, então elas também tinha que trabalhar pela subsistência da prole. Foram verdadeiras heroínas, um capítulo é pouco para descrever a força destas mulheres”, diz o escritor.

A publicação tem o patrocínio da Beconal – Indústria Naval da Amazônia, empresa do grupo Bertolini e da Randoncorp, além do apoio da Câmara Internacional da Indústria do Transporte, Fetransul, CIC-BG, SEC-BG e do Comvers – Comitato Vêneto do Rio Grande do Sul.

O livro “Os Imigrantes, o Transporte e o Progresso” tem a participação dos historiadores Floriano Molon, que assina o capítulo sobre os modais de transporte da imigração; Catia Dal Molin e a jornalista italiana Ilenia Litturi, sobre o transporte na Itália; Maria Dalcin, sobre as ferrovias; e a contribuição dos pesquisadores Raul Ben e Dsqui Pontes.