u CURITIBA – PR – Se a comunidade ítalo-brasileira se unisse em torno de candidatos seus, com a organização de uma chapa com candidatos do Brasil, isso garantiria a eleição de pelo menos um deputado e um senador. A opinião é do conselheiro do CGIE (Conselho Geral dos Italianos no Exterior), Walter Petruzziello, que é também suplente do senador Luigi Pallaro, da Argentina. Ele torce para que as eleições não ocorram imediatamente, pois se isso acontecesse, o Brasil correria o risco de ficar sem representação parlamentar.

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Ele falou a Insieme sobre o tema, a propósito da queda do governo de Romano Prodi e a conseqüente convocação de novas eleições parlamentares em prazo ainda não determinado. Nas últimas eleições (e primeiras para os italianos no exterior), a comunidade italiana no Brasil elegeu o senador Edoardo Pollastri com uma diferença mínima sobre uma concorrente da Argentina, que já havia inclusive comemorado sua vitória. O Brasil é a segunda força eleitoral da América do Sul, que tem duas cadeiras de Senador e três de Deputado. A Venezuela, com muito menor número de eleitores, garantiu a eleição de Marisa Baffile, numa inteligente aliança com candidatos argentinos.

DESILUSÃO

Para Petruzziello, a queda do Governo Prodi antes mesmo de completar o segundo ano de mandato é uma desilusão muito grande. “Desilusão – disse ele – para quem vota ou votou nas forças que compunham o governo e desilusão mesmo para aqueles que, embora não votando no Governo Prodi, tinham esperanças de ver atendidas as justas reivindicações dos italianos no Exterior.”

“Não podemos entender – prossegue Petruzziello – como uma força politica que fica 5 anos na expectativa de governar um país e vence as eleições não consegue governar nem sequer por dois anos”.

Independe desta desilusão, o conselheiro do CGIE não acredita que a queda do governo Prodi “possa trazer benefícios   a comunidade italiana no exterior”. 

Ele explica que atualmente existem duas correntes  na Politica Italiana: uma que deseja eleições imediatas (no caso de Berlusconi) e outra que deseja a reforma eleitoral antes das eleições (Veltroni). “Se as eleições forem realizadas já (abril ou maio)  – raciocina Petruzzielo – não teremos tempo para prepararmos uma campanha que possa beneficiar a comunidade italiana no Brasil e, assim, corremos o risco de não termos representantes no Parlamento italiano.!

Petruzziello analisa ainda que uma eventual modificação da lei eleitoral “a toque de caixa” também pode prejudicar a comunidade italiana no exterior, “haja vista que existem correntes que querem modificar o voto no exterior eliminando o voto por correspondência”. Ora, “em nosso Brasil seria impossível (inclusive pelas distâncias) fazer as pessoas se deslocarem até os Consulados”, observa ele.

Para uma posição mais clara, é preciso, segundo Petruzzielo, “aguardar os próximos dias”. Para ele “o ideal seria um governo provisório que pudesse reformar a lei com tranqüilidade e deixar as eleições para outubro”.

Sobre a situação do Brasil, ele é enfático: “Sei que não teremos condição de organizar uma lista somente com candidatos do Brasil, mas, se isso acontecesse, poderíamos eleger um Deputado e um Senador. Acho, porém, que os interesses pessoais falará mais alto e que alguns candidatos aparecerão como salvadores da pátria, seja de um lado seja de outro. Vamos aguardar para ver. Me manifestarei assim que conhecer  as decisões tomadas pelo Chefe do Estado Italiano, o Presidente Giorgio Napolitano”, finaliza Walter Petruzziello.