Hoje é um dia muito especial na casa de Osvaldo Radin e sua esposa Albina, no interior do município de Casca, Rio Grande do Sul: sua mãe, Dona Maria De Cesaro Radin, completa 102 anos de idade. Não fossem os cuidados com a pandemia do coronavirus, a data teria reunido outra vez sua grande família que lhe presta honras e homenagens apenas virtualmente.
“Infelizmente no meio dessa situação, a ‘festa’ é apenas virtualmente, diz um de seus nove filhos, o professor universitário José Carlos Radin, que mora em Chapecó-SC. Doutor em História pela Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC e Pós-Doutor no “Dipartimento di Scienze Storiche Geografiche e Dell’Antichità”, Universidade de Padova, Itália, ele explica uma pequena curiosidade: sua mãe, que completou 102 anos de vida em plena pandemia, nasceu em meio a outra pandemia: a “Gripe Espanhola”, em 28 de setembro de 1918.
Seu nascimento ocorreu na Colônia Guaporé, hoje Serafina Correa, filha de Vincenzo De Cesaro e de Josephina De Bona, imigrantes italianos prevenientes de Longarone, província vêneta de Belluno. Em 1938, casou-se com André Radin e teve nove filhos: pela ordem, Virgínio, Alcides, Leo, Luiz Lourenzo, Alzira, Osvaldo, Lorena, José Carlos e Vitor Paulo (Alcides, Leo, Luiz Lourenzo, Lorena e Vitor Paulo são falecidos). Tem 18 netos e 21 bisnetos.
Após o casamento, Maria passou a viver no Povoado Radin, interior de Casca-RS – aonde reside atualmente com o filho Osvaldo e a nora Albina. “Ali a família sempre trabalhou com a pequena agricultura, típica das áreas de colonização agrícola, mas até os anos 1960 também mantinha um pequeno moinho – moinho de fubá e descascador de arroz, movido a água – e pequeno comércio”, conta professor José Carlos. Ficou viúva há 29 anos, em 31 de outubro de 1991.
José Carlos observa que sua mãe, “mesmo em meio às dificuldades e limitações proporcionadas pelo meio em que viveu, pode ser caracterizada como uma grande lutadora, pois trabalhou muito, seja nas atividades agrícolas como as de cuidar dos animais domésticos, produzir queijos e atividades domesticas, inclusive costurando e reformando as roupas de uso cotidiano da família”. “Essa energia – conclui o professor – a manteve bastante ativa até os 100 anos, quando ainda fazia crochê, e hoje ainda mantém a lucidez”.