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O Maie – Movimento Associativo Italiani all’Estero aderiu formalmente ao protesto programado para o próximo dia 12 de outubro – um feriado nacional – diante do Consulado Geral da Itália em São Paulo. Todo o alto escalão na América do Sul do partido comandado pelo deputado ítalo argentino Ricardo Merlo deverá estar presente, segundo anuncia hoje em comunicado a coordenação do Movimento no Brasil.
A manifestação deverá ocorrer entre 11 e 13 horas, na Avenida Paulista, número 1963, com a entrega de documento à autoridade consular, seguindo-se encontro de confraternização na sede do Círculo Italiano de SP, na Avenida Ipiranga, 344.
“Todos juntos para o melhoramento dos serviços consulares na América Latina”, escreveu o coordenador geral Luis Molossi, enquanto o presidente do Comites – Comitato degli Italiani all’Estero do Recife, Daniel Taddone, sentenciava: “Chega de filas, nos últimos dez anos nos enganaram todos os governos de direita e de esquerda”.
Taddone é também o coordenador do Maie para o Nordeste e foi ele, de forma independente, que deu início ao movimento para o dia de protesto diante do consulado de São Paulo, onde inclusive foi, no passado, funcionário. Na reunião do Intercomites, em Curitiba, recentemente, ele antecipou sua intenção com a famosa frase “estamos cansados do armistício, queremos a guerra”, ao responder intervenção da deputada Renata Bueno.
Pelas redes sociais estão sendo organizadas caravanas, com ônibus e vãs que deverão partir de cidades do interior de São Paulo, como Sorocaba, Santos, Campinas, São José dos Campos e Jundiaí e também de outros Estados, como de Curitiba, segundo informa Molossi. Associações ou pessoas isoladamente que pretende aderir deve procurar informações na página do evento no FaceBook .
“No próximo dia 12 de outubro – diz o comunicado escrito em português e em Italiano -, o Maie Brasil convoca todos os cidadãos italianos a participar de uma jornada de mobilização que acontecerá em frente do Consulado Italiano de São Paulo para pedir melhorias nos serviços consulares na América Latina.”
No comunicado, o coordenador Molossi faz referência à ‘taxa da cidadania’ que vem sendo cobrada há mais de três anos, à razão de 300 euros para cada pedido de reconhecimento da cidadania italiana por direito de sangue. “A história desta taxa de cidadania foi um verdadeiro engodo” afirma ele, informando que “o estado [italiano] arrecadou quase 30 milhões, mas nem um Euro foi destinado ao melhoramento dos serviços consulares”
“Estamos cansados das promessas dos últimos governos. A situação é desastrosa. Aumentam os cidadãos que devem suportar todo tipo de aborrecimentos para poder iniciar um processo de cidadania ou mesmo para renovar o próprio passaporte”, diz ainda Molossi.
Taddone, por sua vez, ataca, sem nominá-los, os deputados Fabio Porta e Renata Bueno, além do senador Fausto Longo: “Estamos perplexos que os três nossos parlamentares eleitos no Brasil, e levados ao Parlamento Italiano para resolver aquilo que é ‘o problema’ dos ítalo-brasileiros, tenham, com os seus votos, convalidado estas políticas dos últimos cinco anos. Uma vergonha, as filas não terminam mais, os serviços cada vez mais precários. Temos que reagir e demonstrar o nosso descontentamento perante às autoridades Consulares”, afirma Taddone.
O presidente do Comites do Paraná e Santa Catarina, Walter Petruzziello, também, segundo o comunicado, apoia a manifestação, dizendo que : “O problema não é nem o cônsul, nem a equipe consular; o problema é o governo que não tem sensibilidade para os italianos no exterior”.
Outro que se manifesta no comunicado é Thiago Roldi, qualificado como “novo coordenador Maie Espírito Santo”. Ele ataca a propalada devolução de parte dos recursos arrecadados com a taxa da cidadania que, por lei, deveria estar socorrendo os consulados desde o início do ano: “Ainda temos o engodo da restituição dos 30% da taxa imposta sobre a cidadania… é uma coisa risível. Nos pedem 300 euro para – talvez – nos restituírem 90: é um grande negócio para a burocracia italiana, depois de três anos, desta taxa não nos restituírem nem 1 euro… é demais! Temos que fazer alguma coisa.”
O maie está conclamando para a adesão “todos os cidadãos ítalo-brasileiros” e anuncia que deverão participar, além do presidente do partido, Ricardo Merlo, também o senador Claudio Zin e o deputado Mario Borghese. Do Brasil, além de Luis Molossil e Bruna Spinelli, coordenador e vice-coordenadora nacional), os coordenadores regionais Antonio Laspro (SP), Daniel Taddone (Recife e Nordeste), Salvador Scalia (Recife), Lilliana Frenda e Raffaele Di Lucca (Rio de Janeiro), Itamar Benedet (Santa Catarina), Elio Zanette e Carlos Iotti (Porto Alegre), Walter Petruzziello (Paraná) e Thiago Vicente Roldi (Espírito Santo).
Deverão vir, ainda: do Uruguay, Aldo Lamorte; do Paraguay, Fabio Massimo Cantarelli e José Maria Cavazzoni; da Argentina, Marcello Romanello (Mendoza), Mariano Gazzola (Rosário), Franco Tirelli (Rosário), Juan Esteban Balestretti (Buenos Aires), Gerando Pinto (Lomas de Zamora), Marcelo Carrara (Mar del Plata), Guillermo Rucci (La Plata), Juan Carlos Paglialunga (Bahia Blanca); da Venezuela, Vicenzo Di Martino e Nello Collevecchio; do Chile, Claudio Curelli; do Peru, Gino Amoretti e da Republica Dominicana, e o coordenador para os governos da América Central, Angelo Viro.
“Unidos para melhorar os serviços consulares” será o slogam adotado para a manifestação. “O Maie Brasil convoca todos os cidadãos ítalo-brasileiros a manifestar pacificamente em frente ao Consulado Geral de São Paulo onde, inclusive, será entregue ao Cônsul Geral, um documento – subscrito pelos representantes de toda a América Latina – que em breve será de conhecimento público”, finaliza o comunicado.
