Apuração dos votos da Circunscrição Eleitoral do Exterior em Castel Nuovo di Porto, relativa ao Referendum de 2026. (Foto La Stampa)

Enquanto os votos colhidos em toda o Brasil e América do Sul são transportados para Roma, onde a apuração deverá ter início às 23 horas de domingo próximo (dia 4), surgem as primeiras informações sobre a participação dos eleitores nestas eleições para a renovação do Parlamento Italiano. Apesar do ‘barulho’ gerado pelo processo e a frenética atividade dos candidatos concorrentes, a indicação é de que teria se registrado uma “leve tendência negativa no Brasil” em relação às eleições de 2013, quando a média geral foi de 31,63%. Na Argentina – o maior colégio eleitoral da América do Sul – entretanto, a mesma fonte informa a Insieme que essa tendência “teria sido positiva” em relação ao último pleito.

Ontem, o processo de recepção das cédulas eleitorais votadas foi encerrado pontualmente às 16 horas em todos os consulados, como era previsto, sem o registro conhecido de incidentes. A partir daí, cada consulado italiano no Brasil organizou o material para ser transportado a São Paulo, de onde um avião ‘cargo’ da Alitalia transportará o material sob a custódia de um funcionário da Embaixada até Roma. Dos demais países da América do Sul, a operação de transporte está concentrada em Buenos Aires, na Argentina.

PATROCINANDO SUA LEITURA

Na Itália, os votos colhidos em toda a Circunscrição Eleitoral do Exterior, que soma mais de quatro milhões de eleitores, serão depositados num galpão da Defesa Civil em Castel Nuovo di Porto – um Comune (município) da área metropolitana de Roma, onde vivem pouco mais de sete mil habitantes. É ali que acontecerá a contagem dos votos a partir das 23 horas de domingo, quando já estiver sido encerrado o processo de votação na Itália peninsular, que se estenderá por todo o dia.

Segundo as primeiras informações, naturalmente não oficiais, a afluência dos eleitores ao voto (que não é obrigatório), no Recife, teria ficado na casa dos 18%. Naquela jurisdição consular, de menos de 11 mil eleitores, teriam votado pouco mais de 2.300. Na eleição de 2013, o índice de participação em Recife fora de  25,9%.

Em São Paulo, o maior colégio eleitoral do Brasil, segundo informações colhidas por Insieme, de cerca de 128 mil eleitores, teriam votado em torno de 50 mil. A se confirmarem esses números, estas eleições teriam registrado um índice de participação em torno de 39%, bem abaixo do registrado em 2013, que chegou a 44,15%. Essas informações, volta-se a afirmar, não são oficiais.

Na Circunscrição de Curitiba, que abrange os Estados do Paraná e Santa Catarina calcula-se afluência em torno de 40%. Nela, na eleição de 2013, o percentual atingido foi de 38,06% de participação. As mesmas informações traduzem um “baixo índice de participação” também em em Belo Horizonte, Minas Gerais, que “seria o mais baixo do Brasil”. Insieme não obteve informações preliminares sobre Porto Alegre e Brasília.

No Rio de Janeiro, segundo outra fonte, o percentual de participação teria superado os 19,96% alcançados em 2013. Naquela jurisdição consular que envolve também o Estado do Espírito Santo, o percentual atingido teria sido em torno de 22%.

Ainda hoje pela manhã, candidatos que concorrem às seis cadeiras do Parlamento Italiano (quatro à Câmara e duas ao Senado) lamentavam “esse triste e lamentável” episódio que marcou as eleições deste ano: a subtração da lista oficial de eleitores de muitos nomes com direito indubitável ao voto porque votaram em eleições anteriores. Além desses, somam-se novos eleitores que, embora inscritos no Aire (o serviço eleitoral dos italianos no exterior), não tinham seus nomes na lista geral fornecida pelo Ministério do Interior e, também, um número nunca sabido de envelopes eleitorais que chegou atrasado na casa dos eleitores sem tempo para o retorno ou que, na devolução através dos correios, chegou de volta aos consulados após o horário final previsto.

  Ficam também pendentes denúncias de irregularidades, como a que envolve a candidata Renata Bueno com listas consulares contendo números de telefones e e-mails de eleitores, noticiada pela agência Aise. Depois da denúncia oferecida ao Ministério das Relações Exteriores por representante do partido Lega, não se teve mais informações sobre o caso.