Foi sepultado hoje no Cemitério Parque dos Eucalitpos, em Guarapuava-PR, o corpo do professor Cleto Tamanini, falecido na noite do dia 24 último depois de um longo período hospitalização em Paranaguá. Tamanini, natural do atual município de Salete, no Alto Vale do Itajaí-SC, em vida foi seminarista e, entre outras atividades, foi professor e líder da categoria no Paraná, auditor fiscal da Receita Estadual do Paraná aposentado e vereador (2013/2016) em Guarapuava, onde também chegou a disputar o cargo de vice-prefeito em 2016.
Cleto estava em em sua casa em Guaratuba para festejar seu aniversário (73 anos) dia 27 de julho e nesse dia teve um AVC isquêmico, sendo internado no Hospital Regional do Litoral, em Paranaguá, onde veio a falecer depois de longo tempo em coma em virtude de múltiplas complicações. A causa de sua morte, conforme certidão de óbito, foi “arritmia cardíaca não especificada, acidente vascular cerebral isquêmico, fibrilação atrial, hipertensão arterial sistêmica, pneumonia por staphylococcus”.
Ele mantinha atividade junto ao Instituto dos Auditores Fiscais do Estado do Paraná, onde exercia o cargo de Diretor de Relações Internacionais e de Comunicação.
De espírito irrequieto e grande amante do futebol (principalmente o amador), fora submetido anteriormente a duas cirurgias para implantação de prótese no fêmur. Seu ativismo político teve início desde sua chegada a Curitiba, ainda no final da década de 1960 do século passado, após sair do Seminário onde chegou a cursar Teologia. Durante muitos anos, nas duas décadas sucessivas, foi ativo diretor da Associação dos Professores do Paraná.
Junto ao mundo ítalo-brasileiro, Tamanini mantinha constantes atividades, principalmente na organização da história de sua própria família (Corbani pelo lado materno), tendo organizado diversos encontros de descendentes das duas famílias através dos quais incentivou um grande número de parentes à valorização de suas origens trentinas e a obterem, sob sua liderança, o reconhecimento da cidadania italiana.
Seu grupo familiar prestou “juramento” no mega-evento do auditório do Shopping Estação, no final de 2005, em Curitiba, ao lado de outros quase cinco mil pretendentes. Vencido o “longo obstáculo de barreiras e de teimosa e às vezes interesseira burocracia”, afirmava-se feliz: “agora estamos la luta para a obtenção do passaporte”, diz ele na entrevista concedida no final de fevereiro último, de cujo teor publicamos parte.
Na verdade, essa parte da entrevista seria publicada assim que Tamanini reunisse condições de lançamento de seus próximos livros mas, devido a seu falecimento, o fazemos como homenagem póstuma ele. Segundo ele conta, o que escrevera tem a ver um pouco de sua própria vida e luta mas, também com os costumes e estilo de vida dos imigrantes e descendentes de imigrantes trentinos da região onde nasceu e cresceu.
Fervoroso defensor da língua italiana e seu aprendizado aos que pretendem ver reconhecida a cidadania ‘iure sanguinis’, o professor Cleto Tamanini, seria candidato a conselheiro do Comites – ‘Comitato degli Italiani all’Estero’ do PR/SC nestas eleições marcadas para o próximo dia 3 de dezembro, segundo confirmou esta manhã fonte de Insieme. Sua inesperada morte teve grande repercussão em diversas redes sociais das quais fazia parte, dada a amplitude de seu relacionamento com múltiplos setores da sociedade paranaense e catarinense.
De família numerosa, Cleto Tamanini nascera em 27/07/1948 de Raimundo Tamanini e Emilia Corbani, era divorciado, e deixa os filhos Lenira, Lilian, Mônica, Gisele, Cleto Jr., Iuri, Nicolas e Estela.
O Sindafep – Sindicato dos Auditores Fiscais distribuiu nota em que “lamenta a morte de Cleto Tamanini”, “depois de 29 dias internado”. Destaca que “Cleto era formado em Letras, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), e em Filosofia, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Era defensor das causas e movimentos educacionais. Foi professor, diretor e fundador da página de “Educação” no jornal Gazeta do Povo, sendo o redator das primeiras 99 edições. Tamanini também desempenhou a função de Auditor Fiscal, sendo um dos fundadores da Associação dos Auditores Fiscais da Coordenação da Receita do Estado da Secretaria da Fazenda do Paraná (Afisguar)”.