CURITIBA – PR – Será em 15 de dezembro a inauguração da
Chiesetta Alpina, em construção no Morro das Antenas, em Jaraguá do
Sul-SC, como um monumento à fé dos imigrantes que nunca mais voltaram às suas
pátrias. A data foi confirmada pelo empresário Vicente Donini, presidente da
Comissão de Construção da pequena igreja, durante a recente visita que fez ao
canteiro de obras o deputado Fabio Porta, eleito para o Parlamento Italiano na
área da América do Sul pela Circunscrição do Exterior.

PATROCINANDO SUA LEITURA

A construção da Chiesetta Alpina foi
tarefa a que se impuseram dezenas de pessoas de Jaraguá do Sul, a partir de
sugestão do historiador Franco Gentili, que mora em Florianópolis, e da doação
de terreno por parte de família de Durval Spezia.

Durante sua visita, o deputado Fabio Porta elogiou a iniciativa em nome do
Parlamento Italiano e fez questão de assinalar que esta é uma significativa
homenagem aos imigrantes, na lembrança também daqueles que foram vítimas do naufrágio
da nave Sírio
– em 4 de agosto de 2006 – a maior tragédia da história da
imigração italiana para a América do Sul e Brasil, em cujo naufrágio ocorrido na
costa oriental da Espanha foram contados mais de 500 mortos, entre eles o
Monsenhor José Camargo de Barros, então bispo de São Paulo.

Para a inauguração da Chiesetta, deverá vir uma delegação especial
da Itália. O monumento, segundo seus idealizadores, será “um veemente sinal a
cobrir de espiritualidade o Vale do Itapocu, além de constituir marcante
monumento comemorativo pelo transcurso dos 150 anos da unificação italiana,
ocorrido em 2011”. Será consagrada ao Cristo dos Alpes e dedicada a João Paulo I
– Albino Luciani, o Papa Sorriso, que é natural as montanhas e cuja família
também viveu a emigração e a imigração (parentes dele vivem em Jaraguá do Sul).
A edificação terá 132,35m² de área construída, em área de 20.000m², no morro Boa
Vista, Jaraguá do Sul. Suas formas são inspiradas na “chiesetta” de San Simon
Apóstolo, erguida no século IX (meados do ano 800) na cidade de Vallada
Agordina, província de Belluno, Itália. Camponeses daquela região emigraram para
o sul do Brasil no século XIX.

No site dedicado à obra, informa-se que o projeto da chiesetta será
erguido com estrutura de concreto armado e vedações de alvenaria, seguindo as
mesma s proporções da chiesetta de San Simon. Seguirá também os mesmos ângulos
da cobertura, composta de telhas de cimento liso. No interior da nave, a exemplo
da arte dos imigrantes, que tratavam as estruturas das construções erguidas
aqui, terá estrutura de madeira exposta. A torre majestosa, com 27 metros de
altura, será erguida em concreto e tijolos de barro expostos. Seguindo as mesmas
características de sua inspiradora italiana, contará com estrutura de madeira
com detalhes de cobre. Apesar de inspirado na chiesetta Bellunese, terá
identidade própria, representando a história dramática da imigração européia na
região sul do Brasil, através de ornamentos e afrescos. A chiesetta terá espaço
para 60 pessoas sentadas, e fará parte do plano de criação de um parque no morro
Boa Vista. Com sua localização privilegiada, o monumento será iluminado a noite
com iluminação artificial, podendo ser visto a partir de boa parte da cidade.,
terá identidade própria, representando a história dramática da imigração
européia na região sul do Brasil, através de ornamentos e afrescos. Em seu
entorno, o jardim circundante contará com espécies de pinheiros da região
alpina, obras de arte, inscrições em homenagem aos patrocinadores, áreas de
convívio para os visitantes, estacionamento, instalações sanitárias e vigia. Na
área remanescente, será formado um bosque com árvores típicas da região
alpina”.

Além de Vicente Donini, integram a Comissão de Construção Almir Roberto
Negri, Anselmo Ramos, Jair Alquini, João Barba Neto e Luiz Antonio Negri. Todo o
material para
a construção da obra
está sendo doado por empresas e pessoas físicas. Uma
ação entre amigos, entre outras iniciativas, está garantindo o dinheiro para a
mão de obra que, sob a chancela do Círculo Italiano de Jaraguá do Sul, tem no
comitê promotor Aclinio Feder, Alfredo Fontanive, Célio Bayer, Flávio José
Brugnago, Iria Tancon, Irineu Bianchi, Josimar Luiz Mattedi, Nidiana Grazziana
Lazzaris, Paulo Ademir Ploriani e Verônica Salgado. A construção da igrejinha
foi matéria de capa da edição número 141 (setembro de 2010) da Revista
Insieme.