Comer de tudo com moderação, fazer exercícios
físicos sem exageros e usar o cérebro sem moderação – eis os conselhos do
geneticista italiano Edoardo Boncinelli para uma longa vida

CURITIBA – PR – Para o lançamento da
versão portuguêsa (tradução de Eliana Aguiar, editora Guarda-Chuva, 144 páginas)
de seu livro intitulado “Carta a um menino que viverá 100 anos”, esteve
recentemente em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro o geneticista italiano
Edoardo Boncinelli. Sua obra, editada no Brasil pela Editora Guarda-Chuva,
explora os dados estatísticos que dão à humanidade uma média – segundo diz – de
um trimestre a cada novo ano. Só as pílulas para controle da pressão arterial
estão permitindo à humanidade viver, em média, dez anos a mais, assegura o
cientista que ensina Fundamentos Biológicos do Conhecimento na Universidade
“Vita-Salute San Raffaele”, de Milão e possui, dentre seus últimos livros
publicados, os que trazem por título “A ética da vida”(2008), “O macaco
inteligente” (2009, em parceria com Giulio Riorello), e “Por que não podemos não
nos declarar darwinistas” (2009). Depois de passar pelo Brasil, Boncinelli
lançou o mesmo livro na Argentina.
Despojado da linguagem científica, ele
aborda toda a problemática ligada à incessante busca da eterna juventude. Na
entrevista que concedeu ao jornalista Desiderio Peron (Revista Insieme) ele
aconselhou as pessoas a exercitar o cérebro pois, além de naturalmente isso
fazer bem ao próprio cérebro, não se sabe por quais razões, mas isso faz bem
também ao corpo. “Não existem – diz ele no livro – conselhos específicos para
uma vida saudável, mas esta é a minha receita pessoal para viver bem: comer de
tudo, com moderação; fazer exercícios físicos sem exagero, e usar o cérebro sem
moderação”.
Na área do controle dos tumores, sua tese é de que a batalha
será vencida pelo caminho do diagnóstico precoce. “Comendo o suficiente, lavando
as mãos, livrando-se dos parasitas e tomando remédios” a vida está se alongando
para toda a humanidade. Mas isso, do ponto de vista político, econômico e
social, também preocupa: “Onde colocaremos tantos velhinhos?”, pergunta, ao
observar que, antes, três  jovens cuidavam de um velhinho; hoje, um jovem
cuida tem que cuidar de três velhinhos… mais: as motivações de alguém com 80
anos são diversas daquelas de um com 40 ou 60 anos. Como manter felizes tantos
velhinhos?, pergunta-se o geneticista. Confira a entrevista de Edoardo
Boncinelli, concedida no gabinete do cônsul geral da Itália em Curitiba,
Salvatore Di Venezia.

PATROCINANDO SUA LEITURA