CURITIBA – PR – Tendo como tema ainda o adiamento das eleições para os órgãos de representação dos italianos no mundo, reúnem-se a partir da quinta-feira próxima, em Buenos Aires, Argentina, os conselheiros para a América Latina do o CGIE – Conselho Geral dos Italianos no Exterior. O encontro é o último das chamadas “Conferências de Área” convocadas pela direção geral do CGIE, em protesto contra ato do governo italiano que cancelou, pela segunda vez, as eleições e prorrogou os mandatos também dos Comites – Comitês dos Italianos no Exterior. O tema divide as opiniões no seio da própria organização, já que o adiamento foi feito ante a alegação de uma necessária atualização das leis que regem a matéria.
A convocação fora feita antes da aprovação, pelo Parlamento, do Decreto Lei do Conselho de Ministros. Embora esvaziada em seus principais objetivos, a reunião foi mantida e deverá transcorrer até a parte da manhã do dia 19 – sábado. Além do adiamento das eleições, outro tema estará na ordem do dia: os cortes orçamentários operados pelo governo italiano no bojo de sua política de contenção de gastos frente à crise econômica no âmbito da Comunidade Européia, que atingiram diversos programas voltados aos italianos no exterior. Além disso, segundo informam os organizadores da assembléia, do encontro deverão sair propostas sobre as exigências da área continental da América Latina no que concerne à reforma da legislação sobre Comites e CGIE. Até agora não se chegou a um consenso sobre a pretendida reforma que deu origem ao adiamento das eleições. Uma das propostas vincula as candidaturas aos partidos políticos italianos o que, no entender de alguns, seria prejudicial aos interesses dos italianos que vivem fora da Península.
Dentre os temas relacionados na convocação não há referência a questões ligadas à “task force da cidadania” que está praticamente emperrada, principalmente no Brasil, onde as filas de espera continuam grandes.
No bojo dos protestos contra o adiamento das eleições estão algumas propostas que advogam a renúncia coletiva dos atuais conselheiros, tanto do CGIE quanto dos Comites. A maioria, porém, já se tem manifestado a favor da permanência “como forma de luta e resistência”. Isto ficou claro na única renúncia até aqui conhecida  – a do conselheiro Ivanor Minatti, que ocorreu no Comites do Paraná/Santa Catarina. Boa parte dos conselheiros do CGIE, pelas regras atuais, é indicada pelo próprio governo italiano, enquanto os demais são eleitos indiretamente por delegados indicados pelas embaixadas e consulados, após as eleições diretas para os Comites, cujos conselheiros também participam.

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