Falece em Curitiba, aos 70 anos de idade, o jornalista Arnoldo Anater

SEU ULTIMO SONHO ERA HOMENAGEAR A ÚNICA PESSOA NA ITÁLIA COM O SOBRENOME DA FAMÍLIA

CURITIBA – PR – Depois lutar por mais de dois anos contra uma doença, faleceu nesta noite (18/08/2008), por volta das 20 horas), no Hospital Evangélico de Curitiba, onde se encontrava internado há mais de 20 dias, o jornalista Arnoldo Higino Anater. Seu corpo será velado nesta terça-feira no Jardim da Saudade II (avenida Maringá, 3300 – Pinhais), onde será sepultado à tarde, em horário ainda a ser determinado.
Arnoldo deixa viúva Maria de Lourdes Andrade Anater, os filhos José Higino (solteiro), Silvana (casada com Richard Roberts) e Alexandre (casado com Patrícia Melo), e os netos Iam e Alan.
Arnoldo era jornalista e advogado, tendo militado desde jovem em diversos órgãos da imprensa paranaense (Diário do Paraná e O Estado do Paraná, principalmente) e durante muitos anos foi assessor de Imprensa do Poder Judiciário, onde editou o tablóide “Novos Rumos”. Foi diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná em diversas gestões, e assessor de imprensa da Fetaep – Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná.
Arnoldo, originário do Oeste Catarinense, mesmo aposentado e doente,  nunca deixou de escrever e é recente a segunda edição de seu livro “Gafes e Histórias de um Repórter”, escrito já acometido da doença. No livro, ele narra episódios pitorescos que vivenciou como repórter e como assessor de imprensa onde trabalhou, “num momento – segundo diz – de profundas saudades do passado e em comemoração à vida”. Ele explica: “Contei histórias. São fatos reais que vivi durante mais de três décadas. Sou muito grato a todos que me cercaram durante esse tempo: na infância, na adolescência, no estudo,no trabalho e agora”. Confessa que “aprendi que só o trabalho, com dignidade e dedicação, faz de im humilde trabalhador um grande profissional e um grande cidadão”.
Célio Heitor Guimarães, em artigo publicado em “O Estado do Paraná”, definiu como “preciosas” as histórias jornalísticas de Anater, que “conta tudo. Os feitos e defeitos, a verdade e a mentira, a decência e a indecência que cercam o ser humano, nos mais diversos setores da atividade, incluindo alguns sítios encantados, tidos como intocáveis, como a imprensa e o Poder Judiciário”.
O mal que vitimou Anater roubou-lhe aquele que talvez fosse seu mais desejado projeto dos últimos tempos, quando descobriu seus parentes no Norte da Itália, de onde proveio sua família no final do século 20. Mesmo doente, teceu os contatos que permitiram à sua filha Silvana o reencontro que ele pretendia ter presenciado. Como bom repórter que sempre foi, descobriu que na Península hoje vive apenas uma única pessoa que carrega o sobrenome: Imelda Anater, a quem pretendia homenagear com um título que sugeriu à Câmara de Vereadores de Concórdia.

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