CURITIBA – PR – Com jurisdição sobre toda a Região Nordeste do Brasil, o Consulado da Itália em Recife, Estado de Pernambuco, está com os dias contados: se prevalecer a decisão do governo italiano deverá ser fechado em breve, na segunda lista de encolhimento da rede diplomática italiana em todo o mundo. A informação é confirmada pelo conselheiro do Brasil no CGIE – Consiglio Generale degli Italiani all’Estero, Walter Petruzziello, que se encontra em Roma participando da Assembléia Geral do órgão.
A nova lista de “fechamentos” foi apresentada ontem ao Parlamento e, em tese, segundo Petruzziello, a decisão ainda pode ser revertida, embora não se tenha conhecimento de algum fato do gênero na história recente do governo italiano. “Na sexta-feira, vou me manifestar na Plenária do CGIE contra o fechamento do Consulado de Recife”, disse Petruzziello, garantindo que lutará “com todas as forças e as poucas armas” que tem para que isso não aconteça. Até a publicação desta notícia não se tinha conhecimento de manifestações dos parlamentares italianos eleitos pela Circunscrição da América do Sul, embora a notícia tenha a ver também com o Uruguai, Argentina e Venezuela.
Nas redes sociais, o conselheiro do CGIE disse aguardar a reação também dos parlamentares eleitos no exterior e acrescentou: “Agora também espero que aquelas pessoas que acreditavam nas promessas de campanha que iriam abrir o Consulado em Santa Catarina, entendam minha posição quando eu dizia que isso era impossível e eu não faria esta promessa”. Petruzziello, que foi candidato ao Senado nas últimas eleições, referiu-se especificamente ao presidente da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, Joares Ponticelli, que arrancou da hoje deputada Renata bueno a promessa de lutar pela abertura de um consulado italiano em Santa Catarina.
A segunda proposta de fechamento de escritórios diplomáticos e de cultura italianos no exterior atinge também, entre outros, o Uruguai, cujo consulado em Montevideo seria transformado numa Chancelaria Consular. A lista é a seguinte:
Fechamento da embaixada de Tegucigalpa (Honduras), de Reiquejavique (Islândia) e da representação diplomática junto à Unesco, que tem apenso na Embaixada de Paris; fechamento dos consulados gerais da Filadélfia (Estados Unidos), de Nice (França), de Tripoli (transformção em chancelaria consular), de Detroit (Estados Unidos), de San Gallo (Suíça), do Recife (Brasil), de Maracaibo (Venezuela), de Montevideo no Uruguai (transformação em chancelaria consular), de Moron (Argentina) e de Lomas de Zamora (Argentina).
A proposta é de fechar também os escritórios consulares de Insbruck, Chambery, Grenoble, Nuremberg (Alemanha), Digione (França) e Manchester (Reino Unido); os Institutos de Cultura Italiana de Lion (França), Luxemburgo, Copenhague (Dinamarca), Salônico (Grécia) e Stuttgart (Alemanha) e as seções dos Institutos de Cultura de Wolfsburg (Alemanha), Washington (Estados Unidos), Frankfurt do Main (Alemanha), Vancouver (Canadá), Ancara (Turquia), Estrasburgo (França), Grenoble (França) e Insbruque (Áustria).
Em setembro, o governo italiano já tinha anunciado o fechamento de 14 escritórios consulares e a abertura de três novos: um em Ashgabat, na capital do Turkmenistão (ex-União Soviética), outro na China (Chongqing) e o terceiro no Vietname (Ho Chi Minh/Saigon).
No Brasil, onde vive a maior comunidade itálica do mundo, funcionam consulados em Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Brasília. O Consulado do Recife, além de Pernambuco, atende os Estados do Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Segundo Petruzziello, nem a Embaixada da Itália em Brasília, nem o próprio Consulado do Recife, cujo titular atual é Angelo Maria Biccire’ tinha qualquer informação sobre o fechamento.