CURITIBA – PR – Cantando o hino da Itália
e palavras de ordem como “ão-ão-ão, queremos eleição”, os conselheiros do CGIE –
Consiglio Generale degli Italiani all’Estero para a América Latina, presidentes
de Comites – Comitati degli Italiani all’Estero e Intercomites da área
protestaram, dia 19.06, diante do Consulado Geral da Itália em Buenos Aires,
contra os cortes orçamentários impostos pelo Governo Italiano no bojo das
medidas anti-crise da União Européia, e que atingiram também alguns programas
voltados aos italianos que vivem fora da Península. O protesto durou cerca de
uma hora e foi comandado pelo vice-secretário geral para a América Latina do
CGIE, Francisco Nardelli que, ao final, no comando também de uma pequena
delegação integrada, entre outros, pelo deputado Fabio Porta, foi recebido pelo
cônsul geral em Buenos Aires, Giancarlo Maria Curcio.
O protesto foi o ponto
alto da Conferência de Área da América Latina do CGIE, que organizou
manifestações semelhantes em Frankfurt e Vancouver com o mesmo objetivo. O ato,
anteriormente previsto para sábado diante da sede da Embaixada e com a
participação de representantes das associações italianas da área, dividiu a
plenária da assembléia desde o início do encontro, que foi iniciado no dia 17 e
concluído no dia 19, com a aprovação de um documento que reclama contra os
cortes de recursos principalmente à difusão da língua e cultura italiana no
mundo, à assistência social, à imprensa italiana no exterior, aos órgãos de
representação como os Comites e à própria rede consular, além de criticar
duramente o adiamento das eleições do CGIE e dos próprios Comites. O dinheiro
que seria gasto com a realização das eleições – pede o documento de Buenos Aires
– deverá ser aplicado na área de assistência Social.
Na solenidade de
abertura da Assembléia, realizada nas dependências do Hotel El Conquistador,
estavam presentes dois deputados eleitos para o Parlamento italiano na América
Latina – Fábio Porta e Ricardo Merlo, além do ex-senador Luigi Pallaro.
Representando a comunidade italiana no Brasil, participaram do encontro três dos
quatros delegados no CGIE – Antonio Laspro, Claudio Pieroni e Walter
Petruzziello e os presidentes de Comites de Porto Alegre, Adriano Bonaspetti; de
Curitiba, Gianluca Cantoni; de São Paulo, Rita Blasioli Costa, e do Rio de
Janeiro, que é também presidente do Intercomites do Brasil, Franco Perrotta.
Embora beneficiados com a lei (originária de um Decreto Lei do Conselho de
Ministros) que adiou as eleições do CGIE e dos Comites e prorrogou os mandatos
dos atuais conselheiros, os participantes da Assembléia de Buenos Aires, em sua
maioria, consideraram o ato um “ataque às comunidades italianas no exterior”.
Não houve nenhuma proposta de renúncia dos atuais conselheiros, conforme chegou
a ser aventado anteriormente. As eleições para a renovação dos Comites deveriam
ter ocorrido no ano passado e o novo prazo definido para sua convocação vai até
o final de 2012. Até lá, deve entrar em vigor uma nova legislação regulando os
dois órgãos. Atualmente a matéria, que não encontrou ainda consenso no seio do
próprio Conselho Geral dos Italianos no Exterior, está em debate no Parlamento
italiano. Os conselheiros do CGIE temem pela extinção do órgão, que perdeu
importância depois da introdução do direito de voto por correspondência para os
italianos no exterior, que atualmente elegem ao Parlamento 12 deputados e seis
senadores através do voto direto.
Sobre o protesto realizado em Buenos
Aires, o site do
próprio CGIE publica a seguinte matéria, de autoria de Mirko
Peddis:
Manifestazione di CGIE,
Comites e Parlamentari al Consolato di Buenos Aires
Dura protesta, venerdi’ scorso, davanti al Consolato di Buenos Aires. Per la
prima volta i tre livelli di rappresentanza degli italiani in America Latina,
CGIE, COMITES e parlamentari eletti all’estero, si sono uniti per manifestare
contro i tagli imposti dall’ultima finanziaria ai fondi destinati agli italiani
all’estero e contro una politica del governo definita, dal vice segretario del
CGIE Francisco Nardelli, un vero e proprio “attacco alle collettivita’ italiana
all’estero”.
“”Si tratta – ha dichiarato lo stesso Nardelli – del primo atto di una serie
di mobilitazioni della comunità italiana”, che investiranno, nei prossimi mesi,
tutte le principali sedi del governo italiano presenti in America
Latina.
Alla manifestazione era presente anche Fabio Porta, deputato eletto
all’estero nell’area America Latina. Al grido di “l’Italia siamo noi” e “basta
con i tagli”, i circa cento manifestanti, che rappresentano approssimativamente
un milione di elettori e oltre 50 milioni di potenziali cittadini italiani,
dall’Argentina al Messico, hanno espresso il loro dissenso verso le politiche
del governo italiano bloccando, con un cordone umano, la calle Reconquista, dove
ha sede il Consolato italiano. Hanno poi cantato tutti assieme l’inno di Mameli
e chiesto e ottenuto un incontro con il console generale d’Italia Giancarlo
Maria Curcio.
Tutti concetti che, del resto, erano già stati ampiamente
introdotti nel corso dell’apertura della Commissione Continentale del
CGIE per l’America Latina, che si è svolta nei giorni scorsi sempre nella
capitale argentina.
“Siamo di fronte a una palese mancanza del governo” aveva
commentato giovedì Nardelli, aggiungendo che sono stati messi in
discussione non solo “un sistema di rappresentanza costruito con anni di sforzi”
ma soprattutto “il rapporto stesso tra l’Italia e i suoi cittadini sparsi per il
mondo”. Il vice segretario del CGIE ha poi spiegato ai giornalisti italiani
presenti alla manifestazione che i tagli della finanziaria hanno “tolto
l’assistenza santiaria ad oltre 5000 anziani” italiani di nascita, “privando
così di un diritto non solo i discendenti italiani di seconda o terza
generazione”, ma anche e soprattutto “quegli italiani di nascita emigrati tanti
anni fa in cerca di un futuro migliore”.
Ancora più duro il commento dell’On.
Porta, che ha parlato di “distacco, forse definitivo, dalle nuove generazioni di
italiani nati all’estero” e aggiunto che “si sta rinunciando ad un immenso
bacino di risorse per l’Italia e uccidendo il rapporto con gli italiani
all’estero”. Il grido disperato, insomma, di una collettività in lotta per la
sopravvivenza.