Os coordenadores do Maie – Movimento Associativo Italiani all’Estero no Brasil foram pegos de surpresa esta manhã com um “comunicado à imprensa” do partido fundado e presidido pelo ex-senador ítalo-argentino Ricardo Merlo que anunciou a composição do “Comitato di Presidenza del Maie”. Além de Merlo, que o preside, o alto comando do partido tem agora na vice-presidência Vincenzo Oduguardi, coordenador do Maie para a América do Norte e que concorreu para o Senado nas últimas eleições parlamentares italianas.
Fazem parte ainda do comitê, segundo a nota, todos os parlamentares do partido, além de seus coordenadores continentais, ou seja: Mario Borghese (senador) e Franco Tirelli (deputado), e os coordenadores Ricky Filosa (Europa), Mariano Gazzola (América do Sul), Giuseppe Cacace (América Central), e também Daniel Ramundo, parlamentar eleito no Parlasur.
A nota explica que, com esse comitê de presidência, o partido quer se estruturar melhor “para poder levar adiante o trabalho que há anos desenvolve a favor dos italianos no mundo”. Assegura ainda que, de acordo com Merlo, “defender os interesses de nossos concidadãos residentes no exterior continua a prioridade número um de nosso movimento”.
Ainda segundo a nota, o comitê constituído no último dia 10 “é um instrumento de natureza política e tem por finalidade colaborar com o presidente do Maie para indicar, sugerir e propor as linhas políticas a serem tomadas com a finalidade de trabalhar da melhor forma possível em favor dos italianos residentes no exterior e para o relacionamento neste sentido com as instituições italianas”.
- O Brasil ficou completamente fora. O que significa?
- Os atuais, então, foram destituídos?
- O Molossi não era até aqui o Coordenador para a América do Sul?
- Que papel mais importante seria? O Taddone também está fora? E o Walter?
Interpelado sobre a ausência de nomes do Brasil no mais alto escalão do comando partidário, Merlo justificou que sua composição ainda não está concluída, afirmando que outros nomes serão agregados à equipe; que, por exemplo, terá ainda o nome de “uma mulher, do Brasil”, para o setor de iguais oportunidades.
Segundo Ricardo Merlo, “ninguém foi destituído”. A formação do comitê é passo importante para a filiação do Maie, na próxima semana, à “Internazionale Democristiana”. Mas, segundo ele, ainda faltam representantes da Austrália, da América do Norte e essa mulher, que do Brasil (ele faz segredo sobre o nome).
Segundo Insieme apurou, nem mesmo Luis Molossi, vice-coordenador para a América do Sul, que concorreu a deputado nas últimas eleições sob a legenda, estava sabendo da criação do “Comitato di Presidenza”. “A política tem liturgia própria: os vencedores vão ao Olimpo; os que serviram aos propósitos, mas ficaram pelo caminho, não têm do que reclamar”, disse ele a Insieme nesta manhã. Molossi se recupera de um grave acidente de trânsito e não foi consultado, “nem informado de nada”. Embora Merlo insita que “ninguém foi deposto”, o advogado Molossi não figura entre os eleitos do comitê.
Também o sociólogo Daniel Taddone, um dos coordenadores do Maie no Brasil, foi surpreendido pelo anúncio. “Não estou sabendo de absolutamente nada”, declarou ele, completando: “Eu sei que tudo isso é simbólico, mas um pouco de comunicação prévia seria bom, nao?”. Resposta semelhante deu o advogado Walter Petruzziello, algumas vezes candidato ao Parlamento italiano e também um dos coordenadores do Maie no Brasil: “Não sei do que se trata. Mas de qualquer forma, não farei mais parte do Maie”, garantiu.
A nota, em sua íntegra, vai abaixo transcrita:
Italiani all’estero, nasce il Comitato di Presidenza del MAIE: Merlo presidente, Odoguardi vice
È nato lo scorso giovedì 10 novembre il Comitato di Presidenza del MOVIMENTO ASSOCIATIVO ITALIANI ALL’ESTERO (MAIE). Ne dà notizia il presidente del MAIE, Sen. Ricardo Merlo, che è presidente del Comitato stesso. Oltre a lui, ne fanno parte Vincenzo Odoguardi, come vicepresidente, tutti i parlamentari del MAIE, ovunque siano stati eletti, e i coordinatori continentali del Movimento. Dunque Mario Borghese, senatore MAIE; Franco Tirelli, deputato MAIE; Ricky Filosa, coordinatore MAIE Europa; Mariano Gazzola, coordinatore MAIE Sudamerica; Giuseppe Cacace, coordinatore MAIE Centro America; Daniel Ramundo, parlamentare eletto nel Parlasur.
“Con la nascita di questo Comitato il MAIE vuole strutturarsi al meglio, anche a livello formale, per poter portare avanti il lavoro che da anni svolge a favore degli italiani nel mondo: difendere i diritti e gli interessi dei nostri connazionali residenti all’estero resta la priorità numero uno del nostro Movimento”, spiega il presidente Merlo.
Odoguardi da parte sua dichiara: Come MAIE puntiamo a crescere ulteriormente tra le comunità italiane residenti in particolare in Nord e Centro America, ma guardiamo con grande interesse e volontà di partecipare anche all’Europa e alla IV ripartizione estera, quella che comprende, tra l’altro, Australia, Asia e Sudafrica. Siamo convinti che un Movimento autonomo e indipendente dalla partitocrazia romana possa dare un forte contributo anche in quelle zone del mondo”, conclude il vicepresidente.
“Il Comitato – si legge nel primo punto dell’atto costitutivo – è uno strumento di indirizzo politico ed ha il compito di collaborare con il Presidente del MAIE per indicare, suggerire, proporre le linee politiche da seguire al fine di operare nel miglior modo possibile a favore degli italiani residenti all’estero e per relazionarsi in questo senso con le istituzioni italiane”.
“Il Comitato – precisa il punto due – elabora proposte ed esprime pareri su tutte le potenziali iniziative riguardanti i bisogni della comunità italiana all’estero, eventualmente collaborando alla predisposizione di testi legislativi finalizzati al miglioramento della vita sociale e culturale, dell’assistenza sociale e scolastica, della formazione professionale, della ricreazione, sport e tempo libero della collettività nazionale”.
Mariano Gazzola, eletto per acclamazione Segretario del Comitato, sottolinea: “Dal 2008 il MAIE si è sempre battuto nell’interesse dei nostri connazionali residenti oltre confine. A livello parlamentare, nel corso del tempo, siamo stati per tanti anni opposizione, abbiamo poi toccato con mano l’esperienza di governo e abbiamo saputo far parte della maggioranza. Crediamo – continua Gazzola – che i tempi siano maturi per dare al Movimento una marcia in più, a livello di politica italiana ma anche in ambito internazionale. Siamo convinti – conclude – che questo Comitato MAIE possa assumere una grande importanza ed essere di grande aiuto in questo senso”.