u Ogni italiano si ritiene l’unico italiano e unica l’Italia. Per questo, l’Italia è un paese di libertà, democrazia, religione, ordine, anarchia, irriverenza, anticlericalismo…

PATROCINANDO SUA LEITURA

 

L’italiano ha tutti i diritti. Ma doveri, solo quelli che importano. Me ne frego io! E chi se ne frega? sono espressioni correnti. Ecco l’italiano che è in Tullio Pascoli:

“Rovilio, ho letto con interesse il suo bellissimo articolo che tratta dell’identità degli italiani e desidero congratularmi con Lei, affinché sui prossimi numeri non vengano a mancare le sue osservazioni.

Ho un’osservazione da fare a ciò che si può definire l’identità dell’italiano: metterla al plurale, perché pochi popoli si presentano così individualisti come gli italiani. Mi sembra difficile parlare di un’identità italiana, o non siamo tutti l’uno diverso dall’altro?

Quando si accenna all’individualismo, non si allude a qualcosa di negativo; il progresso deriva dalla verifica che l’individuo esegue costantemente della sua realtà quotidiana. I cambiamenti derivano dall’anticonformismo e dallo scetticismo che ci inducono a non aver troppa fiducia nelle certezze; il dubbio ci fa pensare con la nostra propria testa, anche quando millenari paradigmi dovrebbero convincerci che non c’è più altro da aggiungere. L’evoluzione continua, ogni tanto qualcuno scopre soluzioni originali anche per problemi antichi…

Essere italiani vuol dire essere differenti, non solo in paragone ad altri popoli, ma siamo differenti gli uni dagli altri fra noi stessi; è grazie a questa nostra maledetta caratteristica individualità, prodotta dal nostro individualismo, che ci distinguiamo, quasi da sempre, per la nostra tipica creatività. Credo che sia meglio essere individualisti piuttosto che collettivisti…

Non siamo sempre i migliori esempi come organizzatori: troppe teste pensano in modo autonomo allo stesso tempo. Ma ogni medaglia ha il suo rovescio. Come italiano, nonostante questo peccato originale, mi considero fortunato e non mi dispiace di assumere il difficile compito di portarmi sulle spalle questo pesante carico che rappresenta questa peculiare identità. – La saluto molto cordialmente. – Tullio Pascoli.”

Letta la lettera, ho risposto al Tullio:

– Tullio, no te me ghè dito chi che te sì e cosa te fè?!

E lui:

– È con enorme piacere che leggo le sue righe e noto la sua straordinaria conoscenza del Veneto. Io capisco un po’ il Veneto, perché ho studiato anche nel Veneto, dove ho lavorato per un paio di anni; mi spiace di non poter corrispondere in quella lingua bellissima, che ha dato alla cultura italica autori del valore di Carlo Goldoni.

Sono originario di Merano-BZ, Alto Adige, regione con forte presenza di una comunità di etnia tedesca, tirolese. Vivo a Blumenau dal 1976, dove ho un’attività commerciale in proprio – vendiamo impianti tecnologici per le industrie, ed ho famiglia italo brasiliana.

Anche Blumenau ha una forte comunità di oriundi italiani e coltivano pure loro le vecchie tradizioni culturali dei loro nonni, i quali venivano essenzialmente dalla provincia di Trento.

Lei si firma Frate! Io, pur essendo cattolico, non posso affermare di essere un praticante. Mia moglie, brasiliana, è cattolica, di famiglia tradizionalmente religiosa; i miei figli un po’ seguono l’esempio di mia moglie, ed un po’ seguono il mio cattivo esempio. Sono, tuttavia, anch’io convinto dell’esistenza di un Dio che non può avere aspetti antropomorfici, ma che non si rivela meglio che con la definizione di Mistero. – La saluto molto cordialmente, Tullio.”

– Tullio, te rispondo come frate e come talian: Te disi che no te sì catòlico de pràtica, ma te credi in Dio. Par mi tel futuro le persone le se spartirà in due grupi: quei che crede e quei che no crede. Come ti te credi e mi anca, semo de la stessa religion – la religion de cuore.

Anche se differenti nei modi di essere, di fare, di agire e di credere…, abbiamo fede nel cuore per credere e amare e forza nelle mani per lavorare!

Lettore amico, scrivimi sull’Italiano che è in te.


u Cada italiano se considera o único italiano e a única Itália. Por isso, a Itália é país de liberdade, democracia, religião, ordem, anarquia, irreverência, anticlericalismo…

 

O italiano tem todos os direitos. Mas deveres, só os que interessam. Me ne frego io! E chi se ne frega? – expressões que se equivalem a nosso trivial foda-se. Eis o italiano que está em Tullio Pascoli:

“Rovilio, li com interesse seu belíssimo artigo que trata da identidade dos italianos e desejo me congratular com você para que nos próximos números suas observações não faltem.

Tenho uma observação a fazer sobre o que se pode definir a identidade do italiano: colocá-la no plural, porque poucos povos se apresentam tão individualistas como o italiano. Parece-me difícil falar de uma identidade italiana, ou não somos todos diferentes uns dos outros?

Quando falamos de individualismo, não nos referimos a algo negativo; o progresso deriva da análise que o indivíduo faz constantemente da sua realidade cotidiana. As mudanças derivam do anticonformismo e do ceticismo que nos induzem a não ter muita confiança nas certezas; a dúvida nos faz pensar com a nossa própria cabeça, mesmo quando paradigmas milenares deveriam nos convencer que não há mais nada a acrescentar. A evolução continua, de vez em quando alguém descobre soluções originais até para problemas antigos.

Ser italiano quer dizer ser diferente, não somente em comparação a outros povos, mas somos diferentes uns dos outros, entre nós mesmos. É graças a essa nossa maldita e característica individualidade, produzida pelo nosso individualismo, que nos distinguimos, desde sempre, pela nossa típica criatividade. Creio que seja melhor ser individualistas que coletivistas.

Não somos sempre os melhores exemplos como organizadores: cabeças demais pensam de maneira autônoma ao mesmo tempo. Mas toda moeda tem duas faces. Como italiano, apesar desse pecado original, me considero afortunado e não me dói assumir a difícil tarefa de carregar nas costas a carga que representa essa identidade peculiar. Cordiais saudações. Tullio Pascoli”.

Lida a carta, respondi ao Tullio:

– Tullio, você não me disse quem é e o que faz?!

E ele:

– É com enorme prazer que leio as suas linhas e noto seu extraordinário conhecimento do veneto. Compreendo um pouco o veneto, porque também estudei no Veneto, onde trabalhei por alguns anos; sinto não poder escrever naquela belíssima língua, que deu à cultura italiana autores do valor de Carlos Goldoni. Sono originário de Merano, Província de Bolzano, Alto Adige, região com forte presença de uma comunidade de etnia alemã, tirolesa. Moro em Blumenau desde 1976, onde tenho uma atividade comercial autônoma: vendemos instalações tecnológicas para indústrias. Tenho família ítalo-brasileira.

Blumenau também tem uma forte comunidade de oriundos italianos que cultivam as velhas tradições culturais de seus avós, que vinham essencialmente de Trento.

Você assina Frade! Eu, mesmo sendo católico, não posso afirmar ser um praticante. Minha esposa, brasileira, é católica, de uma família tradicionalmente religiosa; os meus filhos seguem um pouco o exemplo de minha mulher e um pouco o meu mau exemplo. No entanto, eu também tenho certeza da existência de Deus, que não pode ter aspecto antropomórfico, mas que não se revela melhor do que com a definição de Mistério.

Cordiais saudações. Tullio.

Tullio, respondo como frade e como italiano: você disse que não sei católico praticante, mas que acredita em Deus. Para mim, no futuro as pessoas vão se dividir em dois grupos: os que acreditam e os que não. Como você acredita e eu também, somos da mesma religião – a religião do coração.

Embora diferentes modos de ser, de fazer, de agir e de crer…, temos fé no coração para crer e amar e força nas mãos para trabalhar!

Leitor amigo, escreva-me sobre o Italiano que está em você.