Petruzziello, Bonaspetti, Pieroni e Andrini com Pallaro; Benedett, Boscoli, Molossi e Iotti com Merlo. Tática de somar ou de dividir? Alguém com chances reais de eleição?
u CURITIBA – PR – Com quatro candidatos do Brasil, o senador Luigi Pallaro lançou na noite de ontem (28.02.2008), em Buenos Aires, Argentina, sua chapa para as eleições parlamentares italianas de meados de abril: o advogado Walter Petruzziello, de Curitiba-PR, e o presidente do Comites de Porto Alegre-RS, Adriano Bonaspetti, concorrem ao Senado enquanto o conselheiro do CGIE, Cláudio Pieroni, de São Paulo, e Stefano Andrini, de Porto Alegre-RS, concorrem para a Câmara dos Deputados. A chapa repete a logomarca da eleição passada, denominada “Associações Italianas na América do Sul” – AISA.
Os demais candidatos escolhidos por Pallaro, que encabeça a lista e que é tido como um dos próximos senadores da República Italiana, são os seguintes: Guillelmo Rucci, presidente do Comites de La Plata, Argentina, também concorre ao Senado, enquanto para a Câmara estão Santo Ianni, presidente do Comites de Buenos Aires, Argentina; Franco Magno, do Comites de Montevidéo, Uruguai; Alfonso Grassi, presidente do patronato Acli na Argentina, de Buenos Aires; e Felisa Pomilio, de Mar Del Plata.
Embora anunciado anteriormente, não está na lista o correspondente da Raí International para a América do Sul, Stefano Casini, enquanto o conselheiro do CGIE, Walter Petruzziello, teve que amargar a entrada de Bonaspetti, com quem certamente dividirá os votos ítalo-brasileiros ao Senado. Segundo Petruzziello, no acordo que estabelecera com Pallaro, ele seria o único do Brasil ao Senado. Nas eleições passadas, Bonaspetti obteve a segunda maior votação em toda a Circunscrição do Exterior, depois de Pallaro, e não foi considerado eleito para a Câmara, que coube a Ricardo Merlo, hoje rompido com Pallaro..
Enquanto isso, a candidatura de Pieroni à Câmara dos Deputados provocou problemas em São Paulo, especialmente dentro da diretoria do Comites, onde alguns imaginavam um monolítico apoio ao candidato Edoardo Pollastri (Senado) e Fabio Porta (Câmara), do Partido Democrático. Mas embora numa situação mais tranqüila que a de Petruzziello, Pieroni também terá que dividir votos com Andrini, um ex-colaborador do desaparecido Ministério dos Italianos no Mundo que mora na capital gaúcha.
Também a chapa independente do argentino Ricardo Merlo, atual deputado, contará com quatro brasileiros, conforme anunciamos recentemente: Itamar Benedett, de Criciúma-SC, para o Senado, e Luis Molossi, de Curitiba-PR e Gianni Boscolo, de São Paulo, para a Câmara. O quarto nome, segundo informa Benedett, é o do conhecido cartunista Iotti – Carlos Henrique Iotti (Foto), de Caxias do Sul-RS, criador de personagens como Radicci (uma espécie de síntese do imigrante italiano em terras do Sul do Brasil) e sua mulher Genoveva. Iotti esteve recentemente na Itália, onde exibiu triunfalmente seu “passaporto rosso”, após ver reconhecida sua cidadania italiana por direito de sangue.
Alguns analistas argumentam que nenhum dos brasileiros que aceitaram concorrer na chapa encabeçada pelos argentinos Pallaro e Merlo terão chances de eleição. A tática argentina estaria mais para a divisão do eleitorado brasileiro (o segundo colégio eleitoral da América do Sul, com três vagas para deputado e duas para senador) que poderia obter sucesso diante das divisões argentinas, dona de praticamente metade dos eleitores em todo o Continente.